A Intertextualidade é o fenômeno de se fazer nascer um texto tendo por base um outro que já existe. Nesse processo, acaba-se por criar uma relação entre textos, posto que um influencia o outro.
Nesse tipo de produção, um texto sempre estará relacionado a outro, já que é uma consequência natural. Haverá certa referência, explícita ou implícita, ao que consta na produção original, a exemplo de forma e conteúdo.
A intertextualidade ocorre em muitas manifestações artísticas, como a literatura, a pintura, a escultura e a dança. Mas há também forte participação nas propagandas publicitárias, além das charges e provérbios.
Considerações sobre a intertextualidade
A intertextualidade é uma relação entre textos que pode se estabelecer através das linguagens: visual, auditiva e escrita. Instrumento utilizado para ironizar ou fazer graça, encontra-se atualmente em alta nos programas televisivos, assim como nas charges.
Mas pode ser encontrada igualmente em literatura, cinema, pintura, escultura, música, dança e até provérbios.
Tipos de Intertextualidade
A intertextualidade pode ser usada de várias formas, só que algumas são mais comuns. Na paródia há uma corrupção da arte anterior, o que se dá à maneira de crítica com ironia e humorismo. O rei da paródia, sem dúvida, que é Juca Chaves, que a emprega através da música.
A paráfrase usa outras palavras para recriar um texto que já existe, embora mantenha a mesma ideia central. A palava vem do grego “paraphrasis” que quer dizer “repetição de uma frase”.
A epígrafe é um título ou uma frase que se coloca antes do texto que se quer produzir, para resumir seu sentido. Por exemplo, num artigo científico sobre rochas, cita-se antes o poema “No meio do caminho”, do Drummond.
A citação é a menção de parte de obra alheia, introduzida à própria produção. A palavra vem do latim “citare”, que significa convocar. É normalmente usada entre aspas para resguardar os direitos autorais.
A alusão é uma menção ou referência indireta e curta sobre alguém, alguma coisa ou acontecimento. Por exemplo, para falar sobre a intolerância religiosa na atualidade, faz-se alusão aos atos nazistas. Vem do latim “alludere”: “ad” (para) e “ludere” (brincar).
Existem também formas de intertextualidade menos usadas, como o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
A intertextualidade explícita e implícita
A intertextualidade pode ser explícita ou implícita, conforme a relação mantida com o texto de origem. É que o seu sentido tem possibilidade de ocorrer diretamente ou de maneira subentendida.
A intertextualidade explícita é aquela de fácil identificação, posto que o leitor não necessita deduzir quase nada. Já a implícita precisa de uma análise mais detalhada por parte do leitor, já que seu conteúdo não é dedutível.
A intertextualidade na Literatura
A intertextualidade há tempos é empregada na literatura brasileira, geralmente no intuito de fazer graça. Um exemplo que sempre é citado é o poema “Canção do Exílio”, do Gonçalves Dias. O poeta Oswald de Andrade fez uma paródia do texto que ficou muito boa.
O texto de Gonçalves Dias:
“Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”
A paródia de Oswald de Andrade:
“Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.”
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Fonte: Toda Matéria, Edital Concursos, Wikipédia, Norma Culta, Brasil Escola, Educação, Stoodi, COC, Figura de Linguagem, Todo Estudo, Português.
Fonte das imagens: Todo Estudo, Barueri, Wikipédia.