Manuel Bandeira, quem foi? Biografia, modernismo e obras

Manuel Bandeira foi um poeta brasileiro ligado ao modernismo, e atuou como professor de literatura, crítico literário e de arte.

Manuel Bandeira, quem foi? Biografia, modernismo e obras

Primeiramente, Manuel Bandeira foi um poeta brasileiro nascido em 1886. Além de poeta, também atuou como professor de literatura, crítico literário e crítico de arte. Seus poemas mais famosos incluem “Vou-me Embora pra Pasárgada” e “Os Sapos”.

Todavia, sua poesia está ligada a momentos distintos da literatura brasileira, como o parnasianismo e o simbolismo. Entretanto, foi com o modernismo que o autor flertou durante o primeiro momento do movimento.

Contudo, sua obra aborda temas como a paixão pela vida, a morte, o amor, o erotismo, a solidão, o cotidiano e a infância. Todavia, Bandeira também ficou conhecido por usar o verso livre, a língua coloquial e a irreverência.

Biografia de Manuel Bandeira

Antes de tudo, Manuel Bandeira nasceu em 19 de abril de 1886, na cidade de Recife, estado de Pernambuco. Nesse sentido, foi poeta, produtor, trabalhou com tradução e crítico tanto de artes, quanto de literatura. Quando ainda era criança, se mudou para o Rio de Janeiro para estudar e se formar em Letras.

Manuel Bandeira, quem foi? Biografia, modernismo e obras
Folha de S.Paulo.

Contudo, em 1903 ingressou no curso de Arquitetura na Faculdade Politécnica em São Paulo, porém acabou abandonando por conta de seu quadro de saúde frágil, resultado de uma tuberculose. Nesse sentido, prontamente Manuel Bandeira se mudou para a cidade de Campanha, em Minas Gerais e para Teresópolis e Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Todavia, em 1913 acabou internando-se no sanatório de Clavadel, na Suíça, voltando ao Brasil em 1914. Contudo, Manuel Bandeira começou a se dedicar a literatura e, em 1917 publicou seu primeiro livro de poemas, intitulado ‘A Cinza das Horas’.

Nesse sentido, Manuel Bandeira ganhou notoriedade na literatura brasileira com a poesia, entretanto, também se dedicou à prosa, às crônicas e memórias. Todavia, em 1938 iniciou a carreira como professor de Literatura no Colégio Pedro II.

Nesse sentido, ainda em vida, em 1940 entrou para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 24. Posteriormente, também acabou atuando como professor de Literatura Hispano-Americana na Faculdade Nacional de Filosofia, em 1943.

Entretanto, no dia 13 de outubro de 1968 o poeta Manuel Bandeira faleceu na cidade do Rio de Janeiro. Todavia, um pouco antes de sua partida, suas poesias foram reunidas no volume Estrela da Vida Inteira, de 1966.

Manuel Bandeira: o crítico

Por outro lado, como crítico de arte, Manuel Bandeira manteve afeição pelas igrejas coloniais da Bahia e de Minas Gerais. Todavia, também destacou a arte arquitetônica dos conventos e de casarões da Bahia e do Rio de Janeiro, assim como as formas simples de igrejas do interior.

Todavia, como crítico de literatura e historiador literário, o escritor sempre foi tido como um humanista. Nesse sentido, seus estudos sobre as Cartas Chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga, o esboço da biografia de Gonçalves Dias e a organização de antologias de vários poetas brasileiros fizeram com que ele ganhasse destaque.

Da mesma forma, em 1954 publicou o livro de memórias Itinerário de Pasárgada, com memórias e todo o conhecimento sobre o formalismo poético que lhe era característico. Nesse sentido, estavam reunida técnicas de poesia, processos de aprendizagem literária e suas sutilezas de criação.

Produção literária modernista

Acima de tudo, ligado ao movimento modernista, Manuel Bandeira também flertou com outros períodos da literatura brasileira, como o parnasianismo, o simbolismo e até mesmo a poesia concreta.

Nesse sentido, a produção literária de Manuel Bandeira encaixada no período modernista nos remete à primeira fase do movimento. Todavia, como característica deste momento, podemos destacar a liberdade de criação, traduzida na presença dos versos livres; a aproximação entre a língua falada e a escrita, além da presença de elementos regionalistas.

Modernistas na Semana de Arte Moderna de 22.

Nesse sentido, seu livro Libertinagem, de 1930, é considerado como o primeiro inteiramente modernista publicado pelo poeta. Todavia, como forma de oposição à arte acadêmica, os poemas deste livro são marcados pelo uso da fala popular, do cotidiano.

Em contrapartida, Manuel Bandeira colaborou junto aos modernistas com publicações em revistas da época, caso da Klaxon e da Antropofagia. Posteriormente, no segundo dia da Semana de Arte Moderna de 22, seu poema ‘Os Sapos’ foi lido por Ronald Carvalho.

Primordialmente, este poema faz uma crítica em tom irônico ao parnasianismo, estilo predominante nos finais do século XIX. Todavia, era marcado pelo rigor na forma, com métricas e rimas bem definidas e marcado pela alienação social, culto à beleza e à objetividade. Além disso, carrega uma simbologia acadêmica, que se opõe aos ideais da geração modernista.

As fases do poeta

Antes de mais nada, a poesia de Manuel Bandeira está classificada como integrante da primeira geração modernista. Contudo, preserva-se características deste movimento, como os versos livres e o uso de elementos regionalistas.

Todavia, estudiosos da literatura brasileira costumam classificar a obra poética de Manuel Bandeira em três fases distintas:

1ª fase: a princípio, compreende os livros ‘A Cinza das Horas (1917)’, ‘Carnaval (1919)’ e ‘O ritmo dissoluto (1924)’. Todavia, caracteriza-se pela presença de elementos da tradição anterior, parnasianista e simbolista, sendo chamada de fase pré-modernista.

Manuel Bandeira, quem foi? Biografia, modernismo e obras
Biblioteca Pública do Paraná.

2ª fase: à primeira vista, compreende o período entre os livros ‘Libertinagem (1930)’ e ‘Estrela da manhã (1936)’. Nesse sentido, apresenta um poeta maduro, com domínio de sua técnica e consolidado em seu estilo, caracterizado pelo modo despojado e humilde. Todavia, é neste período em que Manuel Bandeira se preocupa em se fazer presente a herança modernista.

3ª fase: primeiramente, fazem parte os livros de Manuel Bandeira ‘Lira dos cinquent’anos (1940)’, ‘Belo belo (1948)’, ‘Mafuá do malungo (1948)’, ‘Poemas traduzidos (1948)’, ‘Opus 10 (1952)’ e ‘Estrela da tarde (1963)’. Nesse sentido, esta fase observa o uso de elementos clássicos, todavia combinados com experimentos esparsos.

Poema de Manuel Bandeira

Consoada

Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.

Então, o que achou da matéria sobre Manuel Bandeira? Se gostou, leia também: Simbolismo no Brasil – História, características e principais autores.

Fontes: Toda Matéria, Academia Brasileira de Letras, Ebiografia, Brasil Escola

Imagens: Revista Prosa Verso e Arte, Folha de S.Paulo, Arte ref, Biblioteca Pública do Paraná

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