A gripe espanhola é um vírus influenza que deixou cerca de 50 a 100 milhões de mortos na história. Considerada mãe das pandemias, a doença surgiu no século XX para desesperar centenas de milhares de pessoas. Com certeza, os anos de 1918 a 1919 foram de grande aflições e incertezas.
Primeiramente, não se enganem pelo nome, a influenza H1N1 não tem nada de espanhola. A gripe teve seu primeiro caso no Kansas, EUA, e sua origem veio de pássaros migratórios que acabaram infectando alguns porcos da região. Sua ação foi rápida e certeira, porque não era preciso muito tempo de contração do vírus para que ele levasse uma vida.
Origem do nome gripe espanhola
A princípio, o que levou a gripe espanhola migrar facilmente pelo mundo nessa época foram as tropas da Segunda Grande Guerra Mundial. O primeiro caso foi registrado em um soldado do Kansas. O que levou a espalhar-se tão rapidamente foram as medidas tomadas pelo governo americano.
De antemão, para não prejudicar os soldados e disseminar o caos na população, Woodrow Wilson (1856-1924), presidente dos EUA, mandou que todas as notícias sobre a epidemia fossem censuras. O ato gerou a incerteza sobre o que se tratava a doença e as medidas antecipadas que ajudariam na diminuição do contágio não foram tomadas.
Assim como os EUA, os outros países em guerra também tomaram as mesmas medidas. Mas, em contrapartida, a gripe foi muito divulgada na Espanha e por isso foi nomeada Gripe Espanhola.
Entretanto, o que não sabemos é que a gripe espalho já existia nas guerras. O que a tornou mortal foi a recombinação do vírus migrado por uma ave nas células de um porco. A junção entre o vírus humano com a ave aplicada no suíno colocou em cheque a vida de milhares de pessoas no mundo inteiro.
Sintomas da doença
A princípio, o que trouxe alarde foi a segunda onda da gripe que vinha com os sintomas da febre, dor no corpo, coriza. Porém, outra característica foi um pequeno sangramento no nariz. O problema maior da gripe surgiu porque quando apareciam os sinais da doenças, não demorava muito para virem a óbito.
Normalmente, quem contraia a doença pela manhã já estaria então morto ao final do dia. Os casos mais graves apresentavam difíceis quadros respiratórios, digestivos e cardiovasculares. As pessoas que conseguiam se curar desse terror voltavam contrair o vírus deixando os médicos sem saber o que fazer.
Ainda assim, com vários infectados, cidade como a Filadélfia realizaram desfiles com seus soldados e com mais de 200 mil pessoas presentes. Este foi o estopim, porque esse único evento foi o suficiente para a disseminação causando mais de 16 mil pessoas em menos de 6 meses.
Essas são as consequências da omissão e do incentivos dos governos durante a gripe espanhola. Morreram só de influenza mais pessoas que os infectados por AIDS em 40 anos.
O vírus no Brasil
Consequentemente, o Brasil não saiu ileso da H1N1, portanto, também tivemos várias vítimas dá doença. Não é a primeira vez e nema última que enfrentaremos esse tipo de contaminação viral. Nos registros históricos, a gripe espanhola chegou por aqui no mês de setembro com um carregamento vindo da Inglaterra que atracou em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
Como de costume, o governo não se preocupou com o perigo do vírus, isto é, consequentemente, a imprensa não noticiou de imediato a chegada do perigo. Os primeiros casos registrados pela imprensa baiana só foram divulgados quando já haviam 100 infectados na região.
Estamos presenciando agora a mesma situação que aconteceu nesse período. A gripe espanhola afetou ainda mais as regiões Rio-São Paulo devido a grande circulação de pessoas. Só em SP foram registrados cerca de 350 mil casos. Sem cura prevista e totalmente no escuro, os médicos aplicavam medicamentos que ajudariam da recuperação da gripe e apostava na reação do organismo.
Ao final de tudo, a contabilidade brasileira resultou em 35 mil óbitos sendo metade do valor somente no Rio de Janeiro que nesse período era a capital do Brasil.
Tratamento da gripe espanhola
Inicialmente, a previsão do colapso da saúde pública fez com que medidas emergenciais fossem tomadas. As enfermeiras na época foram as verdadeiras heroínas durante a pandemia. Como a vacina ainda não havia sido descoberta, a melhor forma seria amenizar o sofrimentos dos pacientes com o vírus.
Para que isso ocorresse novas áreas hospitalares foram abertas e os cuidados diários tinham suma importância. Além dos improvisos medidas de isolamento, definitivamente, foram propostas. O fechamento de bares, escolas, fábricas, a proibição de aglomerações e medias de higiene foram tomadas.
Portando, assim como visto na atual pandemia, caixões eram insuficientes, os enterros não podiam ter parentes presentes. O trabalho se intensificou para os coveiros ao ponto de se determinar afastamento até dos trabalhadores. Mas, não era condição que alguns brasileiros podiam seguir devido as necessidade básicas de sobrevivência.
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Fonte: Mundo Educação, Saúde, Scielo, Pfarma, Brasil escola, Hiper cultura. Notícias Uol, História do Mundo.
Imagem de destaque: Jornal de Lavras