Você já ouviu falar em deslizamento de terra? Sabe que pode ser um fenômeno natural e antropológico? Aliás, na verdade o que chamamos de deslizamento de terra é apenas uma das categorias dos “movimentos de massa”. Isto é, processo que implica em um desprendimento e locomoção de solo ou material rochoso.
Para completar, esse fenômeno é comum em áreas de relevo acidentado. Principalmente em encostas. Além disso, pode acontecer em lugares sem ocupação humano. Contudo, são mais frequentes em locais onde houve a remoção da cobertura vegetal.
Aqui entendemos a importância da vegetação natural! Basicamente, ela é responsável pela consistência do solo, que controla, por meio das raízes, o escoamento da agua.
O Brasil possui uma predisposição à deslizamento de terra, devido ao clima tropical e seus índices de pluviosidade. Assim, o solo fica encharcado e instável, além de fissuras. Sem contar, que quanto mais íngreme as encostas, maior o risco de deslizamento. Além disso, outro fator que favorece os movimentos de massa é o intemperismo químico. Isto é, alteração da composição do solo.
Mais uma vez podemos destacar o valor da vegetação no local, já que ela reduz os impactos da chuva no solo. Para mais, algumas espécies de plantas possuem sistemas radiculares que favorecem a agregação do solo.
Outro fator é a construção de estradas em locais inadequados. Em resumo, as vibrações geradas pelo trafego intenso movimenta o solo, que pode desencadear um deslizamento.
Como ocorre um deslizamento de terra
Vamos entender como ocorre esse tipo de deslizamento. Basicamente, ocorre quando a camada rochosa de um solo sofre desagregação, devido a um dos fatores citados (como a chuva). Assim, literalmente, essa camada escorrega e desliza, morro a baixo.
Em outras palavras, quando cai a chuva, o solo absorve uma parte da água. Enquanto isso, a outra parte se desloca em forma de enxurrada na superfície. Com isso, a parte de água que se infiltra no solo se acumula com alguns tipos de rochas impermeáveis, não encontrando passagem. Dessa forma, o solo saturado de umidade não consegue suportar e se rompe. Logo, desencadeia o deslizamento de terras nas encostas até a base dos morros.
Um deslizamento de terra pode acontecer em absolutamente no mundo todo. Contudo, no Brasil, as pessoas de baixo poder aquisitivo vivem em locais alternativos, como nas encostas. Assim, em todo período de chuva, vemos noticiários sobre enchentes e deslizamentos, nesses locais marginalizados. Constatando, todo um prejuízo e até mesmo morte.
Tipos de Deslizamento
Os tipos de movimentos de massa variam de acordo com as circunstâncias, como chuva, neve, erupções vulcânicas, entre outros.
Com isso, a medida que ocorre chuva, em morros e encostas, ocorre a locomoção de rochas e solo. Assim, dizemos que ocorreu um escorregamento. Enquanto isso, quando há fortes chuvas e grande quantidade de matéria no escorregamento, dizemos que houve uma corrida de massa.
Além disso, as corridas de massa ocorrem muito em geleiras, em alta velocidade, dependendo da inclinação. Aqui, chamamos de avalanche. Para completar, quando essa corrida de massa é com materiais de origem vulcânica, chamamos de “lahars”. Uma curiosidade: esses deslizamentos podem atingir até 150 km/h e devastar cidades e vilas.
Por mais bizarro que pareça, há deslizamentos no fundo do mar. Quando houve inúmeros tsunamis em 1998, alguns cientistas, acusam esses movimentos de massa os responsáveis.
Fatores que influenciam na ocorrência dos deslizamentos:
Basicamente, o tipo de solo é um dos maiores influenciadores, suas constituição, granulometria e nível de coesão. Além disso, o enclinamento da encosta. Por fim, podemos citar a agua de embebição. Ou seja, a agua que colabora para o peso das camadas do solo, responsável pela consistência e atrito.
Sinais que indicam que pode ocorrer um deslizamento
São sinais bem simples, que você mesmo pode analisar. Caso, você veja rachaduras em alguma encosta, minas d’agua ou uma inclinação anormal de postes, fique esperto! Esses sinais demonstram que a qualquer momento pode ocorrer um deslizamento de terra nas encostas. Imediatamente, informe a defesa civil e os moradores da região.
É importante não desmatar a região e o reflorestamento deve ser feito adequadamente. Isto é, não deve ser utilizado plantas que acumulam agua na raiz, como bananeiras ou coqueiros, isso facilita o escorregamento. Com isso, gramíneas e capim, ou plantas em geral com a raiz longa, são vantajosas, pois sustem o solo.
Confira agora como evitar um deslizamento:
- O mais principal: não destruir a vegetação das encostas;
- Em caso de vazamentos, deve-se consertar o mais rápido possível e não deixar a água escorrendo pelo chão. Além disso, o ideal é construir canaletas;
- É importante juntar o lixo em depósitos para o dia da coleta, além de não deixá-lo entulhado no morro, pois pode entupir o escoamento da agua da chuva;
- Não jogar lixo em vias públicas ou barreiras é necessário, pois ele aumenta o peso e o perigo de deslizamento;
- Não dificultar o caminho das águas de chuva;
- É necessário que as barreiras em morros devem ser protegidas por drenagem de calhas e canaletas para escoamento da água da chuva;
- Não pode fazer cortes nos terrenos de encostas sem licença da Prefeitura, para evitar o aumento da declividade;
- As barreiras devem ser protegidas com vegetação que tenham raízes compridas, gramas e capins que sustentam mais a terra;
- Por outro lado, não plantar bananeiras e outras plantas de raízes curtas, porque as raízes dessas árvores não fixam o solo e aumentam os riscos de deslizamentos;
- Ajuda muito plantar perto das casas, para que a terra não seja carregada pela água da chuva, pequenas fruteiras, plantas medicinais e de jardim;
- Por fim, nos morros e encostas não plantar mamão, fruta-pão, jambo, coco, banana, jaca e árvores grandes, pois acumulam água no solo e provocam quedas de barreiras.
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Fontes: InfoEscola, Geografia e InfoEscola
Imagem Destacada: Núcleo do Conhecimento