Coerência textual, o que é? Tipos, princípios e aplicações

A coerência textual está relacionada com os objetivos de deixar a mensagem escrita inteligível e com Intencionalidade de coesão.

Coerência textual, o que é? Tipos, princípios e aplicações

A coerência textual está relacionada com os objetivos de deixar a mensagem escrita inteligível e com possibilidades comunicativas focadas no entendimento total do texto escrito ou falado.

Assim, é preciso atentar para o sentido das frases parágrafos e do texto geral, a fim de que as ideias sejam descritas de forma coerente, que tenham ordem lógica e cronológica para que não prejudiquem a compreensão do texto.

A coerência textual, também envolve a conexão de ideias, articulações de frases, conhecimento do assunto e domínio da língua. Nesse sentido, se o redator não observa esses fatores, consequentemente o seu texto ficará obscuro e sem inteligibilidade.

Por outro lado, existem outros fatores importantes para a coerência textual que são: A intertextualidade que se relaciona a assuntos mencionados e citados referentes ao texto, e os gêneros textuais que se relacionam ao estilo utilizado no texto.

Assim, o redator precisa utilizar um determinado estilo linguístico até o final do texto e não misturá-los. Isso porque o texto perde seu sentido se o redator misturar os estilos, coloquial e formal.

Tipos de coerência textual

Existem alguns tipos de coerência textual que imprimem um sentido inteligível para a estrutura geral do texto. Por exemplo:

  • Temática: Está relacionada essencialmente à relevância das palavras para a construção do texto. Ou seja, o autor do texto tem que escolher as palavras que vão aperfeiçoar seus objetivos em torno da compreensão e recepção do texto.
  • Pragmática: Relacionada com a comunicação falada. Assim, essa coerência está ligada com a objetividade da mensagem falada.
  • Sintática: O fator sintático está relacionado com a construção e articulação fraseológica. Neste sentido, o redator precisa observar as colocações dos verbos, sujeito e predicado, a fim de dar coerência sintática e não recair na falta de concordância verbal.

Outros tipos de coerência

  • Semântica: O fator semântico está relacionado com os sentidos das palavras fundamentado em seus significados que precisa ser observado pelo redator
  • Estilístico: Esta coerência é relativa à forma textual, ou seja, o texto precisa obedecer a uma forma dentre os estilos linguísticos como coloquial e formal, a fim de não misturá-los para facilitar a compreensão.
  • De gêneros: refere-se a utilização de um único gênero em uma determinada redação, não misturando, crônicas jornalísticas, ensaios artigos acadêmicos, artigos técnicos e outras formas dissertativas.

Exemplos de coerência textual

  • Narrativa: É a coerência que obedece a uma lógica entre personagens e ações organizadas no tempo dos acontecimentos.

Ex. “… em Paris, logo após o escurecer de uma noite ventosa de outono de 1820, eu estava desfrutando do duplo prazer de meditação, e de um cachimbo de meerschaum…” (E. A. Poe).

  • Argumentativa: esta coerência tem relação com o sustento e fundamentação de uma argumentação, para organizar a intenção de uma ideia.

Ex. “… Pode-se inferir que, após a revolução francesa, a música alargou seus domínios, saindo dos conventos, igrejas, palácios e alcançou o povo…” (Fonterrada)

  • Descritiva: Respeita um ordenamento descritivo de situações descrevendo um evento em imagens e cenários de acontecimentos em tempo cronológico. Ex. “… Era quase meia-noite e Harry estava deitado de bruços na cama, as cobertas puxadas por cima da cabeça como uma barraca…” (Harry Potter, J.K. Rowling).

Princípios da coerência

Basicamente, existem três princípios para objetivar a coerência textual: não contradição, não tautologia e de relevância. O princípio de não contradição visa o estabelecimento de um texto coerente no aspecto das ideias, ou seja, não utilizar ideias que se contradizem  quanto aos objetivos do redator.

Por outro lado, o princípio da não tautologia está conectado com a não repetição exaustiva de um termo, o que dificulta a fluência textual. Contudo, além desses princípios, existe também o princípio da relevância, que trata da coesão e não fragmentação do texto, possibilitando um entendimento global do texto.

