MENU
Tropicália, o que foi? – História da revolução da música na Ditadura Militar
A Tropicália foi um movimento cultural que aconteceu durante a Ditadura Militar. A revolução na música também carregava críticas ao novo sistema político.

Quando o assunto é música, o Brasil se destaca na variedade de estilos musicais dentro de sua cultura. Um movimento em especial chama muita atenção: a Tropicália. Em meio a um cenário político bastante crítico, um grupo de artistas se uniu para revolucionar a música brasileira.
Nos anos 60, o Brasil buscava um aspecto mais popular que agradasse a todas as camadas sociais. Assim, deixava de lado o intelectualismo da Bossa Nova e caminhava rumo à modernidade.
Caetano Veloso juntamente com Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão, Tom Zé, Rita Lee e tantos outros, promoveram um intercâmbio musical. Uma mistura de rock, pop, samba, bolero, rumba, baião. Dessa forma nascia a Tropicália, mudando as regras.

Não só o ritmo, mas as letras também assumiram uma nova cara. As ideias de métrica e estética estavam abertas para os tropicalistas brincarem com elas. Primeiramente, o movimento tinha o objetivo de tornar a música mais jovem e universal.
A Tropicália foi o movimento que surgiu para subverter convenções culturais e sociais. Simultaneamente, os tropicalistas vinham para contestar a política nacional. As músicas foram consideradas manifestos poéticos que exigiam liberdade de expressão e faziam, de um jeito divertido, sérias críticas políticas.
Contexto Histórico
O governo de João Goulart (Jango), na década de 1960, alarmou partidos políticos de direita com suas propostas de mudança. Uma delas era a reforma agrária, que ganhou apoio da população, mas preocupou os grandes latifundiários.
Nesse momento, o mundo estava vivendo a Guerra Fria. Uma disputa pela hegemonia política e econômica entre Estados Unidos, que defendia o capitalismo, e a União Soviética, que seguia a vertente socialista. Com medo da “ameaça comunista”, o Tio Sam passou a interferir nas políticas dos países latino-americanos.
Dessa forma, no dia 31 de março de 1964, foi colocado em prática o Golpe Militar. Tropas do exército brasileiro, com o apoio da CIA (Agência Central de Inteligência), se dirigiram ao Rio de Janeiro, onde se encontrava o presidente. Três dias depois, Jango é exilado no Uruguai. E, no dia 15 de abril, o General Castelo Branco assumia o poder.
A Ditadura era o novo sistema político imposto e a censura controlava os meios de comunicação. Programas de rádio e televisão só transmitiam o que era aprovado pelo governo. As manifestações cresceram e os jornalistas reprimidos encontraram em charges a oportunidade de lutar contra a ditadura.
As músicas também sofreram cortes. Só se podia cantar letras que não brigassem com os novos ideais impostos. Portanto, os temas aceitos eram predominantemente nacionalistas. As regras impostas vinham para combater e tentar erradicar o comunismo. Os tropicalistas trouxeram a música como contra-ataque à repressão.
O fim da Tropicália
Esse movimento cultural levou os tropicalistas a participarem de festivais de músicas que eram transmitidos por grandes emissoras de TV. Isso incomodou ainda mais os governantes, que passaram a perseguir os músicos que brigavam pela liberdade e as pessoas que os apoiavam.
Assim foi lançada uma caça aos líderes dessa revolução musical. Logo, a Tropicália teve uma duração curta, apenas um ano. Pois em dezembro de 1968, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos. Mas à essa altura, a semente libertária já havia sido plantada.
Esse é só um pedaço da história do Brasil. Se você ficou curioso sobre esse contexto político, dá uma conferida na nossa matéria Sabia o que foi o AI-5, o período mais repressor da Ditadura Militar.
Fontes de imagem: Triviera, Prodigital, O Globo.
Fontes: Toda Matéria, InfoEscola, Politize!