Espartanos: quem foram, origem e sociedade

Os espartanos eram guerreiros da Antiguidade conhecidos pela força e pelo treinamento, sendo considerados os soldados mais perfeitos.

Espartanos

Os espartanos eram os povos que viviam em Esparta, uma das grandes cidades da Grécia Antiga. Uma das principais características desses povos era a dedicação à guerra, com destaque para a excelência dos soldados espartanos.

Além disso, a sociedade espartana tinha como característica a hierarquização e a pouca mobilidade social. Desse modo, a sociedade se dividia em: esparciatas, periecos e hilotas.

Em resumo, os esparciatas eram os que tinham os direitos políticos. Já os periecos assumiam cargos que os esparciatas não podiam assumir. Por fim, os hilotas eram os servos e formavam a maior parte da sociedade.

A história de Esparta conta com alguns grandes feitos, sobretudo, relacionados com as guerras. Por exemplo, os espartanos se destacaram na Segunda Guerra Médica, onde 300 espartanos lutaram contra 80 mil persas.

Origem dos espartanos

Localizada em uma região chamada Lacônia ou Lacedemônia, na Península do Peloponeso, a Esparta foi uma das grandes cidades da Grécia Antiga. Essa região tinha presença humana desde o Neolítico, mas a cidade de Esparta só foi surgir, realmente, em algum momento do período Homérico.

De acordo com a mitologia grega, o nascimento de Esparta remonta à história mitológica de Lacedemon. Em resumo, segundo o mito, ele se casou com a filha de um rei local chamado Eurotas. Lacedemon sucedeu o trono de Eurotas e deu seu nome para a região e o nome de sua esposa para a cidade.

Historicamente, acredita-se que Esparta foi fundada por volta do século X a.C. e os dórios teriam sido os responsáveis por sua criação. Eles eram um povo indo-europeu que chegou na Grécia por volta de 1200 a.C.

Como era a sociedade espartana?

A cidade de Esparta se desenvolveu como uma pólis aristocrática, pautada por valores como ordem e disciplina. Além disso, o militarismo e a hierarquização eram traços muito fortes na sociedade. Inclusive, a elite usava a violência com o intuito de manter a população sob o controle das elites.

1- Esparciatas

Os Esparciatas chamavam a si mesmos de homoioi, que quer dizer “iguais”. Eles eram os únicos que tinham direitos políticos e, portanto, se dedicavam à política e à guerra. A dedicação dos espartanos pela batalha tornou o nome de Esparta famoso pelos seus excelentes soldados.

Uma curiosidade é que os soldados do exército espartano treinavam desde a infância e serviam como soldados pelo resto de suas vidas.

2- Periecos

Os periecos eram os homens livres, cuja posição na sociedade era intermediária. Sendo assim, eles não eram servos como os hilotas, mas também não tinham direitos políticos como os esparciatas. Eles se dedicavam a ofícios que os esparciatas não podiam assumir como, por exemplo, o comércio.

3- Hilotas

Por fim, os hilotas eram os servos e constituíam o maior grupo social de Esparta. Basicamente, eles eram os responsáveis por trabalhar nas terras dos esparciatas. Em relação à origem desse grupo, existem divergências sobre eles serem da Messênia ou da Lacônia.

Como os hilotas eram o maior grupo social, com as piores condições de vida, a aristocracia espartana, formada pelos esparciatas, temia qualquer tipo de revolta. Por isso, a violência era muito usada para manter os hilotas sob controle e evitar uma revolta.

Política dos espartanos

A política de Esparta tinha o envolvimento apenas dos esparciatas, que eram a única classe que podia ocupar cargos públicos e fazer parte das decisões da assembleia. Isso hierarquizava a cidade e a política, fazendo de Esparta uma pólis aristocrática.

Outro detalhe importante sobre a política de Esparta é que a cidade era uma diarquia, ou seja, um governo de dois reis vindos de uma linhagem familiar que tradicionalmente ocupava essa posição na política da pólis.

Desse modo, cada rei era de uma dinastia e, por isso, existiam os Ágidas e os Euripôntidas, que tinham certa influência militar, religiosa e jurídica.

Além disso, a política de Esparta tinha a Apela, uma assembleia que tomava as decisões importantes para a cidade. Apenas os esparciatas com mais de 30 anos podiam opinar na Apela. As questões debatidas eram, então, enviadas para a Gerúsia.

A Gerúsia era um tipo de senado, mas só tinha a participação dos esparciatas com mais de 60 anos. Ela era composta por 28 esparciatas e o cargo nessa instituição era vitalício.

Por fim, a política contava ainda com o Conselho dos Éforos, que era formado por cinco esparciatas que ocupavam cargo nessa instituição durante um ano. Os Éforos eram os homens mais poderosos da cidade e tinham como função monitorar as ações dos dois reis.

Como era o sistema educacional espartano?

O nome técnico da educação espartana era agogê. Estava concentrada nas mãos do Estado, sendo uma responsabilidade obrigatória do governo. No geral, era orientada para a guerra e a manutenção da segurança da cidade.

Dessa forma, a preparação física era muito valorizada, com o intuito de tornar os jovens bons soldados incumbidos de sentimento patriótico. O treinamento físico envolvia, por exemplo, salto, natação, lançamento de disco e dardo e corrida.

Para você ter uma ideia, com apenas sete anos de idade, as crianças eram entregues à orientação do Estado, que tinham professores especializados para educar as crianças.

Após concluir o período de formação, os cidadãos entre vinte e sessenta anos eram obrigados a participar das guerras. Vale notar que as crianças começavam a treinar desde os sete anos, mas apenas aos trinta anos é que elas tinham plenos direitos políticos.

Principais feitos dos espartanos

Esparta tem uma história marcada por grandes acontecimentos, sobretudo no período Clássico da história da Grécia Antiga. Nessa época, o poder de Esparta atingiu o seu auge e a cidade era uma grande potência e disputava a supremacia da Grécia com os atenienses.

Um momento marcante de Esparta foram as Guerras Médicas, um conflito da Pérsia contra as pólis gregas, no século V a.C. O motivo da guerra foi o apoio dos atenienses para a revolta de cidades na Jônia contra o domínio persa. Dessa forma, a Pérsia fez uma expedição punitiva que anexaria a Grécia ao Império Persa.

Em resumo, grande parte da pólis se uniu para barrar o avanço dos persas, e duas guerras foram necessárias para dar fim ao conflito. Dentre elas, Esparta se destacou na Segunda Guerra Médica, por causa da resistência espartana na Batalhas das Termópilas.

Afinal, apenas 300 espartanos lutaram contra 80 mil persas. Durante a batalha, o intuito dos espartanos era atrasar os persas para que as defesas na Grécia pudessem se organizar.

Apesar dos gregos terem vencido as Guerras Médicas, pouco tempo depois a Grécia se dividiu entre duas grandes potências locais: Atenas e Esparta. Essa rivalidade causou a Guerra do Peloponeso, outro feito marcante na história espartana.

Em síntese, a Guerra do Peloponeso ocorreu entre 431 a.C. e 404 a.C. e foi um conflito entre atenienses e espartanos, mais os aliados de cada cidade, pela disputa da supremacia da região. Esparta saiu vitoriosa, entretanto, foi vencida pelos tebanos em 371 antes de Cristo. Com isso, os espartanos perderam a supremacia na Grécia.

Fontes: Aventuras na História, Mundo educação, História do mundo,  BBC, Info Escola e Mega Curioso

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