As Guerras Napoleônicas, que tiveram início em 1803 e duraram cerca de 12 anos, foram um conjunto de conflitos ocorridos entre revolucionários franceses e a monarquia europeia. Esse período bélico é, portanto, um dos mais importantes da história e teve como nome principal o líder político Napoleão Bonaparte (1769-1821).
Napoleão Bonaparte, considerado um herói nacional, revolucionário, tinha como ideal os preceitos da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Assim, ele pretendia espalhar esses preceitos e dissolver a monarquia absolutista na Europa.
Para isso, derrubou Luís XVI do trono, dando origem ao que conhecemos hoje como Guerras Napoleônicas. Durante os anos de conflito, no intuito de deter as investidas expansionistas de Bonaparte, várias coligações foram feitas entre nações europeias, chamadas também de Coalizões.
Entretanto, o líder político parecia invencível, pois acumulou diversas vitórias de batalhas que ocorreram sob seu comando. Por isso, ele é considerado um dos maiores gênios militares da história.
Contexto das guerras napoleônicas
A Revolução Francesa, iniciada em maio de 1789 e finalizada em novembro do ano seguinte, foi um período de muita agitação política e social na França. O pontapé da Revolução foi a intensa insatisfação do Terceiro Estado com a monarquia absolutista.
No sistema de monarquia absolutista, apenas uma pequena minoria obtinha privilégios, o que acabou gerando crises econômicas, políticas e sociais de grandes proporções. Desse modo, essas crises motivaram a Revolução Francesa, que era pautada em ideais iluministas.
Assim, após a derrubada da monarquia, a preocupação passou a ser a conservação do poder e da ordem interna. Para auxiliar no cumprimento desses objetivos, foi requerido auxílio do exército.
Nessa época, o exército estava envolvido em campanhas militares fora do território francês, que tinham como objetivo a expansão dos territórios franceses.
É nesse momento, portanto, que o então jovem general Napoleão Bonaparte passou a se destacar, pois era visto como alguém que poderia reestabelecer a ordem. Assim, em novembro de 1799, Napoleão protagonizou um golpe de estado na França, o chamado Golpe do 18 de Brumário.
O golpe marcou, dessa forma, o fim da Revolução Francesa e a ascensão de Bonaparte ao poder, bem como o estabelecimento dos interesses burgueses na França.
Esse foi, portanto, o início do primeiro dos três períodos de Napoleão como governante da França. A esse período se seguiu o Império e, mais tarde, o Governo dos Cem Dias.
Investidas expancionistas
Após diversas manobras políticas que auxiliaram a concentrar maior poder na figura de Napoleão Bonaparte, as guerras napoleônicas começaram a se delinear.
Isso porque, uma das principais características da chamada Era Napoleônica foi o expansionismo, ou seja, a conquista de territórios alheios.
Em 1804, Napoleão Bonaparte foi aclamado Imperador da França. Entretanto, desde antes de alcançar esse posto, ele já estava trabalhando em seu ideal de conquistar territórios na Europa e territórios além dela também.
O objetivo dessas conquistas era, portanto, o de anexar esses territórios aos domínios franceses, de modo a expandir o domínio do país.
Diversas nações europeias promoveram contratos de coligações na tentativa de conter as investidas bonapartistas. Os confrontos decorrentes desse contexto são chamados, portanto, de guerras napoleônicas.
As fases das guerras napoleônicas
No período das guerras napoleônicas, a França disputava com o Reino Unido a hegemonia na Europa. Com o intuito de promover a paz entre as duas nações, o Tratado de Amiens foi assinado. Todavia, um ano depois, o acordo foi rompido e os dois países voltaram a confrontarem-se entre si.
Terceira Coalizão
Desse modo, a Guerra da Terceira Coalizão, de 1803, países como Áustria, Suécia e Rússia se uniram ao Reino Unido para combater o Império Francês.
