Glauber Rocha foi um cineasta brasileiro, responsável por uma grande renovação do cinema nacional, na década de 1960. Nascido na Bahia em 1939, Glauber deixou os estudos em Direito para dedicar-se ao cinema.
Todavia, Glauber Rocha é considerado um dos líderes do Cinema Novo, movimento de vanguarda que trouxe um novo jeito de fazer cinema no Brasil. Seus filmes tocam em feridas do nosso país, como conflitos sociais e políticos.
Premiado internacionalmente, Glauber Rocha foi responsável por produzir filmes como ‘Terra em Transe’ e ‘Deus e o Diabo na Terra do Sol’, que alcançaram grande fama por serem filmes considerados muito originais para a época.
Biografia de Glauber Rocha
Glauber Pedro de Andrade Rocha nasceu em 14 de março de 1938, na cidade baiana de Vitória da Conquista. Em sua cidade natal, Glauber viveu até o ano de 1948, mudando-se em seguida para Salvador, com sua família.
Entrou para a faculdade de Direito da Universidade da Bahia em 1957 e, em 1959, produziu seu primeiro filme, o curta ‘Pátio’. Nos anos 1960, Glauber Rocha abandonou os estudos para se dedicar aos trabalhos de crítico de cinema e documentarista.
O primeiro longa-metragem veio em 1962. O filme ‘Barravento’ foi premiado no Festival de Karlovy Vary, na então Tchecoslováquia. Em 1964, produziu ‘Deus e o Diabo na Terra do Sol’, dando-lhe prêmios na Itália e no México e alçando seu nome como um dos mais importantes do Cinema Novo.
Contudo, ‘Terra em Transe’ (1967), foi considerado pela crítica como a sua obra-prima. O filme lhe rendeu o Prêmio Internacional da crítica do Festival de Cannes. Com o filme ‘O dragão da maldade contra o santo guerreiro’ (1969), Glauber Rocha alcançou o prêmio de melhor diretor em Cannes.
Todavia, após o golpe de 1964, Glauber Rocha entrou em uma série de conflitos com as autoridades nacionais, justamente por protestar contra a ditadura militar. Nesse sentido, o cineasta deixou o Brasil em 1970 para viver no exílio e retornou em 1976.
Glauber Rocha morreu em 22 de agosto de 1981, aos 43 anos, na cidade do Rio de Janeiro. O cineasta sofreu complicações pulmonares e deixou cinco filhos, frutos das três vezes em que foi casado.
Cinema Novo
A América Latina, a África e a Ásia viram um novo cinema surgir durante a década de 1960. Os cineastas envolvidos procuravam criar uma expressão estética que mostrasse conflitos sociais e políticos que afetaram alguns países dessas regiões.
Era, portanto, um movimento de oposição ao que era vendido comercialmente pelos Estados Unidos e também pela Europa. Aqui no Brasil, um movimento parecido surgi em 1955, consolidando-se em 1960, sob a alcunha de Cinema Novo.
Glauber Rocha foi um dos principais nomes deste cinema, juntamente de outros diretores, como Nelson Pereira dos Santos e Joaquim Pedro de Andrade. A temática dos filmes expunha sempre os problemas sociais e políticos do Brasil.
Nesse sentido, os filmes produzidos durante este período eram chamados também de alegóricos. Davam destaque para diálogos e preferia cenários simples. Assim, os filmes de Glauber Rocha se caracterizavam pela recusa à linguagem de Hollywood, considerada pelo autor como colonizadora e alienante.
Obra de Glauber Rocha
Glauber Rocha era considerado pelos críticos como dono de uma linguagem descontínua e não linear. Seus filmes exprimem a visão histórica brasileira e são sempre objeto de incômodo, justamente por optar em tocar nas feridas abertas de um país que até hoje enfrenta sérios problemas.
O primeiro longa-metragem, ‘Barravento’, foi rodado em 1961. Logo após, Glauber Rocha produziu ‘Deus e o diabo na terra do sol’ (1964) e ‘Terra em transe’ (1967). Posteriormente, em 1969 era a vez de lançar ‘O dragão da maldade contra o santo guerreiro’.
Em seguida, durante o exílio, ainda lançou ‘O Leão de Sete Cabeças’ e ‘Cabeças Cortadas’, em 1970. Acompanhando a Revolução dos Cravos, em Portugal, Glauber Rocha ainda fez o documentário ‘As armas e o povo’ (1974), que mostrava o regime de Salazar.
Por fim, o último filme realizado por Glauber Rocha foi ‘A Idade da Terra’, de 1980. Todavia, essa produção concorreu no Festival de Veneza e, recentemente, entrou para a lista de melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
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Fontes: Ebiografia, FGV, Britannica Escola, Fundação Joaquim Nabuco
Imagens: Revista Piauí, Conexão Goiana, G1, Pinterest