O humanismo foi um movimento responsável por reformular o campo sociocultural pós-feudalismo. Como resultado disso, desenvolveram-se novas formas de fazer e pensar artes, ciência e política. Caracterizado pela transição do teocentrismo para o antropocentrismo, esse movimento trouxe os seres humanos para o centro de tudo.
Visto que houve a valorização da figura humana, as relações intra e interpessoais sofreram modificações. Ao passo que a Igreja Católica perdeu influência, muitas respostas fugiram do âmbito sobrenatural. Portanto, a lógica racional conquistou um espaço de credibilidade perante o social.
Ao mesmo tempo em que encerrou a era medieval, o humanismo abriu portas para o Renascimento. Embora inicialmente tenha recebido esse nome por influenciar o desenvolvimento dos estudos de humanidades (literatura, história e filosofia), o movimento carrega esse título por apresentar uma nova ótica sobre o que é ser humano.
Contexto histórico e influências
A gênese do humanismo aconteceu na Itália do século XV. Assim como mencionado acima, esse período marcou a transição da Idade Média para a Idade Moderna. Como resultado do enfraquecimento feudal, a burguesia ganhou bastante força e influência.
Dessa forma, houve maior investimento em novas técnicas e tecnologias. A criação da prensa móvel e as Grandes Navegações trouxeram consigo uma grande revelação: a religião não guiava o mundo. Visto que novos povos e culturas foram descobertos, inúmeros filósofos questionaram a existência divina.
Já que o destino não poderia mais ser deixado nas mãos de um deus, o humanismo impulsionou o movimento intelectual. Graças a isso, ciências foram desenvolvidas e mais conhecimento foi produzido. O aprendizado deixou de ser limitado a conceitos religiosos e dogmas católicos.
Ademais, no contexto político o Absolutismo entrou em alta. Visto que até mesmo a realeza estava se desligando da Igreja, cabia a população parar de buscar respostas no imaterial e começar olhar para o outro e para si mesmo.
Características do humanismo
A principal característica do humanismo era sua busca incessante pela razão e explicação para os fenômenos do mundo. No entanto, esse estava longe de ser o único traço do movimento. Outra importante especificidade humanista foi o resgate da Antiguidade Clássica, a Grécia Antiga foi revisitada.
Apesar do deus cristão não ser tratado como centro do universo no humanismo, isso não extinguiu a religião. Na verdade, a sociedade seguiu acreditando no divino, só que se colocando em um papel protagonista e responsável por suas próprias ações e consequências resultantes delas.
Logo, o indivíduo pós-feudalismo e pré-renascimento não aceita uma verdade sem antes questioná-la ou experimentá-la. Além disso, a mitologia clássica dividiu espaço com as crenças cristãs. Dentre as demais características do humanismo estão:
- Racionalismo
- Empirismo
- Hedonismo
- Naturalismo
Além disso, o humanismo contribuiu fortemente para o avanço científico e artístico. Só para ilustrar, esse movimento resultou na distinção entre música e poesia, descrição detalhada da figura humana e descentralização do conhecimento e do poder, que antes eram restritos ao clero e à nobreza.
Humanismo no conhecimento e nas artes
Acima mencionamos a influência do movimento humanista no conhecimento e nas artes. Contudo, a mesma merece um destaque. Pois bem, ao passo que a ciência desenvolveu-se para sustentar hipóteses antes apresentadas pela Igreja, novos campos do conhecimento surgiram:
- Filologia: estudo da origem das palavras
- Historiografia: estudo da escrita da história
- Anatomia: estudo do funcionamento do corpo humano
A atividade artística passou a ser um indicador de prestígio social. Assim, curiosamente, como forma de reconquistar seu espaço, a Igreja passou a patrocinar artistas e literatos para mostrar sua riqueza. Michelangelo, Leonardo Da Vinci e Nicolau Copérnico são alguns dos nomes que desfrutaram esse cenário.
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Fontes: Toda Matéria, Brasil Escola, Stoodi, Significados, Conceitos e Definições.
Imagens: Tumblr, Zicasso, InfoEscola, GQ.