O Império Romano foi um período que marcou a história. Caracterizado pela centralização do poder em Roma e pelo máximo domínio territorial, o sistema político que predominava estava concentrado na figura do Imperador. Entre eles estava o quarto representante romano, Imperador Cláudio.
Pertencente à linhagem Julio-Claudiana (primeira dinastia do Império Romano, criada após a morte do imperador Júlio César), Tibério Cláudio César Augusto Germânico governou Roma entre os anos 41 e 54 da era cristã.
Os pais de Cláudio eram Nero Cláudio Druso, irmão do imperador Tibério e Antônia, filha de Marco Antônio. Cláudio nasceu no dia 1 de agosto de 10 a.C em Lugduno, na Gália e era neto de Livia Drusa, (mulher de Augusto), sobrinho de Tibério e irmão de Germânico.
Entretanto, a infância de Cláudio não foi nada fácil. Por consequências dos problemas físicos que tinha, as pessoas, incluindo sua própria família, considerava que ele não era digno da dinastia. Tal fato resultou no afastamento de Cláudio das aparições públicas da família imperial.
Desavenças e confusões da família imperial
As causas dos distúrbios físicos de Cláudio nunca foram confirmadas. Nesse sentido, acredita-se que ele era manco, que gaguejava e sofria de convulsões. Além disso, alguns acreditavam que ele teria sofrido algum tipo de paralisia na infância.
Por ser rejeitado pela própria família, o jovem foi privado de desempenhar as funções publicas, que eram exercidas por outros membros da dinastia Julio-Claudiana. Dessa forma, Cláudio teria dedicado seu tempo e se interessado pelos estudos de disciplinas como História e Literatura.
Com a morte do imperador Augusto, em 19 de agosto de 14 D.C., Cláudio, teria pedido ao seu tio, Tibério (sucessor de Augusto) que lhe autorizasse cursar a carreira pública das magistraturas. Porém, Tibério deu apenas uma consolação, condecorando o sobrinho com uma honraria e o mantendo fora de qualquer função pública.
De acordo com fontes, a atitude de Tibério de negar o sobrinho teria a ver com as várias intrigas da dinastia Julio-Claudiana, nas quais os pais de Cláudio estariam envolvidos.
Os envenenamentos no Império
Em 19 D.C., ano da morte de Germânico (irmão de Cláudio), historiadores levantam a teoria de que ele teria sido envenenado a mando de Tibério. Neste mesmo período, outro personagem importante marca a história da família imperial, Lúcio Élio Sejano. Comandante ambicioso da guarda pretoriana e um dos braços direitos de Tibério.
Assim, como parte de interesses para ter uma ligação com a família real, Sejano teria tentado arranjar um casamento de sua filha ainda com 4 anos de idade, com o filho de Cláudio (que ainda não era imperador). O plano, no entanto, não teria dado certo, pelo fato de que o menino morreu ainda criança, engasgado com uma pêra.
Contudo, os planos de Sejano não pararam, de forma que ele seduziu a irmã de Cláudio, Lívila e a convenceu de deixar seu marido Druso (filho de Tibério). Acredita-se que foi, também, por influência de Sejano, que Livila teria envenenado seu próprio esposo.
Apesar disso, antes de conseguir concluir seu plano e casar-se com Lívila, Sejano foi executado a mando de Tibério, quando o imperador descobriu suas reais intenções.
Império de Cláudio
Cláudio subiu ao trono logo após a guarda pretoriana destronar e assassinar seu sobrinho, Gaius Caesar, ou Calígula, como era conhecido.
Como último sobrevivente da dinastia Júlio-Claudiana, Cláudio ganhou destaque durante seu governo, por ser um homem habilidoso e inteligente.
Seu governo foi marcado por algumas questões, como a redução do poder do Senado e a anistia geral que decretou leis que protegiam as classes populares.
Considerado um bom administrador, foi o imperador responsável pela expansão territorial e pelas conquistas das províncias de Trácia, Judeia, Lícia, Nórica e Panfília e Mauritânia.
Uma das conquistas mais importantes, e que marcou o reinado do monarca, foi a conquista de Britânia, província incluída ao império em 43 d.C.
Todavia, a conquista da região se tornou importante para o território romano, por ser uma extensão de terras com recursos minerais, destinados para exportação.
Imperador Cláudio e seus casamentos
Em síntese, outro fato que marcou o contexto histórico da vida do imperador Cláudio, foi a influência que suas esposas tiveram em seu governo. Cláudio casou quatro vezes, com Plautia Urgulanilla, Aelia Paetina, Messalina e a sobrinha Agripina, a jovem.
Casou-se com Urgulanilla, no ano 9 D.C., quando ele tinha uns dezoito anos de idade. Este, assim como os outros casamentos do monarca, foi marcado pela má conduta da mulher.
Em 28 D.C., Cláudio casou-se com a segunda esposa, Aelia Petina. Esta era, ainda, irmã de Sejano e acredita-se que o casamento tenha acontecido por influência do Comandante da guarda pretoriana.
A terceira esposa, Messalina, com quem Cláudio teve seus dois filhos, Britânico e Otávia, conspirou contra o marido e foi executada quando o plano foi descoberto.
Em seguida, Cláudio se casou com a sobrinha, Agripina. Esta tinha uma grande influência, de tal modo que fez com que o monarca deserdasse seu próprio filho, Britânico, e nomeasse como seu sucessor o enteado Nero.
Trágica Morte – Os suspeitos
Desde sua ascensão ao trono, o imperador romano teve vários empregados ao seu favor. Porém, um deles tinha uma proximidade maior com Cláudio.
Halotus era um dos braços direitos do monarca e uma de suas funções era conferir e experimentar cada porção de comida servida ao imperador.
Contudo, pelo fato de Cláudio ter morrido envenenado, em 13 de outubro de 54 D.C, logo após um banquete, acredita-se que um dos responsáveis pela morte do imperador tenha sido Halotus, que foi apontado ainda como amante da imperatriz, Agripina.
Portanto, há diversas teorias que apontam que a imperatriz Agripina, motivada por interesses políticos, teria mandando o servo envenenar o próprio marido. Dessa forma, seu filho, Nero, foi o sucessor escolhido por Cláudio, que reivindicou o trono e assumiu o poder de Roma.
Escritas e obras do Imperador Cláudio
Incentivado pelo seu professor, Cláudio se interessou ainda muito novo pelo estudo da história e por literatura. Como resultado, o monarca teria estudado obras históricas sobre várias civilizações.
Todavia, acredita-se que ele foi o último a conseguir ler a escrita etrusca (sistema alfabético desenvolvido na península itálica), em Roma.
Em suma, o imperador Cláudio, ainda quando jovem, teria escrito 43 livros sobre a História de Roma, além de sua autobiografia, que relatam fatos desde sua infância até seu império. Nenhum desses escritos teriam sobrevivido, mas foram citados por autores antigos.
Por fim, além de seus importantes escritos, Cláudio se destacou pela construção de obras públicas, que hoje são monumentos históricos.
Exemplos disso são os aquedutos romanos (estrutura constituída de arcadas com a finalidade de conduzir a água), Áqua Cláudia e o e o Anio Novo, que foram unidos pela Porta Maior, obras iniciadas pelo imperador Calígula e concluídos no governo de Cláudio no ano 52.
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Fontes: Ebiografia, Info escola, História de Roma, Aventuras na história, Toda Matéria
Imagens: Diário Córdoba, Minilua, Pinterest, Medium, Tipografos.net, ancientrome.ru, Aventuras na História, e Roma Viva