O Fatah, anteriormente conhecido como ‘Movimento de Libertação Nacional da Palestina’, é um partido político nacionalista e social-democrata e a maior facção da Organização de Libertação da Palestina (OLP).
Hoje, o atual presidente da Autoridade Palestina é Mahmoud Abbas, um membro do Fatah. Em suma, considera-se que o Fatah teve um forte envolvimento na luta revolucionária no passado e mantém numerosos grupos paramilitares.
Historicamente, o partido nacionalista palestino está ligado à liderança de seu fundador e ex-presidente Yasser Arafat, que comandou o Fatah até a data de sua morte, em 2004. Na eleição de 2006 para o Conselho Legislativo da Palestina, o partido perdeu sua maioria para o Hamas, seu maior rival político.
No entanto, a vitória legislativa do Hamas levou a um conflito entre os dois partidos, com o Fatah mantendo o controle da Autoridade Nacional Palestina na Cisjordânia por meio de seu presidente. O partido também atua no controle de campos de refugiados palestinos.
História
O movimento Fatah foi fundado em 1959 por membros da diáspora palestina, principalmente por trabalhadores advindos dos Estados do Golfo Pérsico que haviam estudado no Cairo (Egito) ou Beirute (Líbano) e estavam refugiados em Gaza.
Os fundadores incluíam Yasser Arafat, então chefe da União Geral dos Estudantes Palestinos (GUPS) na Universidade do Cairo; Salah Khalaf, Khalil al-Wazir e Khaled Yashruti, então chefe do GUPS em Beirute.
O Fatah adotou uma ideologia nacionalista palestina na qual os árabes palestinos seriam libertados por suas próprias ações. Além disso, o Fatah se tornou a força dominante na política palestina após a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Em 1967, o partido ingressou na Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e recebeu 33 dos 105 assentos no Comitê Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP). Yasser Arafat (1929-2004) tornou-se presidente da OLP em 1969, depois que o cargo foi cedido a ele por Yahya Hammuda.
Até sua morte, Arafat foi o chefe da Autoridade Nacional Palestina, a entidade provisória criada como resultado dos Acordos de Oslo. Logo depois, Farouk Kaddoumi assumiu o cargo de presidente do Fatah, eleito após a morte de Arafat, em 2004.
O Fatah indicou Mahmoud Abbas nas eleições presidenciais palestinas de 2005 e, no mesmo ano, Hamas venceu em quase todos os municípios que disputou.
6ª Assembleia Geral de 2009 do Fatah
A Sexta Assembleia Geral do Movimento Fatah começou em 4 de agosto de 2009 em Belém, quase 16 anos após o Acordo de Oslo e 20 anos desde a última convenção da Fatah, depois de ser repetidamente adiada por causa de conflitos. Ao todo, mais de 2.000 delegados participaram da reunião.
Os delegados do Fatah resolveram não retomar as negociações de paz entre israelenses e palestinos até que as condições prévias fossem atendidas.
Entre as 14 pré-condições estavam a libertação de todos os prisioneiros palestinos das prisões israelenses, o congelamento de todas as construções de assentamentos israelenses e o levantamento do bloqueio a Gaza.
Alguns anos depois, uma reunião do Conselho Revolucionário foi realizada em Ramallah de 18 a 19 de outubro de 2014. Muitas questões importantes foram discutidas, incluindo a reconciliação com o Hamas. As opiniões estavam divididas sobre este assunto.
Assim, o processo de reconciliação continua, historicamente, empacado.
Etimologia e ideologia do Fatah
O nome completo do movimento é ha Rakat al- ta hrir al-Watani al- F ilasṭīnī, isto é, “Movimento Nacional de Libertação da Palestina”.
A palavra “fatḥ” ou “fatah” é usada no discurso religioso para representar a expansão islâmica nos primeiros séculos da história muçulmana – como em Fatḥ al-Sham , a “conquista do Levante”.
Em resumo, o Fatah tem o estatuto de “partido membro” na Internacional Socialista e o estatuto de “partido observador” no Partido dos Socialistas Europeus.
Podemos resumir a facção palestina como nacionalista, social-democrata e de centro-esquerda, ligada ao secularismo e à solução de dois estados (um palestino e outro israelense).
Facções armadas
O Fatah manteve vários grupos militantes desde sua fundação.
Seu principal ramo militar é a al-‘Asifah. Geralmente se considera que o Fatah teve um forte envolvimento com o terrorismo no passado, embora, ao contrário de sua facção islâmica rival Hamas, ele não seja mais considerado uma organização terrorista por nenhum governo.
Os Estados Unidos, por exemplo, deixaram de considerar o Fatah uma ‘célula terrorista’, em 1988.
Esse partido, desde o seu início, criou, liderou ou patrocinou vários grupos armados e milícias, alguns dos quais tiveram uma posição oficial como braço armado do movimento, e alguns dos quais não foram publicamente ou mesmo internamente reconhecidos como tal.
O nome original do braço armado do Fatah era al-‘Asifah (“A Tempestade”), e este também foi o nome que o Fatah usou pela primeira vez em seus comunicados, tentando por algum tempo ocultar sua identidade.
Desde então, esse nome foi aplicado de forma mais geral às forças armadas da Fatah e não corresponde a uma única unidade hoje.
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Fontes: Infoescola, História do Mundo, Estudo Prático, História do Mundo
Imagens: Anadolu Agency, Sadanews, Al Arabiya, Toda Matéria