Inaugurado em 1914, o Canal do Panamá é um caminho artificial no mar com 82 km de comprimento. Localizada no Panamá, na América Central, a via recebe uma circulação intensa de mercadorias, visto que fica dividida entre os oceanos Pacífico e Atlântico.
Dessa forma, existem dois caminhos que cortam o Panamá, sendo o estreito de Culebra, que possui 90 metros de largura e o Lago de Gatún, que se expande em 350 metros de largura.
A propósito, a construção do trecho teve influências econômicas e políticas, considerando uma briga pela gestão entre a Colômbia, França e Estados Unidos.
Por isso, vamos conhecer um pouco mais sobre o Canal do Panamá, sua construção, estrutura e curiosidades. Ademais, são informações que cercam um processo árduo para os panamenhos e um governo com intenção de lucro e golpe militar.
O que é o Canal de Panamá?
O território do Panamá era uma província colombiana no século XIX, o que provocava o interesse dos países desenvolvidos. Nesse meio tempo, a Companhia Universal do Canal Interoceânico do Panamá foi criada, em 1879, pelo francês Ferdinand de Lesseps.
A ideia era construir um canal marítimo com a permissão da Colômbia, mas a empresa faliu em 1889. A saber, o motivo da falência é que os operários da empresa foram contaminados com doenças tropicais, como a febre amarela e a malária.
Além disso, já havia problemas no projeto francês. Isto porque, aconteceram desabamentos na construção por causa das fortes ondas do mar. Após o fiasco da França, foi a vez dos Estados Unidos. Antes de tudo, os norte-americanos compraram a empresa falida dos franceses por cerca de 40 milhões de dólares.
O EUA tinha interesse no Canal do Panamá, visto que esse caminho serviria como um atalho até a costa leste da América do Sul, passando entre os oceanos que banhavam o território americano. Por outro lado, os Estados Unidos não queria se submeter aos colombianos, por isso, incentivou o processo de independência do Panamá.
Dessa forma, os americanos disponibilizaram suas tropas marítimas para os panamenhos, a fim de impedir qualquer tentativa de golpe da Colômbia. Como resultado, o apoio militar dos EUA foi forte o bastante para a conquista da “liberdade” do Panamá, em 1821.
Construção do Canal do Panamá
Portanto, o governo local decidiu autorizar a construção do Canal do Panamá, que ficaria no controle dos americanos. Sobretudo, a obra durou 10 anos e envolveu mais de 75 mil trabalhadores, tornando os EUA o gestor da via marítima.
A ação que foi considerada como compensação pela expulsão dos colombianos.
Com o passar do tempo, os panamenhos não tiveram retornos econômicos, assim reivindicaram seus direitos por meio do Tratado Carter-Torrijos, em 1977.
O documento determinava a soberania e a gestão do canal ao Panamá, no entanto esse processo transitório levou 22 anos para finalmente ser entregue aos panamenhos, em 1999.
Tudo começou quando o General Omar Torrijos tomou o poder em 1968 com um golpe militar. Assim, realizou um acordo com os EUA para transferir a administração do canal às lideranças do Panamá a partir de 2000.
Posteriormente, o general morreu em 1981 em um acidente de avião, uma tragédia classificada como conspiração. Mesmo assim, a entrega do canal ao Panamá foi realizada com uma solenidade, como havia sido combinado.
Estrutura
Antes de tudo, o Canal do Panamá foi construído com elevação e rebaixamento de embarcações, um sistema chamado de eclusas. Dessa forma, o projeto foi pensado para driblar os desníveis entre os oceanos, servindo como uma espécie de elevador na água.
Ao passo que, o navio precisava ter largura máxima de 32 metros, profundidade abaixo de 12 metros e menos de 289 metros de comprimento. Essa é a medida ideal para as embarcações atravessarem o sistema de eclusas do Canal do Panamá, estes são chamados de navios Panamax. Após a construção, o trajeto dura de 8 a 10 horas e antes durava dez dias.
Atualmente, o canal recebe 14 mil navios por ano, vindos de 160 nações distintas. Ainda mais, o pedágio acumula uma receita de 2 bilhões de dólares por ano.
Isto porque, o trecho foi expandido em 2016, aumentando o espaço para embarcações maiores e obtendo relações comerciais com os americanos e os asiáticos.
Curiosidades
Como dito anteriormente, antes de pertencer ao Panamá, em 1999, o canal passou pela gestão da Colômbia, França e Estados Unidos. Assim, vamos conhecer outras curiosidades sobre um dos caminhos marítimos mais famosos do mundo.
- Deslocamento: são 77,1 quilômetros de comprimento do Canal do Panamá, uma travessia que leva entre 8 e 10 horas;
- Engenharia: a estrutura é considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno;
- Mortes: há registros de cerca de 20 mil operários que faleceram na fase francesa e outros 5,6 mil durante a fase americana.
- Desativado: Um desabamento de terra em 1915 deixou o Canal de Panamá desativado durante meses;
- Navios: passam mais de 14 mil embarcações por ano no canal, que transportam cerca de US$ 9 trilhões em mercadorias.
- É seguro: O Canal do Panamá é considerado o canal mais seguro do mundo, em comparação com o Suez e o Kiel, contabilizando apenas 1 incidente a cada 4 mil embarcações.
- Pedágio: A taxa para atravessar o canal é calculada com base na carga transportada. Sendo que, a mais alta até hoje foi de quase R$ 855 mil, paga pelo navio de cruzeiro Norwegian Pearl, em 2010.
- Explosão: O caminho para a construção do canal foi aberta com mais de 13,6 milhões de quilos de explosivos.
- Inauguração: A embarcação S.S Ancon foi a primeira a passar oficialmente pelo Canal do Panamá, isto aconteceu no dia 15 de agosto de 1914.
- Números: O último registro de 2008, contabiliza mais de 815 mil embarcações que já haviam passado pelo Canal de Panamá.
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Fontes: InfoEscola, Mundo Educação, Brasil Escola, e Mega Curioso
Imagens: Guia Viajar Melhor, Mar Sem Fim, Mundo Engenharia, Todo Estudo e El Pais