A história dos números é extremamente antiga e acompanha a evolução da humanidade. Os primeiros sinais do uso de elementos numéricos remete às tribos primitivas que faziam marcações em ossos e pedras para contar objetos e animais.
Com o passar do tempo e a evolução da sociedade, novas formas de contagem foram surgindo. Por exemplo, os babilônios usavam símbolos para representar os valores, atribuindo-lhes posições diferentes de acordo com a quantidade que precisavam registrar.
Já os romanos usavam letras como “I”, “L” e “X” para representar números. O sistema romano era muito bom para contagem, mas ruim para cálculos, por isso ele acabou sendo substituído pelos algarismos indo-arábicos, que são os números usados hoje em dia em quase todo o mundo.
História dos números
Números na pré-história
Quando o homem deixou de ser nômade para se fixar em um só lugar, ele começou a trabalhar com o cultivo de plantas e criação de animais. Com isso, a forma de contagem usada se tornou ultrapassada, pois precisavam aprender a controlar o rebanho e prever as épocas de chuva, frio e calor.
Dessa forma, os povos antigos passaram a usar pedras para representar cada animal. Inclusive, a palavra cálculo surgiu da prática de contagem do rebanho, visto que o nome derivado do latim significa “contas com pedras”.
Basicamente, quando o seu rebanho entrava no cercado, as pedras dentro do saco eram retiradas, conforme a quantidade que entrava. Caso sobrasse alguma pedra, o dono saberia que o animal se perdeu no caminho ou morreu.
Além das pedras, também eram usados traços marcados em galhos de árvores ou ossos de animais. Neste caso, cada traço era um objeto, dois traços eram dois objetos e assim por diante.
Esses métodos funcionavam bem com pequenas quantidades, mas quando a quantidade era alta, a contagem ficava complicada. Uma das formas criadas para facilitar a contagem de grandes quantidades foi o agrupamento de objetos a cada dez unidades. A escolha do número dez ocorreu porque o ser humano tem 10 dedos nas mãos.
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Números na Babilônia
Conforme as aldeias evoluíram para cidades e as cidades se transformaram em Impérios, houve um aumento no comércio entre os povos, o que exigiu a criação de registros mais precisos. Sendo assim, a história dos números passou por mais uma mudança.
Um exemplo disso é uma das grandes civilizações babilônicas, que estabeleceu um império entre 1792 aC e 539 aC, abrangendo aproximadamente o território do atual Irã e Iraque. Com o objetivo de controlar os impostos e o comércio entre as diversas regiões do reino, os babilônios aprimoraram o sistema de contagem.
Eles usaram símbolos para representar os valores, atribuindo-lhes posições diferentes de acordo com a quantidade que precisavam registrar, assim como fazemos atualmente. Por exemplo, quando escrevemos 14, não estamos expressando o mesmo valor que 41, embora ambos usem os algarismos 1 e 4. Como o número 1 e o 4 estão em posições diferentes, eles significam valores diferentes.
Essa abordagem facilitou a contagem e os cálculos, pois não era necessário criar novos símbolos para representar números muito grandes. Os números babilônios eram registrados de forma cuneiforme, ou seja, usando uma cunha para fazer inscrições em tabuletas de argila.
Números romanos
Enquanto os babilônios usavam símbolos, os romanos optaram por usar letras para representar os números. Por exemplo, eles usavam a letra “I” para contar de 1 a 3, depois disso, agrupavam as quantidades a cada cinco unidades, cinco dezenas, uma centena e um milhar.
Desse modo, com a combinação das letras era possível escrever as quantidades. As letras e seus respectivos significados eram:
Letra | Número |
---|---|
I | 1 |
V | 5 |
X | 10 |
L | 50 |
C | 100 |
M | 1000 |
A ordem das letras era essencial para compor o valor dos números na numeração romana. Por exemplo, ao colocar o “I” antes do “X”, temos “IX”, que significa o número nove. Por outro lado, se colocarmos o “I” depois do “X”, temos “XI”, que é o número onze.
Os números romanos eram bons para contar, mas não para calcular. É por isso que eles foram substituídos pelos algarismos indo-arábicos. Apesar disso, os números romanos ainda são usados hoje em dia, mas apenas em situações específicas. Por exemplo, eles costumam ser usados para indicar os séculos e também em capítulos de livros.
Números atuais: sistema indo-arábico
Para finalizar a história dos números, temos os números usados atualmente. Os algarismos indo-arábicos são o sistema de escrita numérica usado hoje em dia. Esse sistema foi criado pelos hindus e difundido no mundo ocidental pelos árabes, razão pela qual é conhecido como indo-arábico.
Os hindus desenvolveram um sistema de numeração em que cada dígito representava um símbolo, de modo que não é preciso usar sinais distintos para indicar diferentes agrupamentos de objetos, como faziam os egípcios.
Da mesma forma que os babilônios, os algarismos indo-arábicos ocupam diferentes posições de acordo com o valor que representam, seguindo a mesma lógica usada pelos babilônios.
Um dos matemáticos mais importantes da Idade Média, al-Khwarizmi, que viveu entre 780 e 850, usava esse sistema para realizar seus cálculos. Em latim, o nome desse estudioso era “Alcuarismi”, termo que deu origem à palavra “algarismo” em português.
Al-Khwarizmi traduziu várias obras hindus para o árabe, que foram posteriormente transmitidas à Europa pelo sul da Espanha, que pertencia aos muçulmanos.
Um dos responsáveis por introduzir esse sistema numérico no mundo cristão foi o Papa Silvestre II, que estudou obras de matemática islâmica. A partir de então, os algarismos indo-arábicos ganharam espaço na Europa e passaram a ser a forma de escrever quantidades em quase todo o mundo.
História do número zero
O algarismo zero foi um dos últimos a ser criado, já que ele não representava uma quantidade de objetos ou animais, mas sim a ausência de valor. Por exemplo, os babilônios deixaram uma coluna em branco no cálculo para representar o zero, ao passo em que os romanos simplesmente não representavam o zero.
No século VII, os hindus, influenciados pelo sistema de numeração babilônico, deram um nome para o espaço em branco deixado na coluna de cálculos, chamando-o de “sunya”, que significa “vazio” ou “lacuna”. Essa palavra foi traduzida para o árabe como “siphr” e, posteriormente, para o latim como “zephirum”, dando origem à palavra “zero” em português.
Qual é a importância dos números?
Quem não gosta de matemática pode até achar que o mundo seria mais fácil sem os números. Mas a verdade é que os números são essenciais para a organização da sociedade. Já pensou como seria viver em um local onde não houvesse números para fazer transações comerciais ou representar a idade?
Sem os números, a sociedade ainda estaria vivendo a base do escambo, isto é a troca direta de mercadorias. Durante um tempo, o comércio funcionava assim, mas com o desenvolvimento da sociedade e a criação de novas mercadorias, foi ficando difícil fazer trocas justas entre produtos.
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Fontes: Mundo Educação, Toda matéria, Fredson Santana, EBC, Sou Matemática e GCF Global.