O Parnasianismo foi um movimento literário do século XIX, surgido de uma reação ao sentimentalismo exacerbado do Romantismo. Em contraponto à subjetividade e ao idealismo da poesia romântica.
Contemporâneo ao Realismo e ao Naturalismo, o Parnasianismo não apresentou tanto interesse nas questões usadas por essas duas escolas. Não sofreu influência das teorias em alta naquele momento, como as teorias sociais.
Esse movimento literário tem sua preocupação voltada para a estética da poesia e para a forma. Sua busca é pela rigidez e formalidade da linguagem.
Com influência nos ideais poéticos clássicos, o Parnasianismo buscava a “arte pela arte”, sem se preocupar com o subjetivo. Além disso, visava também à perfeição estética, ao rigor formal, utilizando-se de um vocabulário mais elaborado e, por vezes, até incompreensível.
O Surgimento do Parnasianismo
No final do século XIX, na França, foi publicada uma antologia poética pelo nome de Le Parnasse Contemporain (O Parnaso Contemporâneo). Parnaso é o nome de um monte na Grécia que, segundo a mitologia grega, era a morada do deus Apolo e de suas nove musas.
Essa antologia contava com escritores de diversos estilos, cuja tendência era observar objetivamente o mundo, descrevendo-o com precisão.
Desse movimento surgiu o termo “parnasianismo”. Ou seja, em cujas obras evitava-se ao máximo a subjetividade e a emotividade, características do romantismo.
Estavam presentes ali a rigidez da forma, com rimas ricas e bem elaboradas, versos bem trabalhados, assim como a métrica bem expressiva. Além disso, o vocabulário era culto e rebuscado.
Portanto, o parnasianismo tem como influência o poeta francês Pierre Jules Théophile Gautier e a poesia realista de Charles Baudelere, conservando o ideal positivista e a objetividade científica.
Para Gautier, o objeto do poema deveria ser a palavra. Ademais, sua beleza seria alcançada por meio de um incansável e obstinado trabalho em busca do rigor formal.
Na França, os maiores expoentes da poesia parnasiana foram: Théophile Gautier, Leconte de Lisle, Théodore de Banville e José Maria de Heredia.
Características
As principais características do Parnasianismo são:
- Objetividade, posto que a emoção e a subjetividade são descartadas;
- A impessoalidade, pois a visão do autor não é considerada, visto que não há interferência emocional na abordagem dos temas;
- Vocabulário rebuscado e linguagem culta, assim como predominância de termos eruditos e construções sintáticas elaboradas.
- Esquema métrico rígido, com rimas raras e ricas, estabelecendo um ritmo acentuado;
- Preferência pelos versos alexandrinos (12 sílabas poéticas) e sonetos;
- A preocupação exacerbada com a estética, com a rigidez formal, bem como com a busca pela perfeição, posto que a valorização pelo jeito de escrever, pela forma, era mais importante que o tema;
- Poesia descritiva e narrativa
- Escassas figuras de linguagem, mormente pela característica da objetividade.
- Mitologia greco-latina, erotismo e sensualidade feminina, e cultura como temas recorrentes nas poesias.
O Parnasianismo no Brasil
Em 1878, a Batalha do Parnaso foi vista como um ataque à poesia romântica e gerou uma considerável polêmica em versos. Apesar disso, considera-se o marco inicial do Parnasianismo no Brasil a publicação, em 1882, da obra “Fanfarras“, de Teófilo Dias.
No Brasil, o Parnasianismo surgiu, portanto, no final do século XIX, tendo se prolongado até a Semana de Arte Moderna, em 1922.
Os principais representantes brasileiros da poesia parnasiana foram Vicente de Carvalho, Francisca Júlia, Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira. Sendo assim, os três últimos formaram a conhecida “Tríade Parnasiana”.
Machado de Assis também chegou a produzir poesia parnasiana, enquanto estava na chamada “segunda fase” de sua obra. Entretanto, não foi esse o gênero pelo qual foi consagrado.
Principais obras da poesia parnasiana brasileira
- Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914) e O Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916), de Alberto de Oliveira;
- Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e Versões (1887), Aleluias (1891) e Poesias (1898), de Raimundo Correia;
- Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913), Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, crônicas (1916) e Tarde (1919), de Olavo Bilac;
- Mármores (1895), Livro da Infância (1899), Esfinges (1903), Alma Infantil (1912), de Francisca Júlia;
- Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de amor (1902), Poemas e canções, (1908), Versos da mocidade (1909), Páginas soltas (1911) e A voz dos sinos (1916), de Vicente de Carvalho.
O nome de maior reconhecimento na poesia parnasiana brasileira foi Olavo Bilac, que compôs magníficas obras-primas. Entre elas, por exemplo, destaca-se o poema Via Láctea e o poema XII, que provavelmente tenha sido o mais conhecido deles.
O Parnasianismo pelo mundo
O movimento parnasiano não teve um destaque efetivo pelo mundo, tendo maior representatividade na França e no Brasil. Em Portugal, por exemplo, alguns poemas de Antero de Quental poderiam se enquadrar na estética do parnasianismo. Só que sua obra é predominantemente realista.
O modelo adotado pela poesia parnasiana foi severamente criticado e combatido pelos modernistas no início do século XX. Eles alegavam ser uma poesia artificial e sem conteúdo, já que estava cativa pelo rigor de sua forma, desprezando o tema abordado e sua subjetividade.
Leia também sobre o Realismo, o que é, como surgiu e as características da corrente literária.
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