Ativista e pastor, Martin Luther King Jr. foi um dos principais líderes na busca por direitos civis dos negros e na luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos.
Ativista político, Martin reivindicava salários dignos e mais postos de trabalho. Além disso, defendeu os direitos das mulheres e foi contra a Guerra do Vietnã.
Filho e neto de pastores da Igreja Batista, nascido em Atlanta no dia 15 de janeiro de 1929, ele seguiu a mesma carreira. Formou-se em sociologia na Morehouse College, em 1948. Mais tarde, após formar-se no Seminário Teológico Crozer, Martin se tornou doutor Teologia Sistemática pela Universidade de Boston.
Na sua última graduação, conheceu sua esposa Coretta Scott King. Em 1954, Luther King se tornou pastor de uma congregação no Alabama.
Por ter vivido grande parte de sua vida em meio à política segregacionista estadunidense, ele dedicou sua carreira a defender a igualdade entre negros e brancos. Além disso, também lutou pelos direitos das mulheres e se posicionou contra a Guerra do Viatnã.
Sobretudo, em sua busca por igualdade, o ativista utilizava de métodos pacíficos inspirados em Mahatma Gandhi, Henry David Thoreau e nos ideais cristão. Martin Luther King Jr. se tornou parte da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP) e, em 1964, recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Luta pelos direitos dos negros
O ano de 1955 foi bastante importante na luta contra segregação racial nos Estados Unidos. A situação era trágica, principalmente nos estados do sul do país. Uma vez que leis proibiam negros de andarem, sentarem, comprarem, morarem e estudarem nos mesmos lugares que os brancos. Este, portanto, foi o ano em que Martin Luther King iniciou de fato sua briga pelos direitos civis da população negra.
No dia 1 de dezembro de 1955, aconteceu um episódio que marcaria essa luta na cidade de Montgomery. A costureira negra, Rosa Parks, membro da NAACP, ocupou um lugar reservado a pessoas brancas dentro de um ônibus. E, por conta disso, foi detida e multada.
Martin Luther King apoiou e liderou um protesto pela soltura dela. Aos poucos, milhares de negros se juntaram à manifestação. Não usavam mais os ônibus, caminhando para seus trabalhos. Dessa forma, as empresas de transporte público sentiram o prejuízo. O movimento foi tão intenso que durou 382 dias.
No entanto, enquanto protestava, Luther King teve sofreu muitos atentados. Chegou a ser preso e sua casa bombardeada. E em 13 de novembro de 1956, a Suprema Corte norte-americana aboliu a segregação racial nos ônibus de Montgomery. Sendo assim, a primeira manifestação vitoriosa. No mês seguinte, para Martin entrou num ônibus juntamente com Glen Smiley, sacerdote branco, ocupando lugares na primeira fila do transporte.
Em 1957, ele fundou e foi o primeiro presidente da Conferência da Liderança Cristã do Sul. Começou, então, a encabeçar novas campanhas e, três anos depois, conseguiu a liberação para negros entrarem em parques públicos, bibliotecas e lanchonetes. Martin Luther King foi bastante perseguido por grupos racistas como Ku Klux Klan.
“Eu tenho um sonho”
O seu posicionamento na luta contra discriminação racial, deu a Martin Luther King milhares de seguidores. O ano de 1963 foi o auge, ao liderar a Marcha sobre Washington. A ocasião ficou marcada pelo discurso I Have a dream (em português, Eu tenho um sonho), feito para 250 mil pessoas.
A mensagem era sobre o sonho de existir uma sociedade onde negros e brancos possam viver em harmonia. Sendo assim, ao lado de outros representantes contra a discriminação racial, Martin foi recebido pelo então presidente J.F. Kennedy.
Da reunião surgiu a promessa de apressar a política contra a segregação nas escolas. Bem como abrir o mercado de emprego para a comunidade negra, que sofria com a falta de trabalho. No entanto, em 22 de novembro de 1963, ocorreu a fatalidade do assassinato do presidente.
Mas não havia possibilidade de desistência. E, no ano seguinte, foi criada uma Lei dos Direitos Civis. Essa lei previa a igualdade social de negros e brancos. Também em 1964, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz, sendo o homem mais jovem a recebê-lo.
O discurso
“Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: “Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais”.
Tenho um sonho que um dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade.
Tenho um sonho que um dia o estado do Mississípi, um estado deserto, sufocado pelo calor da injustiça e da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu carácter.
Tenho um sonho, hoje.
Tenho um sonho que um dia o estado de Alabama, com os seus racistas malignos, cujos lábios do governador atualmente pronunciam palavras de recusa, seja transformado numa condição onde pequenos rapazes negros, e raparigas negras, possam dar-se as mãos com outros pequenos rapazes brancos, e raparigas brancas, caminhando juntos, lado a lado, como irmãos e irmãs.”
A morte de Martin Luther King
Martin Luther King lutou pelo que acreditava até o dia de sua morte. Em 1968, o pastor e ativista estava encabeçando mais uma manifestação. Os protestos reuniram milhares de defensores dos direitos civis. O movimento ia desde Selma até Montgomery.
Foi descansando, antes de uma nova marcha, na cidade de Memphis, que ele foi assassinado no dia 4 de abril. Apesar do suposto assassino ter se entregado, logo em seguida ele negou ter sido o autor do crime.
Anos mais tarde, em 1977, sua esposa recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade e, em 2004, a Medalha de Ouro do Congresso Americano. Essa última foi dada pelos 50 anos da promulgação da histórica Lei dos Direitos Civis. Além disso, foi instituído nos EUA o Dia de Martin Luther King Jr. (20 de janeiro) como feriado nacional.
O que você achou de aprender sobre esse importante personagem na luta pela igualdade racial? Então, dá uma olhada nesse outro texto Apartheid: saiba o que foi e como dividiu a África do Sul entre negros e brancos.
Fontes: Toda Matéria e Ebiografia.
Imagem de destaque: O Globo.