Uma linha tênue entre aquilo que existe, mas que não se sabe com exatidão o que seja. Essa é a definição sobre a matéria escura. Os astrônomos conseguem medi-la por meio de sua força gravitacional.
O termo escuro é determinado pela inexistência de luz. Em suma, essa característica de não emitir nenhum tipo de luz é a causa que dificulta os estudos sobre esse campo do universo.
Isso porque, qualquer outro corpo presente no espaço é pesquisado e estudado com base na sua radiação ou capacidade de emitir algum tipo de luz.
O que é a matéria escura?
Na década de 1930, o astrônomo Fritz Zwicky percebeu, através do estudo das galáxias Cabeleira de Berenice, que a massa era cerca de 400 vezes maior do que apontavam alguns corpos celestes. Por este fato, Fritz é considerado o pai da matéria escura.
Nesse ínterim, a “matéria escura” é um ponto totalmente invisível. Em suma, uma das teorias mais aceitáveis, das várias que deduzem o que é este campo ainda indecifrável, é a de que a matéria escura seja constituída de partículas subatômicas menores que nêutrons, prótons e elétrons.
Experimentos
Alguns dos experimentos mais caros do mundo já foram enviados em busca de informações. Um deles é o experimento XENON1T.
O XENON1T tentou, durante nove meses, encontrar alguma pista sobre a matéria desconhecida gastando cerca de uma tonelada de xenônio líquido supersensível.
Outra tentativa aconteceu através do maior acelerador de partículas do mundo, o Grande Colisor de Hádrons. Porém, assim como o experimento XENON1T, não conseguiu revelar qualquer outra coisa.
A importância da Matéria Escura
Portanto, é imprescindível destacar a importância da matéria escura no universo e na formação ou existência de outros corpos celestes presentes na galáxia.
Os efeitos e a interação desse campo desconhecido são perceptíveis através de sua influência gravitacional exercida sobre a matéria luminosa.
Dessa forma, a existência da matéria escura, além de importante, é necessária, pois sem ela, provavelmente, as galáxias não conseguiriam fazer o processo de rotação rápido que lhe permitem se manter aglomeradas.
Além disso, a presença da matéria escura, mesmo que ainda indecifrável, se mantém, também, como um importante fator que torna vários elementos da vida humana possíveis.
Sem ela, por exemplo, as estrelas seriam raras e as grandes galáxias com estrelas semelhantes ao Sol e planetas, como a Terra, seriam praticamente impossíveis de existir.
Estudos de Vera Rubim
Cientistas da década de 1970 também notaram e contribuíram para a definição de que as galáxias possuem muito mais massa do que é vista através do telescópio.
Outro nome importante é o de Vera Rubim que, em uma análise das órbitas de estrelas e gás em galáxias, mostrou que existia uma discrepância entre o valor calculado, através da Lei de Kepler, e o valor observado.
Através de seu trabalho, Vera mostrou que havia constância na velocidade de rotação para as regiões mais afastadas do centro das galáxias.
Em síntese, as estrelas localizadas em regiões mais distantes do centro da galáxia apresentavam a mesma velocidade que as estrelas mais centrais
Em suma, o resultado obtido através dos estudos de Vera, contrariou a mecânica clássica e levantou a questão de existir algum tipo de matéria que não pudesse ser vista.
Características desconhecidas
Em síntese, os cientistas ainda procuram descobrir como a matéria escura está distribuída no universo. Os primeiros relatos deduziam que a matéria estaria distribuída de maneira uniforme.
No entanto, dados obtidos, em 1992, pela NASA, através do satélite Cosmic Backgroud Explorer (COBE), mostraram que a matéria não se distribui em escala uniforme.
Descobriu-se que, no universo, há regiões com concentração de galáxias e outras praticamente vazias.
Atualmente, o físico, da Universidade Chicago, Dan Hope, exemplificou, durante uma conferência, que a característica significativa da matéria escura vem de uma observação do universo em longa escala.
Segundo o físico, o universo parece assumir algum tipo de força gravitacional sem nenhuma razão e suas características são indetectáveis para nós. Dessa forma, Hooper acredita que algo sustente tudo isso.
Gostou do conteúdo? Leia também sobre Propagação da luz, o que é? Princípios, cores, sombra e penumbra
Fontes: Gizmodo, Olhar Digital, Mundo Educação,
Imagens: Super Abril, Nature, UFMG, Gizmodo, Universidade Positivo e Hypescience