Nessa época a França ocupava parte do território que hoje pertence à Holanda, chamado, na época, de República Batava. Em acréscimo, Napoleão Bonaparte se autodeclarou rei da Itália. Esses foram os motivos que levaram os países mencionados a se unirem ao Reino Unido na tentativa de deter o domínio francês.
Essa coligação, entretanto, não obteve muito sucesso. Isso porque, após o fim da Terceira Coalizão, que ocorreu em 1805, a França mantinha seu domínio sobre várias regiões da Europa.
Quarta Coalizão
Em seguida, no ano de 1806, as guerras napoleônicas viveram mais um de seus episódios: a chamada Guerra da Quarta Coalizão. Nessa fase, o Reino Unido se juntou com a Prússia, a Suécia, a Saxônia e a Rússia para combater a França.
O motivo desses conflitos foi a criação, por Bonaparte, da Confederação do Reno, que era composta por 16 estados alemães e era incorporada pela França.
Um dos episódios mais relevantes desse período foi a chamada Batalha de Friedland, que aconteceu em 1807. Nesse conflito, a França enfrentou e venceu a Rússia.
Novos territórios foram incorporados nos domínios franceses e ocorreu a criação do chamado Bloqueio Continental. O Bloqueio Continental consistia, desse modo, em uma estratégia de enfraquecimento econômico da Inglaterra, o que facilitaria sua conquista.
Guerra Peninsular e Quinta Coalisão
A ocupação francesa no território português e tentativa de domínio de territórios espanhóis deu origem a mais um conflito: a Guerra Peninsular. Nessa guerra, o Reino Unido se juntou com a Espanha e com Portugal, contra a França.
Durante o conflito da Guerra Peninsular ocorria, mais um capítulo das guerras napoleônicas se formou: a Quinta Coalizão. A guerra unia Áustria e o Reino Unido contra a França, teve início em 1809 e se desdobrou em diversas batalhas.
A Guerra Peninsular enfraqueceu a França, que, mesmo assim, venceu a Quinta Coalizão.
Quebra do Bloqueio Continental e a Sexta Coalizão
O chamado Bloqueio Continental foi um importante capítulo nas guerras napoleônicas. O principal objetivo do Bloqueio era o enfraquecimento econômico das Ilhas Britânicas, de modo a facilitar sua conquista. Entretanto, para dar certo, a França precisava que todas as demais regiões aderissem.
De acordo com o que estabelecia o Bloqueio Continental, as nações que desobedecessem a medida seriam invadidas pelas tropas francesas. Em consequência, Espanha e Portugal foram invadidos, sendo, inclusive, este o motivo que levou a família real portuguesa a fugir para o Brasil, que na época era colônia de Portugal.
Acontece que, em 1810, a Rússia retomou as relações comerciais com a Inglaterra, rompendo o Bloqueio Continental. Como represália, a França enviou mais de meio milhão de soldados para a Rússia, em 1812.
Assim, ainda nesse ano, a Rússia se juntou com outros países como a Áustria, a Prússia, a Suécia, a Inglaterra e alguns Estados alemães, formando a Sexta Coalizão contra a França.
Queda de Bonaparte e o fim das guerras napoleônicas
A França, enfraquecida pelos confrontos com a Rússia, foi derrotada em 1914. Com a queda de Napoleão, houve a tentativa de restaurar o Antigo Regime monárquico na Europa.
Porém, Bonaparte reassumiu o poder, o que levou à formação de mais uma coalizão entre Reino Unido, Áustria, Holanda, Suécia, Suíça, Prússia e Rússia.
Como as tropas napoleônicas estavam em desvantagem, a França foi finalmente derrotada, em 1815, na Bélgica, na Batalha de Waterloo. Essa batalha foi, portanto, o marco final das guerras napoleônicas.
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Fontes: Toda Matéria, Info Escola, Brasil Escola.
Imagens: Beduka, Todo Estudo, Aventuras na História, My brain society, Pinterest, Historiar, Estudo kids.