Os sunitas e xiitas são grupos muçulmanos. Ambos têm os mesmos dogmas da fé islâmica. No entanto, eles se diferem em relação a crença de quem deveria ser o verdadeiro profeta após a morte de Maomé.
Além disso, os xiitas são mais tradicionalistas, ao passo em que os sunitas são tidos como mais ortodoxos. Por causa das suas diferenças, os dois grupos estiveram por muito tempo em conflito.
Enfim, eles estão localizados em grande parte na Arábia Saudita (maioria sunita) e no Irã (maioria xiita).
Contudo, também existem minorias sunitas e xiitas no Afeganistão, Iraque, Barein, Azerbaidjão, Iêmen, Índia, Kuwait, Líbano, Paquistão, Catar, Síria, Turquia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Quem são os sunitas?
O termo “sunita” vem de “Ahl al-Sunna”, que significa “o povo da tradição”. Sendo que essa tradição está relacionada com as práticas derivadas do profeta Maomé e seus parentes.
Não por acaso, os adeptos se consideram como o ramo mais tradicional e ortodoxo do Islã. A maioria dos sunitas são muçulmanos. De fato, cerca de 86% a 90% dos muçulmanos são sunitas.
Em síntese, os sunitas veneram os profetas que aparecem no Alcorão, o livro sagrado da religião islâmica.
No entanto, o mais adorado é Maomé (Muhammad), tido como o profeta supremo. Inclusive, foi Maomé (Muhammad) quem escreveu o Alcorão.
Vale destacar que os professores e líderes religiosos sunitas, historicamente, têm ligações com o Estado e com os governos.
Quem são os xiitas?
O começo dos xiitas foi por meio da facção política: “Shiat Ali” ou partido de Ali. No caso, Ali era o genro do profeta Maomé.
Desse modo, os xiitas reivindicam o direito dele e de seus descendentes de liderar os muçulmanos.
Em resumo, Ali foi morto resultado de violência, intrigas e guerras civis que marcaram seu califado. Ali tinha dois filhos: Hassan e Hussein. Contudo, o direito de suceder Ali foi negado aos seus filhos.
O que se acredita é que Hassan foi envenenado por Muawiyah, o primeiro califa. Ou seja, o líder dos muçulmanos da dinastia omíada.
Por outro lado, o seu irmão Hussein morreu em um campo de batalha, juntamente com outros membros da família. Esses eventos estão relacionados com o conceito xiita de martírio e rituais de luto.
A estimativa é que, hoje em dia, existam entre 120 a 170 milhões de fiéis xiitas. Isso representa cerca de um décimo de todos os muçulmanos.
Vale destacar que os xiitas são a maior parte da população no Irã, Iraque, Bahrein, Azerbaijão e do Iêmen.
Além disso, existem importantes comunidades xiitas no Afeganistão, Índia, Kuwait, Líbano, Paquistão, Catar, Síria, Turquia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Diferenças entre sunitas e xiitas
Os sunitas e xiitas tem os mesmos dogmas da fé islâmica. Entretanto, eles se diferem em relação à crença de quem é o verdadeiro profeta depois que Maomé (570-632) morreu.
Dessa forma, para os sunitas, o califa (chefe de Estado e sucessor de Maomé) é quem deveria ser eleito pelos próprios muçulmanos.
Por outro lado, os xiitas acreditam que o profeta e sucessor legítimo deveria ser Ali (601-661), genro de Maomé. Ali foi assassinado e no lugar dele, foi eleito o califa Muhawya, responsável pelo poder da Síria.
Sendo que foi nesse contexto que ele optou por mudar a capital do Califado da cidade de Medina, na Arábia Saudita, para Damasco, que atualmente é a capital da Síria.
Mas Medina ainda é considerada um local sagrada para os islâmicos, além de Meca. Outra diferença entre os sunitas e xiitas é que os xiitas são mais tradicionalistas.
Sendo assim, eles conservam mais as tradições presentes do alcorão e seguem as antigas interpretações do Alcorão e da Sharia (Lei Islâmica). Em contrapartida, os sunitas são tidos como mais ortodoxos.
Isso porque eles seguem os preceitos da religião islâmica de acordo com o Alcorão e a Sharia, mas também baseiam suas crenças na Suna, livro que relata os feitos de Maomé.
Além disso, para os sunitas, a religião e o Estado deveriam uma força única.
Por que existem conflitos entre os sunitas e xiitas?
Sunitas e xiitas estão em conflito há séculos. Mais precisamente desde 632 d.C, quando Maomé morreu. De fato, a morte de Maomé foi o propulsor de grandes desavenças entre os dois povos, que perdura até hoje.
Em síntese, após a morte de Ali (que os xiitas acreditam que deveria ser o sucesso de Maomé), a religião islâmica se segmentou em dois grandes grupos.
Dessa forma, muitos conflitos e guerras civis foram resultado da desavenças entre eles. Vários países foram palco dos conflitos, principalmente o Líbano, a Síria, o Iraque e o Paquistão.
Vale destacar que o politeísmo era comum em vários grupos, antes do profeta Maomé. Contudo, Maomé uniu a sociedade árabe na crença monoteísta, onde Alá seria o Deus supremo.
Além disso, as ações de Maomé foram muito importantes para unir os grupos árabes em uma única religião: o islamismo.
Fontes: Toda matéria, BBC e História do mundo.