A estética é uma área da filosofia. Ela tem como foco o estudo das formas de arte e da criação de obras artísticas. Sendo assim, a estética estuda o que é belo nas manifestações artísticas e naturais.
Também conhecida como filosofia da arte, a estética remete não apenas ao que é belo, mas também ao sentimento que uma coisa bela desperta nas pessoas.
Inclusive, a palavra estética vem do grego aisthesis, que quer dizer “apreensão pelos sentidos” e “percepção”.
Não por acaso, um dos fundamentos da estética é entender o mundo por meio da percepção. Isto é, entender o mundo por meio dos cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e, por fim, olfato.
Portanto, a função da estética com a percepção do consumidor com a beleza, sensação de prazer e o bem estar contemplativo para com um certo objeto.
Origem do conceito de Estética
O cuidado estético e o que está relacionado à produção artística, já eram vistos, por exemplo, nas pinturas rupestres.
Não só na pré-história, mas em quase todos os períodos históricos, a avaliação estética sempre esteve presente.
No entanto, o conceito em si foi usado pela primeira vez em 1750, pelo filósofo alemão Alexander Baumgarten. De acordo com Baumgarten, a estética estava ligada ao conhecimento sensível.
Isso significa que para entender de forma completa a arte e a produção artística, é preciso usar a sensibilidade.
Desse modo, juntamente com as características da lógica, isto é, do racional, a estética pode ser entendida por meio do sensível.
Vale destacar que, para que a estética chegasse à compreensão dos estudos das formas de arte, assim como do processo de produção artístico, foi preciso distinguir a área da metafísica e da ética.
Sendo assim, essa distinção ocorreu entre 1750 e 1758, com no livro Aesthetica de Alexander Gottlieb Baumgarten.
O belo na Grécia Antiga
Como você já sabe, a estética é definida como o estudo das formas de arte e dos processos de produção artística. Mas antes mesmo da definição do termo, a questão do belo e do valor estético já eram debatidos na Grécia Antiga.
O intuito dos filósofos da época, era entender o motivo que levavam as ações humanas a buscarem pelo estético.
Por exemplo, o filósofo Platão chegou à conclusão que o “belo em si” era uma concepção presente no que ele chamava de “mundo das ideias“.
Dessa forma, ele desenvolveu várias obras que tratam do belo como uma meta a ser alcançada. Um exemplo disso, é a obra O Banquete.
Portanto, todo tipo de produção busca alcançar a ideia da beleza. Tendo isso como base, Platão criticou a poesia e o teatro grego, por achar que esse tipo de arte não era útil.
Ou seja, para Platão, o belo estaria ligado à sua utilidade. Logo, as manifestações artísticas não podiam gerar confusão ou dúvida.
Por outro lado, o filósofo Aristóteles entendia a arte como tudo aquilo pensado no intuito de produzir algo novo. Sendo assim, ele apontou 3 dimensões para considerar algo como arte.
Primeiramente, a arte deveria ter práxis (ação). Além disso, ela deveria ter poiesis (criação) e techné (regras de produção).
Estética na Filosofia
A filosofia sempre se questionou sobre a essência do belo, que é o foco da estética. De acordo com Platão, o belo é algo bom. Sendo que, toda estética idealista, tem como origem essa noção platônica.
Contudo, para Aristóteles, a estética se baseia em dois princípios realistas: a teoria da imitação e a catarse.
Em contrapartida, a estética neoplatônica, que é defendida por Plotino, ressurgiu no Renascimento e entende o belo como uma manifestação do espírito.
Já as ideias de Aristóteles são mantidas no classicismo francês, mesmo que o racionalismo tenha introduzido conceitos de “claridade” e “distinção” como critérios de beleza.
Posteriormente, no século XVII, a história da estética atinge seu auge.
Isso porque os ingleses definiram a diferença entre a beleza experimentada de forma imediata e a beleza relativa. Também foi feita a separação entre o belo e o sublime.
Além disso, Kant estabeleceu o caráter a priori do juízo estético, e apontou o belo como uma “finalidade sem fim”. Ele também nomeou a ciência dos princípios a priori da sensibilidade como estética transcendental.
Já no século XIX, G.T. Fechner criou a estética indutiva ou experimental. Sendo que ela foi uma oposição à estética especulativa.
Por fim, na estética contemporânea, é preciso destacar duas tendências: ontológica-metafísica e a tendência histórico-socialógica.
Em resumo, a ontológica-metafísica muda de forma radical a categoria de belo e a substitui pela vertente do verdadeiro ou do verídico.
Por outro lado, a tendência histórico-sociológica, contempla a obra de arte como um documento e uma manifestação do trabalho do homem, analisada no seu próprio âmbito sócio-histórico.
Conceito de estética nos dias de hoje
O conceito de estética passou por várias mudanças até o que conhecemos hoje. Na Grécia Antiga, os filósofos definiram o termo e Baumgarten separou o termo da metafísica e da ética.
Hoje em dia, assim como ocorria no passado, os estudiosos buscam entender a origem da busca pelo “pensamento estético”.
Sendo que, nos dias de hoje, a estética é formada tanto pela filosofia, quanto pela arte. Por exemplo, é comum que artistas usem a prática artística junto com a teoria filosófica na produção do conhecimento.
Um exemplo disso, é Ariano Suassuna, que além de ser dramaturgo, também já foi poeta e teórico da estética.
Obras essenciais para entender o conceito:
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Hípias Maior – Platão;
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O Banquete – Platão;
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Fedro – Platão;
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Poética – Aristóteles;
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Crítica da Faculdade do Juízo – Kant;
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Cursos de Estética – Hegel
Fontes: Info Escola; Significados; Toda Matéria; e, por fim; Abstracta.