Augusto Pinochet foi general do exército do Chile e ficou conhecido por ser um dos ditadores mais cruéis da América Latina. A ditadura chilena teve início, em 1973, após Pinochet destituir o então presidente do país, Salvador Allende.
O golpe militar, e posterior Ditadura Militar, arquitetado por Pinochet, durou até 1990. Como resultado dos 17 anos de ditadura, os chilenos conviveram com torturas, mortes e, até mesmo, casos de canibalismo.
Apesar dos crimes contra a humanidade, Pinochet não chegou a ser julgado. Dentre os motivos estava a condição de foro privilegiado, por conta do cargo de “senador vitalício” e uma possível condição mental desestabilizada.
Este último fato, inclusive, foi constantemente julgado. Isso porque, Pinochet começou a apresentar sinais de debilitação somente após ser acusado internacionalmente pelos crimes que cometeu durante a ditadura.
Antes de entender como o Chile imergiu em um período ditatorial extremamente cruel, é importante saber quem foi Augusto Pinochet.
Vida de Augusto Pinochet
Augusto José Ramón Pinochet Ugarte, conhecido apenas como Augusto Pinochet, era filho de Avelina Ugarte Martínez e Augusto Pinochet Vera. Nasceu no dia 25 de novembro de 1915, em Valparaíso, no Chile.
A carreira como militar teve início logo cedo, quando Pinochet tinha 17 anos. O jovem ingressou na Academia Militar de Santigo e, assim que terminou os estudos, foi nomeado como segundo-tenente. No novo posto, o jovem foi transferido para Concepción, onde trabalhou no regimento da cidade.
Aos 28 anos, em 1943, Pinochet conheceu Lucía Hiriart Rodríguez, com quem se casou e teve cinco filhos. Após o casamento, Augusto Pinochet decidiu dedicar grande parte do seu tempo a carreira militar.
Por conta dos trabalhos que desenvolvia, logo Pinochet foi notado pelos demais militares. Os esforços renderam sucesso ao segundo-tenente que, mais tarde, subiu de posto e foi nomeado para diversas funções importantes no exército chileno.
Em 1973, Pinochet assumiu a posição de comandante do exército e, como parte dos seus planos, o militar aderiu ao golpe que tirou do governo o então presidente chileno, Salvador Allende.
O Golpe Militar
O golpe militar arquitetado por Augusto Pinochet começou, na verdade, quando Carlos Prats, comandante-chefe do Exército, se recusou a tentar qualquer golpe militar contra o presidente Salvador Allende, eleito em 1970.
Com a eleição de Salvador – presidente com ideias socialistas – grande parte dos integrantes e apoiadores do exército, que eram conservadores, ficaram extremamente incomodados. Com isso, os militares começaram a conspirar contra o governo, armando uma deposição do então presidente chileno.
Quando Carlos Prats se recusou a fazer parte de qualquer tentativa de golpe, Pinochet – que na época era general-chefe do exército – assumiu a posição de Prats. Após assumir o cargo de comandante-chefe, Pinochet dei início ao golpe militar, apoiado pelos Estados Unidos.
Assim, no dia 11 de setembro de 1973, o Palácio de La Moneda, onde estava o presidente Allende, foi bombardeado durante três horas.
Sem saída, o presidente não renunciou e muito menos se rendeu aos ataques. Como resultado, Salvador Allende cometeu suicídio, assim que o exército dominou todo o Palácio.
Ditadura de Augusto Pinochet
Logo após a tomada do Palácio de La Moneda, Augusto Pinochet foi indicado para assumiu o cargo de representante do exército chileno. Dessa forma, no dia 17 de junho de 1974, o líder do exército se tornou Chefe Supremo da Nação do Chile.
Alguns anos após se tornar chefe supremo, em 1981, Pinochet se autoproclamou Presidente do Chile. Assim, com a ditadura militar instalada no país, os chilenos começaram a enfrentar um período de repressão e controle de qualquer tipo de oposição ao governo ditatorial.
Nesse sentido, faziam parte das ações do ditador chileno, eliminar todos os partidos os partidos do país e organizar, de forma conjunta, os poderes de Estado. Logo, os partidos de esquerda que existiam no Chile foram banidos e a criação de novos partidos se tornou ilegal.
Além disso, Pinochet foi responsável por liderar perseguições, mortes e casos de tortura no Chile, principalmente contra grupos opositores ao seu governo. Os números daquela época apontam que, aproximadamente, 3 mil pessoas foram assassinadas durante a ditadura chilena.
Como as ações de Augusto Pinochet iam contra os direitos humanos, em 1977, o ditador foi condenado pela comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Nesse sentido, para se livrar das acusações, Pinochet decidiu organizar plebiscitos.
Neste caso, nos plebiscitos – organizados em 1978 e 1980 – a população deveria votar a permanência ou não de Pinochet como presidente do país. Como resultado, 56% da população votou pela não permanência do ditador no poder.
Fim da ditadura chilena
Após o referendo votado pela população, no qual 56% decidiu pela não permanência de Augusto Pinochet no poder, o ditador chileno optou por realizar eleições presidenciais, em 1989. Dessa forma, Patricio Aylwin foi eleito como presidente chileno.
Apesar da eleição de Aylwin, Pinochet permaneceu como chefe do exército e, além disso, senador vitalício – cargo ocupado durante a redemocratização do Chile.
Entretanto, Augusto Pinochet permaneceu em ambas as posições até 1998, quando decidiu renunciar os cargos por questões de saúde. Ao longo dos anos que se passaram, Pinochet foi acusado pelos crimes contra a humanidade, cometidos durante a ditadura.
Após a acusação, o ex-ditador apresentou piora no quadro de saúde e, por conta disso, não foi condenado pelos crimes que cometeu. Alguns historiadores acreditam que, na verdade, as fragilidades mentais de Pinochet foram forjadas como forma de fugir dos julgamentos.
Por fim, Augusto Pinochet faleceu no Hospital Militar de Santiago, no Chile, no dia 10 de dezembro de 2006.
Você sabia?
Augusto Pinochet transformou o Chile em um ditadura militar por 17 anos. Ao longo deste período, a capital chilena, Santiago, foi transformada em um verdadeiro campo de concentração.
Como parte das ações do ditador, diversas ordens de tortura e extermínio eram dadas para conter as atividades de apoiadores de esquerda, estudantes, indígenas, trabalhadores sindicais e católicos. Em síntese, todos os grupos eram enviados para centros de tortura.
Apesar das torturas, casos de canibalismo e abuso sexual, Augusto Pinochet ainda é visto como herói no Chile, além de outros países. Durante seu enterro, por exemplo, mais de 60 mil pessoas compareceram e choraram pela morte do ex-ditador.
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Fontes: Guia do Estudante, Brasil Escola, Info Escola e Aventuras na História
Imagens: El País, Argentina Reports, Veja, Tico Times, Saiba Mais, Piensa Chile e Correio do Povo