A palavra crase tem origem grega e significa mistura ou fusão. Dessa forma, na língua portuguesa, a crase representa a junção de duas vogais iguais (a+a), sendo representada por um acento grave. Algumas regras determinam, portanto, quando usar a crase.
Ou seja, a crase é a contração da preposição “a”, com o artigo definido “a(s)”. Além disso, pode ser também a união da preposição “a” com o “a” inicial de pronomes demonstrativos, como “aquelas”, bem como com o “a” inicial de pronomes relativos, como “a qual” ou “as quais”. Por isso, ela acontece, na maior parte das vezes, antes de palavras femininas.
O acento indicativo da contração das duas vogais é chamado de acento grave ou, ainda, de acento indicativo de crase. Neste caso, existem algumas regras para o uso da crase, que devem ser seguidas para que sua utilização se dê sempre de forma adequada.
Nesse sentido, para que o uso da crase seja feito corretamente é preciso, antes de tudo, entender as situações de uso que a exigem. Para isso, é necessário saber identificar a ocorrência simultânea da preposição e um artigo, ou pronome.
Quando usar a crase
Em síntese, a primeira regra de quando usar a crase está relacionada com a antecedência das palavras femininas com substantivos e adjetivos que pedem a preposição a, bem como com verbos os quais a regência pede a preposição a (como agradecer a, pedir a, etc).
Sendo assim, observe alguns exemplos:
- Ricardo não está atento à palestra.
- Você precisa aprender a obedecer às regras da empresa.
- Vamos assistir à peça hoje?
Além disso, quando usar crase deve ser notada em locuções prepositivas e conjuntivas, bem como em diversas expressões adverbiais (às avessas, à noite, à luz, à direita, à deriva, à toa, às vezes, à semelhança de, à parte, à vista, à moda de, à maneira de, à proporção que, à frente de, à custa de, à medida que, à exceção de etc).
Por exemplo,
- Vamos nos encontrar à noite.
- Minha casa fica logo ali, à direita.
Antes da indicação de horas:
- O encontro será às 20h.
- A missa do galo acontece sempre à meia noite.
Do mesmo modo, em expressões que marcam modo ou circunstância deve-se usar a crase:
- Ela fechou a porta à chave.
- Marília fez faculdade à distância.
Quando a crase é facultativa
A princípio, há casos nos quais o uso da crase é opcional. Nesses casos, o falante decide quando usar a crase. Nesse sentido, alguns exemplos são:
Antecedendo pronomes possessivos:
- Na formatura, fizemos uma bela homenagem a nossa professora favorita.
- Na formatura, fizemos uma bela homenagem à nossa professora favorita.
Antecedendo nomes próprios femininos:
- Mandei mensagem a Gabriela, mas ela não respondeu.
- Mandei mensagem à Gabriela, mas ela não respondeu.
Depois da preposição até, quando ela anteceder substantivos femininos:
- Vou levar esse caso até as ultimas consequências.
- Vou levar esse caso até às ultimas consequências.
Quando não usar a crase
Além disso, existem algumas situações nas quais não se deve utilizar a crase. Vejamos:
Antes de substantivos masculinos:
- Mariana veio a pé para cá.
- É melhor escrever a lápis, pois dá pra apagar em caso de erro.
Antes de verbo não se deve usar a crase:
- Cláudio se prontificou a ajudar, caso seja preciso.
- Ela chegou a comentar sobreo término?
Antes de expressões repetidas:
- Meu dia a dia está sendo tão puxado.
- O copo foi enchendo gota a gota.
Antes da maioria dos pronomes:
- Desejamos a todos uma semana abençoada.
- Contei todo o ocorrido a ele.
Entretanto, há casos em que a crase ocorre antes de pronomes:
- Eu pedi esclarecimentos à própria coordenadora.
- Solicitamos à senhorita que parasse de nos perturbar.
Antes de numeral (exceto em horas):
Por exemplo,
- O número de inscritos chegou a mil.
- Minha casa fica apenas a um km daqui.
- Fiquei com medo, pois ele dirigia quase a 200 km por hora.
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Fontes: Norma Culta, Brasil Escola, Português.com.