Ariano Suassuna foi um grande nome para a literatura brasileira. O seu foco era voltado para a cultura nordestina, mas suas obras foram um sucesso em todos os cantos. Durante a sua vida, ele foi dramaturgo, escritor, poeta, advogado, professor e criador do Movimento Armorial.
Devido aos seus trabalhos, o autor foi eleito para a cadeira nº 32 da Academia Brasileira de letras, em 1993. Posteriormente, em 1993, conquistou a cadeira nº 18 da Academia Pernambucana de Letras.
Já mais velho, em 2000, foi mais uma vez reconhecido e teve a honra de ocupar a cadeira nº 35 da Academia Paraibana de Letras.
Quem foi Ariano Suassuna
Antes de tudo, a história de Ariano Vilar Suassuna começou, em 1927, na cidade de Nossa senhora das Neves, conhecida hoje em dia como João Pessoa.
No dia 16 de junho, no Palácio da Redenção, nasceu o pequeno paraibano. Ele era filho do político João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna, que ocupava o cargo de governador na Paraíba, e de Rita de Cássia Dantas Vilar.
Viveu os primeiros anos da sua vida, junto de sua família, no sertão na fazenda Acahuan. Posteriormente, em 1930, o seu pai que, na época, não era mais governador, mas continuava no ramo da política, foi morto durante a Revolução de 30.
Após o trágico acontecido, Ariano, seus oito irmãos e sua mãe se mudaram para Taperoá, cidade que atualmente é conhecida como Campina Grande. Em suma, seu primeiro contato com a cultura regional foi lá.
Primeiro passo para o sucesso do autor
“O sonho é o que leva a gente para a frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado”.
Em suma, essa frase foi dita por Ariano. Durante sua vida, ele foi o autor de muitas obras e trabalhou em diversas áreas.
Anos depois, ao passo que já estava adolescente, Ariano Suassuna mudou-se para Recife, em Pernambuco. Logo, iniciou seus estudos em um colégio em regime de internato importante na cidade.
Em 1945, no Jornal do Comércio, ele fez o seu primeiro poema, o qual chamou de “Noturno”. Posteriormente, iniciou os estudos no curso de direito, pela Universidade Federal de Pernambuco.
Durante seu tempo na faculdade, Ariano ajudou na fundação do Teatro do Estudante de Pernambuco e, em 1947, escreveu sua primeira peça teatral, chamada de Uma Mulher Vestida de Sol. A mesma foi reconhecida e ele recebeu o prêmio Nicolau Carlos Magno.
Vida de Ariano Suassuna como professor e escritor
Após a conclusão de sua faculdade, em 1950, ele exerceu sua profissão. Nesse meio tempo, dividia o tempo entre a advocacia e o teatro, porém ele era um amante da literatura e adorava escrever.
Com isso, mesmo com outros focos na vida, continuou escrevendo romances. A sua peça de maior sucesso, O Auto da Compadecida, foi escrita em 1955.
Em suma, o autor a escreveu com uma pitada de humor a história de um herói que procura ajuda com a Nossa Senhora. A obra era uma crítica e logo ficou bem conhecida. Desse modo, no ano seguinte, foi apresentada no 1º Festival de amadores nacionais, no Rio de Janeiro.
Posteriormente, em 1957, o autor casou-se com Zélia de Andrade Lima Suassuna e juntos fizeram uma grande família com seis filhos. Nesse mesmo tempo, ele abandonou a advocacia e começou a dar aula de Estética na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Como resultado, seu período como professor foi grande, durou até 1994, ano em que Ariano se aposentou. Vale ressaltar que anos depois, o mesmo assumiu uma disciplina no curso de letras na mesma universidade em que já trabalhava.
Movimento Armorial
Além de inúmeras obras, Ariano Suassuna foi criador de um movimento artístico, criado em outubro de 1970, que tinha como foco mostrar o sertão como um universo cultural, pois era um espaço esquecido pela cultura brasileira.
Dessa forma, o movimento apoiava a ideia de que para uma criação era necessário começar por elementos originais da cultura do Brasil, como as festas populares e os folhetos de cordel.
Por fim, o objetivo era fazer uma arte erudita usando o folclore e outras coisas características da cultura popular.
Em síntese, tinha como base a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, e era composto de várias manifestações artísticas, como exemplo, teatro e música.
Últimas atividades antes de sua morte
Devido ao seu reconhecimento por suas obras e peças teatrais, Ariano Suassuna foi convidado para a Secretaria Estadual de Cultura.
Dessa forma, durante seu período em que permaneceu na Secretaria, contribuiu em um projeto chamado aulas-espetáculos, o qual tinha como objetivo expandir para todo o país a cultura Pernambucana.
Nesse ínterim, já em 2007, durante o mandato do governador Eduardo Campos, Ariano se tornou Secretário Especial de Cultura do Estado. Logo mais, participou da Assessoria especial do governo de Pernambuco. De fato, tais atividades foram as últimas exercidas por ele.
Posteriormente, anos depois, sofreu um AVC e teve que ser internado. O quadro se complicou e, em 23 de julho, de 2014, ele teve uma parada cardíaca que o levou à morte. Dessa forma, Ariano morreu em Recife, aos 87 anos.
Obras de Ariano Vilar Suassuna
Em suma, ao longo de sua vida, Ariano Suassuna escreveu 15 livros e 18 peças de teatro. Como resultado, alcançou muitos prêmios e recebeu grandes homenagens.
Além disso, o autor de O Auto da Compadecida, foi referência na literatura e um integrante do movimento modernista. Entretanto, suas publicações foram influenciadoras em outros movimentos como o Simbolismo e Barroco.
Em conclusão, segue uma lista com suas obras:
- Uma Mulher Vestida de Sol, 1947;
- Cantam as Harpas de Sião (ou o Despertar da Princesa), 1948;
- Os Homens de Barro, 1949;
- Auto de João da Cruz, 1950 (Prêmio Martins Pena);
- Torturas de um Coração, 1951;
- O Arco Desolado, 1952;
- O Castigo da Soberana, 1953;
- O Rico Avarento, 1954;
- Ode, 1955 (poesia);
- O Auto da Compadecida, 1955;
- O Casamento Suspeito, 1956;
- A História de Amor de Fernando e Isaura, 1956;
- O Santo e a Porca, 1958;
- O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna, 1958;
- A Pena e a Lei, 1959;
- A Farsa da Boa Preguiça, 1960;
- A Caseira e a Catarina, 1962;
- O Pasto Incendiado, 1970 (poesia);
- Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta, 1971 (parte da trilogia);
- Iniciação à Estética, 1975;
- A Onça Castanha e a Ilha Brasil, 1976 (Tese de Livre Docência);
- História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana, 1976 (parte da trilogia);
- Sonetos Com Mote Alheio, 1980 (poesia);
- Poemas, 1990 (Antologia);
- Almanaque Armorial, 2008.
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Fontes: Brasil Escola, Toda Matéria e Ebiografia
Imagens: Regis Tadeu, InfoEscola, Estadão, UOL, Arte Popular Brasil, Sertão Baiano e Buzzfeed