O Simbolismo no Brasil surgiu em 1893, quando o poeta Cruz e Souza publicou os livros Missal e Broquéis. Anteriormente conhecido como Decadentismo, a estética simbolista nasceu no país como negação ao Realismo e ao Naturalismo.
Ao contrário da Europa, no Brasil o Simbolismo não teve tanta visibilidade, ficando à sombra do Parnasianismo. Entretanto, mesmo não tendo tanto prestígio, o Simbolismo brasileiro acabou por prenunciar outros movimentos literários do século XX.
Com forte ligação com o misticismo e o mistério, o Simbolismo no Brasil revelou nomes importantes de autores que se dedicaram a essa corrente, como o caso de Alphonsus de Guimarães e Cruz e Souza.
Nesse sentido, o Simbolismo no Brasil surgiu como influência para o teatro e para as artes plásticas, além é claro, da literatura.
Contexto histórico do Simbolismo no Brasil
Durante a segunda metade do século XIX, a Europa deixava evidenciar a diferença social entre a elite e o proletariado. Nesse sentido, enquanto a burguesia enriquecia – e muito desse enriquecimento se dava porque os burgueses realizavam o comércio – os trabalhadores viviam à beira da miséria.
Nesse ínterim, os movimentos sociais iam ganhando força e o conflito entre as classes era cada vez mais evidente. Potências da época expandiam seu império na Ásia e na África. O progresso científico também gerou uma forte corrida armamentista, por exemplo.
Após a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República, surgia também o Simbolismo no Brasil, movimento literário que se opunha a outros movimentos recorrentes, como o Realismo e o Parnasianismo.
Nesse período, o Brasil enfrentava a miséria dos escravos libertos, deixados à própria sorte após a abolição, além de conflitos políticos em decorrência da ditadura de Floriano Peixoto, que durou de 1891 a 1894. Nesse contexto surgiu o Simbolismo no Brasil, com artistas propondo a fuga da realidade.
Primeiramente, para os autores do Simbolismo no Brasil, a vida como ela é já não seria mais interessante. Dessa forma, obras que explorassem a fantasia deveriam dar lugar a obras de caráter realista.
Características do Simbolismo
Conhecido por agir em oposição ao Parnasianismo, o Simbolismo tinha como característica a despreocupação com a perfeição dos parágrafos, como as obras parnasianos. Além disso, a literatura desse movimento abordava temas que variavam entre o mistério e o misticismo.
Os autores simbolistas também davam prioridade para a intuição em lugar da razão e da lógica. Nesse sentido, utilizavam recursos do imaginário, dando ênfase a todo tipo de tema que vagasse entre a subjetividade e o misticismo, como dito anteriormente.
As obras eram marcadas por um caráter individualista. O Simbolismo no Brasil também ficou marcado por não levar em consideração questões sociais que tinham espaço em outros movimentos. Todavia, neste período também pode-se observar uma preferência pela cor branca.
A estética do Simbolismo também foi muito marcada pela musicalidade, mostrando uma relação entre a poesia e a música. Os autores utilizavam a aliteração, figura de linguagem marcada por repetir um mesmo fonema consonantal. Em suma, os simbolistas escreviam sobre o inconsciente humano e exploravam bastante os sonhos.
Autores importantes do Simbolismo no Brasil
Em 1893, o poeta Cruz e Sousa publicou as obras Broquéis e Missal, com poesia e poemas em prosa. Essas obras ficaram conhecidas por serem um marco para o Simbolismo no Brasil.
Todavia, o Simbolismo no Brasil conheceu nomes que se tornaram tão importantes quanto o do poeta catarinense:
1 – Cruz e Sousa (1861-1898)
Nascido em Florianópolis e filho de escravos alforriados, Cruz e Sousa (1861-1898) ficou conhecido por sua poesia com profundidade filosófica, sempre em busca da essência das coisas.
Entretanto, seus textos eram marcados pela melancolia e pela obsessão pela cor branca. Suas principais obras são Broquéis e Missal, ambos de 1893 e considerados um marco para o Simbolismo no Brasil.
2 – Alphonsus de Guimarães (1870-1921)
Outro nome do Simbolismo no Brasil, Alphonsus Guimarães nasceu em Ouro Preto. O autor tem uma linguagem mais suave que Cruz e Sousa.
Todavia, sua poesia tem a religiosidade como marca. Alphonsus de Guimarães também evidencia o misticismo, sempre associado à ideia de morte.
Suas principais obras são Septanário das dores de Nossa Senhora, Câmara ardente e Dona Mística, todos de 1899. Em seguida, o autor ainda lançou Kyriale (1902) e Mendigos (1920).
3 – Augusto dos Anjos (1884-1914)
Foi um dos grandes nomes do Simbolismo no Brasil, embora tenha características pré-modernas em sua obra.
O poeta da morte, como era conhecido, explorava temas sombrios em seus poemas, que carregavam forte pessimismo e subjetivismo. O poeta publicou um único livro, intitulado Eu.
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Fontes: Educa Mais Brasil, Toda Matéria, Brasil Escola, Português
Imagens: Stoodi, Aventuras na História, Jornal NH, Jornal GGN, Revista Prosa Verso e Arte, Agência Brasil