Coerência textual e recepção

A coerência textual é necessariamente estabelecida visando a interlocução representada no leitor e receptor de uma mensagem. Neste sentido, o redator de um texto, ou até mesmo um palestrante que vai falar a seus ouvintes, precisa estabelecer uma relação lógica entre as palavras.

Portanto, ele precisa saber sobre o seu público a quem se dirige e fornecer coerência em um entendimento comum, ou seja, em uma relação produtor e receptor de uma mensagem, o conteúdo da mensagem deve ter afinidade tanto com o produtor quanto com o receptor.

Por esse motivo, em um texto técnico, por exemplo, a mensagem respeita a ordenação lógica daquele conhecimento. Neste sentido, se estabelece um léxico que pode até ser entendido como jargão.

Portanto, podemos exemplificar essa questão na situação em que, uma pessoa que não é formada em direito tenta ler um texto jurídico e técnico. No entanto, ela não consegue entender a coerência do texto, mas se é um advogado que faz essa leitura esta coerência se torna visível.

Eixos linguísticos

Foram estabelecidos, no estudo da linguística estrutural, dois eixos que definem de maneira sintética a ordenação fraseológica de um enunciado. Neste sentido, um eixo determina a seleção e o outro a combinação.

Assim, o eixo que determina a seleção é denominado de eixo paradigmático, também denominado eixo vertical. Por outro lado, o eixo que determina a combinação é denominado de eixo sintagmático, também chamado de eixo horizontal.

Eixo sintagmático

Podemos exemplificar o eixo sintagmático em uma frase que utiliza alguns elementos gramaticais como artigo, sujeito, verbo e predicado. Assim temos:

O carro estava quebrado

Esta frase constitui o eixo sintagmático, pois a ordenação da frase é uma combinação de elementos linguísticos:

  • O – artigo
  • Carro – sujeito
  • Estava – verbo
  • Quebrado – predicado

Portanto, a frase estabelece certa ordem sintagmática como: artigo/sujeito/verbo/predicado.

No entanto, podemos fazer outra combinação sem mudar o sentido da frase:

 Quebrado estava o carro

Nessa frase os elementos da frase estão em outra ordem. Portanto, se estabelece outra ordem sintagmática: predicado/verbo/artigo/sujeito. Porém, nessas duas frases existe coerência.

Por outro lado, quando escolhemos uma ordem e visamos o sentido à coerência textual se perde, por exemplo:

O quebrado estava carro

Portanto, esta frase não tem coerência textual. Neste caso, eu não posso organizar o enunciado desta forma – Artigo/ predicado/verbo/ sujeito – pois perde -se a coerência.

Eixo Paradigmático

O eixo paradigmático é um eixo que não está presente na frase até mesmo chamado de invisível, e é também um eixo de substituição ou comutação.

Por exemplo, na mesma frase de antes.

O carro estava quebrado – em que o ordenamento é: artigo/sujeito/verbo/predicado, eu posso estabelecer várias frases com esse ordenamento:

  • O carro estava quebrado
  • O vidro estava quebrado (mudança do sujeito)
  • A árvore ficava longe (o sujeito é feminino e o predicado é outro)

Assim, todos os artigos, os sujeitos, verbos e predicados dessas frases formam 4 eixos verticais e paradigmáticos:

1               2              3              4

O         carro       estava      quebrado

O         vidro       estava       quebrado

A          árvore      ficava        longe

Incoerência e relação paradigmática

Os quatro eixos paradigmáticos foram formados a partir dos seguintes elementos gramaticais: artigos, sujeitos, verbos e predicados. Contudo, se eu misturar estes elementos sem prestar atenção ao sentido do texto, eu prejudico a coerência textual. Por exemplo:

  • A árvore ficava quebrado

Neste sentido, e para concluir, a coerência textual se relaciona muito com os elementos gramaticais principalmente: sujeito, verbo, predicado e artigos, para dar coesão a qualquer texto.

Gostou da matéria? Se gostou, leia também: Coesão textual, o que é? Elementos, palavras de transição e tipos.

Fontes: Toda matéria, Educa Mais Brasil, Brasil Escola, Info Escola

 

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