O coronelismo foi um movimento político que ocorreu na transição do século XIX para o século XX, com o início da República Oligárquica no Brasil. Por isso, nesta fase, as revoltas contra a nova instituição política cresceram muito. O que gerou uma mudança no cenário político. Os proprietários de terra que ganhavam mais poder e recebiam a patente de coronel.
Portanto, oficiais que não eram fieis ao governo passaram a ser substituídos por homens de confiança escolhidos pelos coronéis. Em suma, a ideia era recrutar pessoas que tivessem os mesmos interesses político-econômicos que as elites brasileiras.
Dar poder aos senhores das grandes fazendas fazia muito sentido para um país que foi firmado na cultura agrícola. E esses coronéis eram a nova geração dos capitães donatários: homens escolhidos para controlar as capitanias hereditárias no período colonial português.
Para manter a ordem social, o coronelismo dava base para esses latifundiários usarem força policial quando necessário. Igualmente para interesses pessoais dentro de suas terras. Colocar os ruralistas na bancada política também foi estratégia encontrada para controlar as camadas camponesas e sertanejas que podiam votar.
Voto de Cabresto
Com o sistema eleitoral muito frágil, os coronéis viram a possibilidade de manipular as eleições para colocarem no poder quem pudesse beneficiá-los. Alguns deles, inclusive, se candidatavam.
Para fazer isso, coagiam os eleitores para votarem em candidatos específicos. Era uma espécie de troca de favores. Os coronéis usavam de dinheiro e bens materiais para comprar os votos. Diferentemente de hoje, a votação era a aberta, não havia sigilo na hora de votar. Por isso, “capangas” eram enviados para intimidar os eleitores.
O conhecido “voto de cabresto“. Dessa forma, as pessoas que não cumpriam com o combinado e iam contra o governante escolhido pelo coronel, sofriam perseguições. Bem como violência física e ameaças de morte. E essa situação se dava nos âmbitos municipais, estaduais e até nacional.
Coronelismo hoje
A Revolução de 1930, com a chegada de Getúlio Vargas à Presidência da República, colocou um fim ao coronelismo. A modernização das cidades provocou um êxodo para as áreas urbanas. Ao mesmo tempo, os coronéis começaram a perder espaço.
Mesmo assim, alguns resquícios dessa fase política ficaram incrustados na sociedade brasileira. Em algumas regiões, como no centro-oeste, os grandes fazendeiros ainda carregam prestígio e estão diretamente envolvidos com a política local. A compra de votos, fraude eleitoral e troca de favores são características do coronelismo que, infelizmente, ainda vemos hoje.
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Fontes: Brasil Escola, Sua Pesquisa, Educação Uol.
Fontes de imagem: Tok de História, Politize!