Mais que uma religião, o Budismo é considerado uma filosofia de vida. Em síntese, ela é guiada pelos ensinamentos de Siddhartha Gautama, conhecido como Buda. Sendo assim, os budistas acreditam no caminho da libertação através da consciência, das práticas diárias e crenças espirituais, como a meditação.
A doutrina surgiu na Índia, nos séculos VI, antes de cristo. A filosofia de vida dos budistas é a busca pelo fim do sofrimento humano, assim alcançando a iluminação. Nesse sentido, o nome Buda significa o desperto ou iluminado.
Contudo, os seguidores do Budismo não acreditam em um deus ou divindade para ser adorada, como também não possuem uma rígida hierarquia religiosa. Cada um busca a iluminação de forma individual, apenas se espelhando nos ensinamentos de um guia espiritual.
Origem do Budismo
Siddhartha Gautama foi o primeiro Buda, príncipe da dinastia Sakia, na Índia. Nascido no Nepal, entre 563 e 483 anos antes de cristo, dedicou sua vida ao Budismo. Da mesma forma, se casou e teve um filho, assim tinha uma vida luxuosa e tudo que precisava financeiramente.
Todavia, aos 29 anos, ele levou um choque de realidade ao encontrar quatro pessoas que o fizeram descobrir o sofrimento humano: uma anciã, uma doente, uma morta e um asceta. Ao passo que, ele aprendeu sobre o envelhecimento, as enfermidades e a morte, no qual todas causavam as tormentas vivenciadas pelos seres humanos.
Por último, o asceta religioso lhe deu esperança para encontrar explicações sobre os enigmas da vida que, mais tarde, daria origem ao Budismo. O guia de Gautama vivia de jejum rigoroso e renúncias, assim ele resolveu deixar os seus familiares e partiu na jornada do conhecimento. O jovem raspou a cabeça em sinal de humildade e colocou roupas alaranjadas.
Surgimento do Buda
Após sete anos de privações, Gautama sentiu dentro de si uma imensa sabedoria, imediatamente se dirigiu até uma sombra de uma sagrada figueira. Enquanto meditava, ele recebeu o despertar espiritual, a compreensão da essência universal e a iluminação. Neste momento, ele se tornou o Buda. Por outro lado, não é um deus, apenas um homem que encontrou as suas luzes.
Posteriormente, o recém Buda foi para a cidade de Benares, à margem do rio Ganges, para compartilhar aos outros as suas experiências. Em suma, ele ensinava o caminho para o fim do sofrimento. Basicamente, sua crença se aproxima ao hinduísmo, transformando a filosofia adaptável a cada ser humano que a conhecia.
Além disso, os seguidores do mestre Buda resumem a vida dele em nascimento, maturidade, renúncia, busca, despertar e libertação, o ensino e a morte. Durante 45 anos, Buda pregou sua doutrina nas regiões da índia. A Regra do Ouro é o seu aprendizado mais marcante: “Tudo o que somos é resultado do que pensamos”.
Características da religião
Antes de tudo, o budismo se caracteriza pela forma de ensinar o ser humano a trocar os defeitos culturais da humanidade pelas qualidades que podem ser desenvolvidas. Por exemplo: ao invés de sentir inveja, a pessoa busca alegria pelo sucesso da outra pessoa.
Sendo assim, essa religião é vista como uma atitude perante o mundo, já que a ideia é desapegar do que é passageiro. O Carma é uma expressão em destaque no Budismo, que significa a intenção mental de exercer boas ou más ações. Isto, porque elas retornarão para a pessoa como consequência nos próximos renascimentos.
Assim, os budistas acreditam no rompimento do sofrimento ao passar por outras vidas, como um ciclo de pureza. Esse processo de reencarnação é chamado de “Samsara”, que é regido pelas leis do Carma.
O Budismo se classifica como o “Caminho do Meio”, ou seja, é uma prática não extremista, tanto fisicamente como moralmente. Do mesmo modo, essa ideia evita a autoflagelação, agindo semelhantemente ao senso comum.
Ensinamentos de Buda
As ‘Quatro Verdades’ do Budismo faziam parte dos ensinamentos de Gautama no parque da cidade de Benares, onde estabeleceu os caminhos para chegar à sabedoria, moderação, e igualdade.
- 1. A vida é sofrimento;
- 2. O sofrimento é fruto do desejo;
- 3. Ele acaba quando termina o desejo;
- 4. Ele é alcançado quando se segue os princípios ensinados pelo Buda.
Oito Trilhas
Ao mesmo tempo, outro conceito muito importante do Budismo, são as três marcas da existência: Insatisfação, a impermanência e a falta de um ‘eu’ autônomo. Dito isto, ainda existem a “Senda das Oito Trilhas”, que após seguir as quatros verdades, se torna possível alcançar os caminhos da pureza. São eles:
- 1. Pureza de Fé;
- 2. Vontade;
- 3. Linguagem;
- 4. Ação;
- 5. Vida;
- 6. Aplicação;
- 7. Memória;
- 8. Meditação.
Nesse ínterim, as escolas budistas mais conhecidas atualmente são: Nyingma, Kagyu, Sakya e Gelupa. Portando, as quatro ensinam o caminho da libertação pelas Três Joias: O Buda (como guia), o Dharma (lei ou doutrina pregada por Buda) e o Sangha (discípulos do Budismo).
Expansão do Budismo no mundo
Depois da morte de Gautama, o Budismo se espalhou pela Índia Antiga e depois atravessou todo o oriente. Em contrapartida, a doutrina original começou a ter diferenciações, como mahayana, lamaísmo e hinayana. Aos poucos, o Budismo se misturou com o Hinduísmo.
No entanto, foi após a conversão do príncipe Shotoku Taishi ao Budismo, que a religião se tornou nacional na Coréia e no Japão, em meados do século VII. O Tibete também aderiu ao Budismo, mas com mudanças introduzidas pelo monge budista Hindu, Padma Sambhava.
Na Europa, o Budismo chegou em 1819, através do alemão Arthur Schopenhauer, que desenvolveu novos conceitos. Definitivamente, a religião se expandiu pelo mundo com templos budistas em diversos países das Américas, Austrália e Europa.
Todavia, sofreu algumas mudanças, visto que os monges adaptavam a doutrina conforme cada sociedade. Atualmente, o budismo está concentrado em países como Japão, China, Tibete e Tailândia. No Brasil, existem cerca de 145 mil budistas.
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Fontes: Toda Matéria, InfoEscola, Significados,
Imagens: Quinta Dellarte, Youtube, Instituto Ivoti, Pinterest, O Explorador, Revista Galileu