Bernardo Guimarães (1825-1884) foi magistrado, jornalista, professor e um dos grandes nomes do Romantismo brasileiro. Além disso, o autor de A Escrava Isaura é patrono da Cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras.
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, mais conhecido como Bernardo Guimarães ou o autor de A Escrava Isaura, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, no dia 15 de agosto de 1825.
Entretanto, em 1829 mudou-se junto com os seus pais, João Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira Guimarães, para Uberaba, local onde viveu até os seus 16 anos.
Após isso, retornou para sua cidade natal, Ouro Preto, e com apenas 17 anos, participou da Revolução Liberal (1842), a qual os rebelados protestavam contra a ascensão do Partido Conservador ao poder no Brasil.
Posteriormente, em 1847, Bernardo mudou para São Paulo e iniciou seus estudos no curso de Direito, na Faculdade de Direito de São Paulo. Durante a graduação, se tornou amigo inseparável do poeta Álvares de Azevedo.
Após ser reprovado na faculdade pelo Professor Prudêncio Giraldes, em 1852, Guimarães realizou novos exames e passou, ou seja, conseguiu o Bacharelado. Além disso, no mesmo ano, publicou Cantos da Solidão, sua primeira poesia.
Vida de Bernardo como Juiz
Bernardo assumiu o cargo de Juiz Municipal e de órfãos de Catalão, em Goiás, por duas vezes. Na ocasião, assumiu o cargo logo após se formar, permanecendo no posto de juiz por um período de 2 anos.
Posteriormente, em 1861, Bernardo para Goiás e, novamente, assumiu o cargo como juiz na cidade de Catalão. Após assumir interinamente o juizado de Direito, Bernardo percebeu que o tratamento que os presos recebiam era péssimo e, assim, teve compaixão.
Nesse sentido, convocou uma sessão de júri para julgar os 11 réus que estavam presos, o que fez com que eles fossem soltos e absolvidos.
Quem não gostou da atitude foi o presidente da província, José Martins Pereira, que moveu um processo contra Bernardo, entretanto, o processo não deu em nada.
Primeiras Obras e sua vida como Jornalista
Logo depois da sua primeira obra poética, Cantos da Solidão (1852), em 1858, Bernardo mudou-se para o Rio de Janeiro e publicou a segunda edição de Cantos da Solidão, com Inspirações da Tarde. No ano seguinte, foi repórter e crítico literário do Jornal Atualidade.
A princípio, seu primeiro romance, Ermitão de Muquém, foi publicado em 1864. A história sertaneja relata a vida de Gonçalo, um homem que cometeu um assassinato e se refugia entre os índios.
Vida como Professor
Após tantas atividades, retornou para Ouro Preto. Em 1866, Bernardo Guimarães foi nomeado professor da Cadeira Retórica e Poética do Liceu Mineiro.
Posteriormente, no ano seguinte casou-se com Teresa Maria Gomes e construíram uma grande família com oito filhos. Foi, também, professor de latim e francês. Enquanto lecionava, ele não parou de escrever poesias e romances.
Autor de A Escrava Isaura
O romance abolicionista A Escrava Isaura, publicado em 1875, é a obra mais popular e de maior sucesso de Bernardo Guimarães, desde o seu lançamento.
Em suma, o romance conta a história de uma escrava branca que sofre perseguições de seu senhor. No final, Isaura é salva por Álvaro, um jovem abolicionista e republicano.
O sucesso da obra foi tão grande que, como resultado, foi adaptada para a televisão, e chegou a mais de 150 países. Inclusive, quando Dom Pedro II visitou Minas Gerais, em 1881, fez questão de homenagear o autor de A Escrava Isaura, a quem admirava.
Embora Bernardo tenha morrido em 1884, com 58 anos, em Ouro Preto, em seu tempo de vida exerceu várias atividades e escreveu diversos poemas, romances e coletâneas de versos. Certamente, suas obras fizeram sucesso durante sua vida e continuam fazendo sucesso até os dias atuais.
Obras mais famosas de Bernardo Guimarães
- Cantos da Solidão, poesia, 1852
- Inspirações da Tarde, poema, 1858
- A Voz do Pajé, drama, 1860
- O Ermitão do Muquém, romance, 1864
- Evocação, poesia, 1865
- Poesias Diversas, 1865
- A Bais de Botafogo, poesia, 1865
- Lendas e Romances, contos, 1871
- A Dança dos Ossos, conto, 1871
- O Garimpeiro, romance, 1872
- O Seminarista, romance, 1872
- O Índio Afonso, romance, 1872
- A Escrava Isaura, romance, 1875
- Novas Poesias, 1876
- A Ilha Maldita, romance, 1879
- O Pão de Ouro, conto, 1879
- Folhas de Outono, poesias, 1883
- Rosaura, a Enjeitada, romance, 1883
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Fontes: Brasil Escola, Ebiografias, Info Escola
Imagens: Blog do Castrorp, Blog do Assis Ângelo, Estudo Prático e Amazon