Tancredo Neves era Governador de Minas Gerais em 1982. Logo, seguindo na política, se candidatou a primeira eleição direta após a ditadura militar. Assim, com 480 votos contra 180 de Paulo Maluf, Tancredo Neves venceu as eleições. Tancredo foi eleito o primeiro presidente após o regime militar, em 15 de janeiro de 1985.
Assim, com a eleição de Tancredo Neves o regime militar no Brasil teve fim. Logo, os brasileiros esperavam ansiosos pelo dia da posse, 15 de março. Porém, um dia antes do data tão aguardada, Tancredo Neves começou a sentir dores no abdômen e teve de ser internado as pressas. Impossibilitado de comparecer à própria posse, José Sarney ocupou seu lugar.
Após passar dias agonizantes na UTI, Tancredo Neves faleceu no dia 21 de abril de 1985. Assim, José Sarney, ex-presidente do PDS – partido que apoiava a ditadura – e então vice de Tancredo, assumiu o cargo de presidente no dia 15 de março de 1985.
A posse que não veio
Tancredo Neves assistia à missa no Santuário Dom Bosco, em Brasília. O presidente dava sinais de que sua saúde não estava boa. Logo, após dores abominais, demonstrando estar abatido e com febre de 40 graus, Tancredo Neves foi levado ao hospital.
Assim, no hospital de Base de Brasília, Tancredo Neves foi operado em uma cirurgia de emergência. Logo depois, o presidente foi diagnosticado com uma crise de apendicite. Porém, o laudo médico demonstrou que o problema era outro.
Dessa forma, os médicos advertiram que foi tirado de Tancredo Neves um divertículo de Meckel, espécie de obstrução no intestino também chamada de “nó nas tripas”. Logo, diferentes relatos médicos sobre o estado do presidente assustavam os que esperavam pela sua posse.
Aécio Neves, neto de Tancredo, acompanhou o avó durante o período da doença. Assim, de acordo com relatos do neto, Tancredo Neves já vinha sentindo dores abdominais e mal estar. Logo, por temer a volta do regime militar, Tancredo manteve a doença em sigilo.
Tancredo Neves passou por análises de diversos médios. Primeiramente, o médico Renault Mattos Ribeiro atribuiu as dores, cólicas e calafrios à uma faringite. Assim, o médico sugeriu que Tancredo Neves deveria passar por uma cirurgia. Logo, o presidente negou temendo o que poderia acontecer após o procedimento.
Com uma infecção diagnosticada no dia 13, a cirurgia se tornou indispensável. Assim, sentindo dificuldades na respiração e com as pontas dos dedos roxos, Tancredo Neves foi levado ao Hospital de Base de Brasília.
A doença de Tancredo Neves
A notícia de que o presidente estava no hospital se espalhou pelas ruas de Brasília. Curiosos de plantão aumentavam o risco de uma infecção generalizada durante a cirurgia. Assim, após a operação os médicos relataram ter tirado do abdômen de Tancredo um divertículo.
Porém, o laudo emitido pelo Élcio Miziara era falso. Na verdade, Tancredo Neves foi diagnóstico com um tumor de aproximadamente seis centímetros. O médico assumiu a responsabilidade pelo laudo falso.
Os boletins médicos emitiam falsos laudos sobre a saúde de Tancredo Neves. No dia 15 de março, logo após a cirurgia, o presidente estava no hospital. Era o então dia da posse. Assim, impossibilitado de seguir com suas funções, José Sarney assumiu como o primeiro presidente eleito pelo povo, após 20 anos.
Portanto, já não confiando nos médios de Brasília, a família de Tancredo Neves decidiu trazer médicos de outros lugares. Logo, o médio vindo de São Paulo, Henrique Walter Pinotti, chegou para se juntar a equipe médica.
Assim, o médico paulistano comandou a segunda cirurgia de Tancredo, no dia 20 de março. Porém, a infecção que se instalava no corpo de Tancredo Neves não recuava. Logo, após sofrer hemorragias o presidente foi levado ao Instituto do Coração, em São Paulo. Dessa forma, o presidente foi submetido a mais cinco cirurgias.
A morte
Os dias de Tancredo Neves não foram fácies na UTI. Depois de sete cirurgias o presidente se mantinha com equipamentos que controlavam suas funções vitais. Porém, enquanto Tancredo permanecia internado, os brasileiros rezavam por sua melhora.
Assim, com os recursos médicos tradicionais esgotados, a família de Tancredo recorreu à técnicas alternativas. Logo, medidas como a “bioenergia” trabalhada pelo religioso catarinense Frei Ungolino, foram utilizadas.
Porém, nenhum dos recursos utilizados foi capaz de salvar a vida de Tancredo. No dia 21 de abril, dia de Tiradentes, Tancredo Neves faleceu, após 38 dias de luta pela vida.
Assim, seguido por uma multidão pelas ruas de São Paulo, o caixão de Tancredo foi levado ao aeroporto. Logo, foi transportado para sua cidade natal, São João Del Rei, em Minas Gerais.
Os rumores
A causa da morte de Tancredo Neves não é consenso. Logo, várias são teorias que rodam o trágico acontecimento. Assim, algumas teorias apontam que militares foram os responsáveis pela morte do presidente, já que eles não aceitavam o fim do regime militar.
Porém, outra teoria afirma que Tancredo tenha levado tiros enquanto assistia à missa na Catedral de Brasília. A repórter Glória Maria, da Rede Globo, estava presente no local. Assim, a jornalista afirmou ter visto o exato momento em que tudo aconteceu, sendo ferida por um tiro de raspão na perna.
Há ainda relatos de que o presidente tereia sido envenenado. Dessa forma, a teoria se explica porque o mordomo, João Rosa, que trabalhava na casa de Tancredo passou mal com fortes dores na barriga. Assim, foi internado e permaneceu por 16 dias em agnoia. João Rosa morreu um dia após a morte de Tancredo.
Dessa forma, as teorias ficam ainda mais fortes por conta dos diversos erros e laudos falsos emitidos pelos médicos que cuidavam de Tancredo. Logo, fotos divulgadas para dizer que o presidente estaria bem foram desmentidas. Assim, as pessoas começaram a dizer que Tancredo já estaria morto antes mesmo do dia 21 de abril.
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Fonte: AH Aventuras na História, Super Interessante
Fonte imagens: Agência Brasil, O Globo, Conexão Jornalismo, Contando a História, TVE