A Noite das Garrafadas foi um conflito ocorrido no Rio de Janeiro no dia 13 de março de 1831. Dele participaram os portugueses que davam apoio ao Imperador, assim como os que se opunham a Dom Pedro I.
Esse episódio se deu um pouco antes de o Imperador abdicar o trono. E está intimamente interligado com o fim do 1º Reinado.
Desgastado por atos impopulares, além de reações desproporcionalmente violentas à revoltas, o Imperador estava desgastado. A incapacidade de vencer a Guerra da Cisplatina também o desgastava. Tudo isso tornou a continuidade de seu reinado insustentável.
Um Império abalado por crises políticas
Dom Pedro I começou a perder a popularidade assim que dissolveu a Assembleia Constituinte. É que ele impôs a Constituição do Império de 1824, a fim de concentrar poderes em suas mãos.
Isso desencadeou a Confederação do Equador, revolta liberal e republicana que se deu no Nordeste em 1824. O levante foi reprimido com desproporcional violência, o que culminou inclusive no fuzilamento de Frei Caneca, uma pessoa muito querida.
Outro desgaste foi a Guerra da Cisplatina, que envolveu Brasil e Argentina, pela libertação do Uruguai do julgo brasileiro. Após anos de sangrentas batalhas, o Império não saiu vencedor e teve que aceitar um tratado imposto pela Grã-Bretanha.
Também havia a desconfiança dos brasileiros de que Dom Pedro I não havia se desvencilhado de Portugal. Com a morte de Dom João VI (1826), Dom Pedro se tornou herdeiro do trono. Só que abdicou em favor da filha Dona Maria da Glória, que posteriormente teve o trono usurpado pelo tio Dom Miguel.
Contexto Histórico
O estopim da crise foi o assassinato do jornalista Líbero Badaró, em 20 de novembro de 1830. Ele era um assíduo denunciador dos atos autoritários do Imperador, que passou a suspeito do crime. É que os assassinos foram identificados como aliados de Dom Pedro I, porquanto desencadearam protestos.
Visando aplacar os ânimos, o Imperador viajou para Minas Gerais, posto que era a província mais exaltada. Só que os mineiros o receberam com hostilidade, e acreditam alguns historiadores que na viagem de volta ele já pensasse em abdicação.
Ele retornou para o Rio de Janeiro no dia 11 de março. Só que não houve boa recepção, posto que a oposição o atacava abertamente nas ruas. Os portugueses, então, organizaram uma festa para alegrar o Imperador, o que foi tomado como afronta pelos brasileiros.
Como foi a Noite das Garrafadas
Visando elevar os ânimos do Imperador, os portugueses que moravam no Rio de Janeiro resolveram fazer uma festa. Só que os ânimos políticos estavam exaltados, posto que havia comoção com a morte de Badaró.
Na noite de 13 de março de 1831, os portugueses acederam fogueiras nas ruas, onde bebiam e dançavam. Então os brasileiros apagaram o fogo e deram vivas à Constituição. Diante disso houve o conflito entre os opositores políticos, que também foi um confronto entre liberais e conservadores.
As partes se enfrentaram de garrafas, paus e pedras nas mãos, numa carnificina que deixou muitas vítimas. Os conflitos se estenderam por diversos bairros do Rio de Janeiro, posto que deixaram as pedras do calçamento ensanguentadas.
Por fim, os brasileiros, que estavam em maior número, sagraram vencedores. E as manifestações de rua pedindo a queda do Imperador continuaram.
As consequências da Noite das Garrafadas
A Noite das Garrafadas levou Dom Pedro a nomear um novo Ministério, só que composto somente por brasileiros. Mas a insatisfação com sua pessoa já era um episódio irreversível, então ele nomeou outro Ministério, quinze depois após. Era o Ministério dos Marqueses, que aumentou ainda mais o clima hostil, posto que composto por aristocratas portugueses.
No dia 7 de abril, o povo se reuniu no Campo de Marte para protestar, só que dessa vez com o apoio do Exército.
Sem apoio político e militar, D. Pedro I abdicou o trono em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara e voltou para Portugal.
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