O cangaço foi uma forma de banditismo que se deu no Nordeste nos séculos XIX e XX, com seus integrantes espalhando o terror.
Seus membros vagavam pelo sertão, atacavam cidades como forma de se opor aos desmandos governamentais. Eles também se mostravam insatisfeitos com a miséria do povo, em detrimento dos fazendeiros ricos.
Eles conheciam muito bem a caatinga e sabiam se esquivar dos soldados que sempre estavam em seu encalço. Mas alguns contavam também com certa proteção dos coronéis, a quem retribuíam favores.
Contexto Histórico
Na primeira metade do século XIX, a palavra cangaceiro já era usada para denominar os grupos nômades nordestinos.
A expressão vem de canga, que era usada para manter um boi ajoujado a outro. Então cangaceiro era uma forma pejorativa de se chamar quem não se assentava em lugar algum.
O povo vivia oprimido e levando uma vida miserável, enquanto os coronéis estavam cada vez mais ricos e exploradores. As autoridades públicas eram geralmente empossadas por indicação política e serviam à classe dominante. Então o sertanejo não tinha muita saída que não a submissão sem discutir.
Foi nesse contexto que surgiram grandes bandos de pessoas que não se curvavam às leis e levavam uma vida alternativa. Eles não se eximiam de atacar as fazendas, roubar gado e até matar pessoas. Eram os cangaceiros, cujos membros caíram logo na simpatia popular porque representavam o que eles queriam fazer mais não tinham coragem.
O cangaço na República
A Proclamação da República (1889) não resolveu os problemas do povo nordestino, que continuava na pobreza absoluta. As terras estavam nas mãos de poucos e não raro pessoas passavam fome. Grandes problemas sociais se agravavam cada vez mais, além do crescimento da violência urbana e rural.
Foi nesse contexto histórico que o cangaço se organizou melhor e se empenhou em mudar a realidade sertaneja. Grandes grupos armados vagavam pelo sertão e impunham o terror, assim como angariavam a simpatia dos mais pobres.
Eles eram extremamente violentos, posto que não exitavam em matar por pouco motivo. Andavam sempre armados com espingarda, revólver, punhal, além de se vestirem com roupa de couro, que os protegia da caatinga. Deslocavam-se sempre em grandes bandos e constantemente entravam em confronto com a política.
Só que também recebiam apoio de alguns coronéis e até os ajudavam em muitas questões.
Os cangaceiros Lampião e Maria Bonita
O mais afamado cangaceiro foi Virgulino Ferreira da Silva (1897-1938), apelidado de Lampião, que foi chamado de Rei do Cangaço. Ele era um pernambucano que pertenceu à Guarda Nacional, mas que resolveu enfrentar o governo.
Sua mulher também virou lenda, trata-se de Maria Gomes de Oliveira (1911-1938), a Maria Bonita, primeira mulher cangaceira. Por sua valentia e determinação de ficar ao lado do marido, foi apelidada de Rainha do Cangaço.
Ocorre que Getúlio Vargas passou a considerar os cangaceiros como contestadores do poder estatal e determinou sua eliminação. O casal foi morto numa emboscada em Grota de Angicos, sertão paraibano, em 27 de julho de 1938.
Depois foram degolados e suas cabeças expostas em diversas cidades, para servir de exemplo. Essas mortes impressionaram tanto que representou o fim do movimento cangaceiro, com algumas exceções.
Interessante saber mais sobre o cangaço, não é mesmo? E não deixe então de ler sobre a Guerra de Canudos, a luta entre pobres e ricos no sertão baiano.
Fonte: Wikipédia, Info Escola, Nexo, Toda Matéria, Brasil de Fato, Sua Pesquisa, Isto É, Educação, Escola Kids, Brasil Escola, Passei Web.
Fonte das imagens: Diário de Pernambuco, História Ilustrada, Jornal da Paraíba, Cariri Cangaço.