A Balaiada foi uma luta popular que ocorreu na província do Maranhão entre 1838 e 1841.
A revolta nasceu reivindicando melhores condições de vida, tendo contado com a participação de vaqueiros, escravos e demais desfavorecidos.
O nome dessa revolta provém dos “balaios”, que eram cestos fabricados na região.
Os motivos da Balaiada
A população maranhense era muito pobre e ainda tinha que conviver com os desmandos políticos dos grandes fazendeiros da região. Eles buscavam a hegemonia política e não se importavam com a miséria do povo. Havia muitos desmandos, injustiças e abuso de poder pelas autoridades.
Aquela classe política se dividia entre dois partidos. Os Bem-te-vis, que era liberais e até apoiaram o início da Balaiada, assim como os Cabanos, conservadores, que estiveram contra aos balaios.
Houve também uma forte crise econômica provocada pela concorrência do algodão norte-americano. Isso provocou uma situação insustentável entre as elites e a população carente.
Mas o estopim mesmo foi a aprovação da chamada Lei dos Prefeitos, que permitia a nomeação de prefeitos pelo presidente da província. Essa lei causou diversos focos de revolta e a Balaiada teve início.
Como ocorreu a revolta
Algumas lideranças se destacaram isoladas, principalmente pelo uso de estratégias de guerrilha contra as forças imperiais.
O vaqueiro Raimundo Gomes, ao ter seu irmão injustamente detido em Vila da Manga, ataca a cadeia e o liberta. Nesse ínterim, se apossa de muitas armas e munições, no dia 13 de dezembro de 1838.
Em outra localidade, o artesão e fabricante de balaios Manoel dos Anjos Ferreira, após ter as filhas desonradas por soldados, decide se unir ao movimento. Com um grupo armado, ele ataca várias vilas e fazendas no Maranhão.
Só então os líderes se agrupam e se unem a um terceiro comandante, que é o negro Cosme Bento de Chagas, quilombola e chefe militar de mais de 3 mil ex-escravos.
Em 1839, depois da tomada de importantes povoações, como Vila de Caxias e Vargem Grande, os revoltosos estabeleceram uma Junta Provisória.
Mas Manoel dos Anjos Ferreira é assassinado e Cosme se retira com suas tropas para o sertão.
O final da Balaiada
Com o fim de controlar a situação, o Império enviou o Coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias), que assumiu o comando das tropas do Maranhão, Piauí e Ceará. Era o dia 7 de fevereiro de 1840. Seu efetivo era composto de mais de 8 mil homens bem armados.
Raimundo Gomes é derrotado pelo coronel e entrega a Vila de Caxias. É o início do fim da Balaiada.
Em 1840, o recém-coroado imperador Dom Pedro II anistiou os rebeldes que se entregassem e mais de 2.500 balaios se rendem.
Em 1941, o vaqueiro Raimundo Gomes foi exilado para São Paulo, mas acabou morrendo no meio do caminho. Mas Negro Cosme não se entregou, sendo caçado, preso e enforcado.
Ao retornar vitorioso à capital, o Coronel Luís Alves de Lima e Silva recebeu o título de Barão de Caxias, por ter sufocado esta revolta social.
Curiosidades sobre a Balaiada
No Município de Caxias, existe o Memorial da Balaiada, dedicado à história da rebelião. A revolta beneficiou o partido dos Bem-te-vis, pois refletiu de forma negativa na administração dos Cabanos.
O Período Regencial (1831 a 1840) foi marcado por muitas revoltas, como Cabanagem, Balaiada, Sabinada e Farroupilha.
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Fonte: Toda Matéria, Info Escola, Sua Pesquisa, História do Brasil, Coda da Web, Históriazine.