Embora seja conhecido e replicado que a Amazônia carrega o título de pulmão do mundo, pouco se sabe sobre aquela que ocupa o segundo lugar: a Floresta do Congo. Localizada nas profundezas da África Central, essa mata segue sendo um mistério para a ciência e para boa parte da humanidade.
Apesar de sua discrição, a Floresta do Congo existe há muito tempo, sendo considerada uma das mais antigas do planeta. Logo, é de se imaginar que sua área de quase 2 milhões de km² armazene muita história e uma imensurável diversidade de vida.
Contando com características que a tornam imprescindível para o equilíbrio climático do planeta, a Floresta do Congo vem enfrentando inúmeros riscos ambientais nos últimos anos, o que tem impulsionado diversos alertas por parte da comunidade científica.
Características da Floresta do Congo
Assim como mencionado acima, a Floresta do Congo está situada na África Central. No entanto, é importante detalhar que apesar de mais concentrada na República Democrática do Congo a mesma é distribuída entre outros cinco países: República do Congo, República Centro Africana, Camarões, Guiné Equatorial e Gabão.
Ademais, visto que a região está localizada próxima à Linha do Equador, seu clima característico é o tropical. Logo, na densa vegetação, as temperaturas são bastante elevadas, enquanto a umidade varia em porções da floresta. Só para ilustrar, a umidade é maior nas áreas próximas ao Oceano Atlântico.
Geograficamente falando, a Floresta do Congo conta com planícies e planaltos, tanto áreas acidentadas quanto colinas montanhosas. Já na hidrografia, a Bacia do Rio Congo se destaca por contar com diversos afluentes como os rios: Cassai, Lomani, Lowa, Oubangui e Ubangui.
Quanto à biodiversidade, a Floresta do Congo apresenta milhares de espécies vegetais e uma imensurável diversidade de fauna que contempla mamíferos de pequeno e grande porte, aves, répteis, anfíbios e peixes.
Riscos ambientais
Segundo um estudo realizado pela Universidade de Maryland (UMD), entre os anos de 2000 e 2014, a Floresta do Congo perdeu cerca de 165 mil quilômetros quadrados. Só para ilustrar, essa dimensão corresponde a uma área maior que os estados do Acre ou Ceará.
Infelizmente o principal motivo por trás desses dados é o aumento do desmatamento. Responsável por cerca de 80% da perda total da região, esse processo ocorre principalmente por causa da agricultura de subsistência. Enquanto na Amazônia o desmatamento tem finalidade industrial, no Congo é uma questão de vida ou morte.
Devido à pobreza generalizada, os habitantes da região não têm opções. Logo, através da técnica itinerante de agricultura familiar, eles criam terras agrícolas e exploram o solo até que o mesmo perca todos ou seus nutrientes. Em seguida, partem para outro lugar e o ciclo de desmatamento continua.
Como resultado disso, a Floresta do Congo está desaparecendo em uma proporção preocupante. As taxas de desflorestamento apresentadas são as maiores do mundo. Além disso, atividades industriais, mineradoras e pecuaristas, juntamente com a caça ilegal, dificultam ainda mais o processo de preservação.
Importância da Floresta do Congo
O que torna a degradação da Floresta do Congo tão preocupante é sua importância para o equilíbrio planetário. Pois bem, a mesma é responsável por auxiliar na redução dos efeitos ocasionados pelo aquecimento global e o efeito estufa. Visto que sua enorme quantidade de fauna e flora absorve quantidades significativas de dióxido de carbono.
Ademais, das aproximadamente 10 mil espécies de plantas que ali existem, 30% são exclusivas da região. Além das espécies de animais ameaçadas de extinção que habitam a Floresta do Congo, a mata abriga também mais de 75 milhões de pessoas para as quais fornece comida, água potável e abrigo há mais de 50 mil anos.
E então, o que achou dessa matéria? Se gostou, confira também: Floresta tropical: onde é encontrada, fauna, flora e clima predominante.
Fontes: Toda Matéria, El País, Correio do Povo.
Imagens: Congo Travel and Tours, Rainforest Journalism Fund, EurekAlert!, IUCN.