Primeiramente, a inauguração de Brasília, também conhecida como Distrito Federal, ocorreu no dia 21 de abril de 1960, durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek. Ao passo que sua construção deu-se entre os anos de 1956 a 1960, a mesma marcou o Brasil do século XX.
Todavia, a transferência da capital, do Rio de Janeiro para o Planalto Central, consumiu muito dinheiro, posto que alto foram os recursos materiais e humanos. Sendo assim, apesar de previamente planejada, a construção cidade de Brasília custou muito ao povo brasileiro.
Ademais, Lúcio Costa foi quem traçou o Plano Piloto (em forma de avião) e Oscar Niemeyer projetou os edifícios públicos em traços modernistas.
A previsão de mudança da capital
A mudança da capital federal estava oficialmente prevista na primeira Constituição da República (1891). Logo que entrou em vigor, o governo de Floriano Peixoto decidiu dar efetividade ao projeto. Aliás, para isso criou a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, que foi dirigida por Luís Cruls.
Louis Cruls era da Bélgica e ocupava o cargo de diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. Dessa forma, ele foi a campo com grande equipe e demarcou uma área no Planalto Central, que julgou ser a mais adequada.
No entanto, os governos seguintes não a implementaram porque não pareceu viável essa transferência, posto que o Planalto Central era um ermo. Sendo assim, somente mais tarde, no governo de Juscelino Kubitschek é que se decidiu pela construção de Brasília, no ano de 1956.
50 anos em 5
Juscelino tomou posse numa época privilegiada, com grande crescimento da economia e investimento em diversos setores.
Mas também havia crescente inflação motivada pelo aumento de moedas em circulação, posto que refletia em concentração de renda. Também existia defasagem salarial e abuso da mão de obra por conta do desemprego.
Ainda em campanha, Kubitschek criou um bem elaborado Plano de Metas, que previa crescer 50 anos em cinco. Era sua famosa política desenvolvimentista, que tinha as bases na crescente industrialização.
Dentro do propalado Plano de Metas, obviamente, estava a ousada construção de Brasília. Apesar de forte oposição de políticos oposicionistas, como Carlos Lacerda, o projeto foi aprova e autorizado o início das obras.
Os primeiros passos para concretizar Brasília
Concluída parte da desapropriação das terras, foi lançado um concurso público para selecionar um projeto. Sagrou-se vencedor o Plano Piloto do arquiteto carioca Lúcio Costa. Oscar Niemeyer ficou incumbido dos projetos arquitetônicos dos prédios públicos.
Foi criada a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) para tocar a obra. Chegou ao local uma verdadeira multidão de operários para trabalhar nas obras. O prazo de entrega era curto e portanto houve muitos atropelos.
Também não havia lá muito controle dos gastos e o planejamento era praticamente inexistente. Muitos foram pagos sem ter concluído as obras e isso causou um descontrole dos gastos. Jamais foi feita prestação de contas do dinheiro gasto em Brasília, não havendo como saber o quanto exato foi gasto.
A inauguração da nova capital
Brasília foi oficialmente inaugurada a zero hora do dia 21 de abril de 1960, Dia de Tiradentes, durante uma missa.
Na sequência instalaram os Poderes Executivos, Legislativos e Judiciário e, na Catedral inacabada, foi também instalada a Diocese.
Só que a nova Capital não estava terminada, posto que havia ainda muita coisa a ser feita. Prédios inacabados estavam por todos os lados e faltava habitação para os funcionários públicos. Nem as embaixadas puderam funcionar, visto que até o Itamaraty ainda estava no Rio de Janeiro.
Por conta desses pormenores, o Brasil ainda ficou um bom tempo com duas capitais, pois muitas repartições públicas não se transferiram.
As obras de construção dos prédios públicos e apartamentos funcionais prosseguiram até a década de 1970.
Consequências da construção de Brasília
Dando prioridade para a construção da nova Capital, obras importantes no restante do país ficaram paralisadas. Ainda assim a verba acabou antes da conclusão da obra e não se conseguiu empréstimo internacional. Isso levou o presidente a emitir título da dívida pública e moeda.
Em consequência desses gastos desenfreados, a inflação disparou nas décadas seguintes e a população brasileira empobreceu.
Em uma estimativa atualizada, calcula-se que, nos dias atuais, teriam sido gastos em Brasília por volta de US$ 83 bilhões.
E então, você achou curioso saber um pouco mais sobre a construção da nossa Capital Federal? Pois bem, não deixe de ler também sobre o motivo da industrialização no Brasil ter começado tarde.
Fontes: Info Escola, Toda Matéria, Todo Estudo, Memorial da Democracia, Estudo Kids, Educacional.
Bibliografia:
- Revista Nossa História. Editora Vera Cruz. Ano 2/n°23 – setembro 2005
- BEZERRA, Juliana. A Construção de Brasília. [20–]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/a-construcao-de-brasilia/. Acesso em: 21 jan. 2019.
- ALVES, Lara Moreira. “A construção de Brasília: uma contradição entre utopia e realidade”. In: Revista de História da Arte e Arquitetura. Campinas: Programa de Pós-Graduação do Departamento de História, 2005.