Você provavelmente já deve ter ouvido o nome PCC em jornais ou lido em notícias online. Bem, PCC (Primeiro comando da Capital) trata-se de uma facção criminosa. Foi criada no estado de São Paulo, mas se espalhou por outros estados brasileiros e até países como o Paraguai e a Bolívia.
Nesse sentido, o PCC é uma organização que envolve diversos criminosos, movimenta altos valores em dinheiro e arquiteta planos ilegais no Brasil. Assim, é a organização que se tornou a força dominante do crime organizado no país.
Acredita-se que hoje a facção concentre mais de 29 mil filiados em todo o Brasil, além de vários criminosos aderirem ao PCC a cada ano. Dessa forma, a facção se fortalece devido a ideologia que acreditam, de que o crime fortalece o crime.
Início do PCC
O Primeiro comando da capital teve início em 1993, no dia 31 de agosto. Assim, inicialmente, possuía o nome de Partido do Crime e a facção almejava vingança pelo Massacre do Carandiru. Dessa forma, a PCC desejava vingar os 100 presos mortos durante o massacre em 1992.
Dessa forma, as primeiras ações vieram de oito presos que se encontram no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté, em São Paulo. Além disso, na época, a prisão de Taubaté era considerada a mais segura entre as prisões do estado paulistano.
Nesse sentido, durante os anos de 2001 e 2003, três líderes ficaram famosos com o crime organizado da facção. Assim, podemos citar Idemir Carlos Ambrósio, o “Sombra”, em 2001; Galeião e Cesinha, durante o ano de 2002; e Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido por “Marcola” ou “Playboy”, no ano de 2003.
Logo, a principal base de rentabilidade da facção é o tráficos de drogas. Dessa forma, acredita-se que a PCC está presente em 90% dos presídios paulistanos. Além disso, estima-se que o faturamento chega aos R$ 120 milhões por ano.
Porém, o tráfico de drogas não é a única fonte de faturamento entre a facção. Assim, os integrantes do PCC pagam cerca de R$ 1 mil, uma espécie de mensalidade. Enquanto isso, os presos que estão ligados à facção e dentro das prisões pagam R$ 50. Além disso, assaltos à banco, sequestros e assassinatos também fazem parte das ações do grupo.
Estratégias da facção
Assim, algumas estratégias fazem do PCC uma facção cada vez mais fortalecida. São ela:
- formação de redes – a liderança não depende de uma única pessoa;
- sintonias – são as pessoas encarregadas de representar a facção nas ruas, nos estados, no país e no internacional;
- novos filiados – são novos integrantes captados dentro ou fora das prisões;
- mensalidades – o grupo consegue dinheiro com rifas e com a venda de drogas;
- salves – posicionamentos do grupo enviados por grupos de mensagens.
Regulamento e condições
Entrar para a facção do PCC não é tão simples. Cada interessado em fazer parte do Primeiro Comando deve ser indicado por alguém que já está dentro. Assim, quem indica é denominado por “irmão” e o indicado precisa passar por uma espécie de “batizado”.
Assim, após os procedimentos iniciais, cada novo integrante precisa de três “irmãos”, que se tornam seus padrinhos durante os dias de experiência. Logo, um novo integrante só pode se tornar “padrinho” após 120 dias após o batismo. Nesse sentido, para que a permanência seja aceita é preciso seguir o estatuto e todas as regras impostas.
Uma regra merece destaque no estatuto do PCC. Em síntese, o integrante que possuir em seu documento o número sete e estiver em melhores condições – livres, condição financeira estruturada e etc – deve, obrigatoriamente, ajudar os membros com menos condições. Assim, caso a regra não seja obedecida a pena é a morte.
O PCC no Paraná
O Paraná é o estado em que o primeiro comando da capital mais atua. Isso porque, o localização e as fronteiras do estado favorece à circulação de drogas. Assim, acredita-se que o estado possua 3 mil integrantes do PCC. Além disso, o estado faz fronteira com o Paraguai.
A facção do PCC começou a aumentar no estado do Paraná quando o estado de São Paulo transferiu alguns líderes do grupo para prisões paranaenses em 1998. Dessa forma, ação da facção aumentou quando os presos chegaram na Penitenciária Central do Estado (PCE) e organizaram uma rebelião em 2001.
PCC x militares
Grande parte dos crimes registrados no estado de São Paulo são comandados pelo PCC. Assim, a facção é responsável por liderar além do tráfico de drogas, assassinatos, roubos a bancos, sequestros, assaltos e rebeliões em presídios.
Além disso, o PCC é conhecido por comandar diversos ataques contra a polícia militar. Um dos mais reconhecidos foi o que ocorreu em 2006 em São Paulo. Logo após, os ataques se espalharam pelo estados do Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais.
Com isso, outro ataque também foi muito noticiado quando, em 2012, o PCC comandou um ataque que matou diversos militares. Assim, estima-se que durante 30 dias de ação, até dois policiais morreram por dia. Além disso, muitos dos oficiais mortos eram aposentados, estavam de folga ou já eram aposentados.
Outras gangues
O primeiro comando da capital é considerado a maior facção do país, porém, não é a única. Assim, no Brasil existem outras facções empenhadas em apoiar os parceiros de crime e construir grupos de aliados ainda maiores. A existência de outras facções cria rivalidade entre os grupos e, muitas vezes, disputas por poder.
Assim, as outras facções existentes no Brasil são:
- Comando Vermelho Rogério Lemgruber;
- Família do Norte;
- Sindicato do Crime do RN;
- Okaida.
O que achou? Conhecer sobre o sistema prisional brasileiro e do mundo é importante e necessário, não é? Então, corre e confere Como são algumas celas de prisões ao redor do mundo
Fontes: Estudo Prático, Gazeta do Povo
Fonte imagem destaque: Veja
Imagens: OParaná, Medicina News, Capital Paranaense
