Galáxias são aglomerados de estrelas, poeira e gases. Todos esses elementos são unidos no espaço pela ação da força gravitacional.
A princípio, os planetas do sistema solar em que vivemos fazem parte de uma galáxia, chamada Via Láctea, pertencente a um conjunto de diversas galáxias.
Contudo, o que podemos enxergar no céu é só um pouquinho, mas bem pouquinho mesmo, do que o universo possui. Estima-se que, atualmente, o espaço tenha mais de 200 bilhões de galáxias.
Como as galáxias foram descobertas?
Desde o século XVIII, diversos astrônomos já haviam notado a presença de uma “faixa esbranquiçada” que corta o céu. Eles a chamaram de “nebulosa“.
Nesse ínterim, o alemão Emmanuel Kant foi o primeiro cientista a propor que existiam galáxias além da que nós vivemos. Ele acreditava que as nebulosas poderiam ser sistemas de estrelas, gases e poeiras parecidos com o que a Terra se encontra.
Primeiramente, foi William Parsons, em 1755, quem conseguiu enxergar algumas estruturas de nebulosas, utilizando um telescópio refletor de 72 polegadas. Ele as nomeou de M33, M51 e M101
Até 1908, cerca de 15 mil galáxias haviam sido catalogadas e descritas. Entretanto, como suas distâncias eram desconhecidas, não era possível saber se elas pertenciam à Via Láctea ou não.
Posteriormente, em 1912, Slipher analisava espectros luminosos de galáxias e descobriu que elas estavam se distanciando da Terra. Logo, elas não estavam gravitacionalmente ligadas à Via Láctea, e provavelmente não faziam parte da nossa galáxia.
Sob o mesmo ponto de vista, em 1923, Edwin Powell Hubble conseguiu comprovar a existência de galáxias independentes ao identificar uma Cefeida na nebulosa de Andrómeda (M31).
Com isso, ele conseguiu medir a distância dessa galáxia, que resultou em 2.2 milhões de anos-luz, maior que a Via Láctea. Esta última, aliás, tem 100 mil anos-luz de diâmetro. Ou seja, essa era uma galáxia fora do nosso aglomerado.
Como surgiram as galáxias?
A princípio, estima-se que as galáxias surgiram logo após o Big Bang.
Ao mesmo tempo, o universo era feito apenas de matéria escura, gás e poeira, vagando pelo nada. Por conta da gravidade, pequenos aglomerados de gases e poeiras foram se formando.
Simultaneamente, à medida que esses aglomerados iam se esquentando com a movimentação, por conta do calor e da gravidade, iniciava-se um processo chamado de fusão nuclear.
Dessa forma, várias estrelas se formavam e ficavam atraídas na mesma nebulosa pela gravidade, formando pequenos aglomerados. Esses aglomerados iam se atraindo e ficando cada vez maiores.
Logo depois, em algum ponto, a gravidade ficava tão forte e tudo ficava tão quente, que no centro era formado um buraco negro supermassivo. Deste modo, as primeiras galáxias iam surgindo.
Em contrapartida, outra teoria aceita é que esses pequenos aglomerados explodiam em supernovas e soltavam todos os seus compostos no espaço. Logo, esses compostos se juntavam e formavam uma galáxia.
Quais são as principais características das galáxias?
Em resumo, as galáxias são aglomerados de estrelas, meteoroides, cometas, asteroides, gases, poeira estelar e diversos corpos celestes unidos pela ação da força gravitacional.
Assim sendo, estes corpos celestes podem ser grandes ou pequenos. Dessa forma, as galáxias pequenas possuem milhões de estrelas e podem ter 5 mil anos-luz de diâmetro. As grandes são ainda maiores e podem conter trilhões de estrelas.
Segundo o Hubble, existem galáxias de vários formatos diferentes, como espirais, elípticos ou irregulares. Veja:
Galáxias espirais
Em suma, o formato das galáxias espirais lembra um cata-vento. Elas possuem um núcleo, halo e vários braços curvos enrolados para fora.
No núcleo se concentra as estrelas mais velhas e nos braços as estrelas mais novas orbitam.
Como nos braços possui maior quantidade de poeira estelar, é lá onde tem a probabilidade de se formar uma nova estrela.
As galáxias espirais são dividias em Sa, Sb e Sc, onde:
- Galáxias Sa: núcleo grande, braços pequenos e bem enrolados;
- Galáxias Sb: núcleo e braços intermediários;
- Galáxias Sc: núcleo pequeno, os braços são maiores grandes e mais abertos, parecidos com um “S” ao invés de uma espiral.
Por outro lado, existem algumas galáxias que não têm traços de estrutura espiral.
Desta forma, Hubble classificou essas galáxias como S0 ou lenticulares, que juntas com as espirais, formam o conjunto das galáxias discoidais.
Galáxias elípticas
A princípio, essas galáxias não possuem estrutura espiral, ou seja, não têm braços. Com pouco gás, pouca poeira e poucas estrelas jovens, elas apresentam forma esférica ou elipsoidal.
Desse modo, elas podem variar muito de tamanho, desde super-gigantes (milhões de anos-luz) até anãs (milhares de anos-luz).
Galáxias Irregulares
Como o próprio nome diz, elas não possuem uma forma definida, sendo caóticas ou irregulares.
À vista disso, dois bons exemplos são “Grande e Pequena Nuvem de Magalhães” que podem ser vistas a olho nu da Terra. Basta observar no sentido hemisfério sul.
Todavia, elas não são tão comuns e mais parecem fusões com outras galáxias.
Conhecendo mais a Via Láctea
A gigantesca galáxia onde o planeta Terra orbita no sistema solar, surgiu há bilhões de anos, logo após o Big Bang.
Em resumo, ela teria sido formada a partir de uma única nuvem composta por hidrogênio, hélio e poeira cósmica.
Por conta da gravidade em seu interior, essa nuvem teria se fragmentado e formado várias nuvens, que passaram a se desenvolver de forma independente, até ser o que conhecemos e vivemos hoje.
Assim também é possível ver a Via Láctea da Terra. Em noites sem nuvens dá para notar uma poeira branca que atravessa o céu. A parte mais fácil de visualizar fica na constelação de Sagitário.
A Via Láctea é do tipo espiral, constituída por um disco com um núcleo e um halo. Em seu centro, há a possibilidade de existir um buraco negro.
Com aproximadamente 100.000 anos-luz de diâmetro e espessura de 80 mil anos-luz, a Via Láctea acumula cerca de 200 bilhões de estrelas, além da poeira cósmica pertinente em todo seu corpo celeste.
Os braços espirais principais da Via Láctea possuem nomes, sendo eles: Perseu, Sagitário, Centauro e Cygnus. O nosso sistema solar está localizado em um braço denominado Orion.
Conheça 5 galáxias exóticas
Primordialmente, nenhum cientista conseguiu chegar a uma quantidade aproximada de quantas galáxias existem no universo. Entretanto, muitos apostam que entre 100 e 200 bilhões de galáxias é um número aceitável.
Neste viés, podemos não conhecer todas elas, mas das poucas que os cientistas conseguiram identificar, foi possível descobrir algumas um tanto quanto diferentes. Veja:
Galáxia morta ou “zumbi” (MACS 2129-1)
A MACS 2129-1 ganhou este nome de “zumbi” por não formar nenhuma estrela há mais 10 bilhões de anos.
Nesse sentido, ela tem formato em disco e parece uma mancha branca no espaço.
Anã (Little Cub)
Inicialmente, essa galáxia leva um nome um tanto quanto fofo não somente pelo seu formato (veja na imagem abaixo), não obstante, também por ser de extrema importância e cuidado dos astrônomos.
Em suma, a Little Cub possui moléculas quase que intocadas desde o Big Bang e poderia fornecer informações valiosas para nós a respeito do que existia no universo.
“Par de Olhos” (IC 2163 à direita e NGC 2207 à esquerda).
Em síntese, esta galáxia é formada a partir da poeira estelar de duas galáxias vizinhas, IC 2163 à direita e NGC 2207 à esquerda.
Deste modo, elas juntas formaram uma cena curiosa: um par de olhos nada simpático.
“Sorridente” SDSS J1038+4849
Essa galáxia foi descoberta em 2015 pelo telescópio Hubble, da Nasa.
De antemão, apenas os “olhos” são galáxias.
Por outro lado, as linhas do “sorriso” e do “rosto” são consequências do efeito de lente gravitacional, provocado pela grande força da gravidade exercidas por elas.
“Névoa Branca” 2MASX J16270254+4328340
Em resumo, esta é uma galáxia elíptica fraca e difusa. Fica a aproximadamente 500 milhões de anos-luz de distância na constelação de Hércules.
Uma vez que, suas estrelas estão longe do centro, faz com que se pareça com uma “névoa” .
Gostou deste conteúdo? Continue navegando pelo assunto. Veja a dança das estrelas na galáxia NGC 1097.
Fontes: Escola Britannica, InfoEscola, Só Biologia, Revista Galileu, Wikipédia, CCVALG, Toda Matéria, As Crônicas do Mundo, CanalTech, e Mega Curioso.
Imagens: Science Spring, O Globo, Site Astronomia, Astronoo, Astronoo, Veja, Revista Galileu, Terra, Astronoo, Envolverde, Tecmundo, UCSC, Space Today, De Tudo, Hypescience e Wikipédia.