O que é avaliado na Competência II da Redação do Enem?

A Competência II da Redação do Enem analisa como o estudante articula conhecimentos de diferentes áreas do saber com o tema proposto, sempre dentro da estrutura esperada para o texto dissertativo-argumentativo. Isso significa que não basta escrever

A Competência II da Redação do Enem analisa como o estudante articula conhecimentos de diferentes áreas do saber com o tema proposto, sempre dentro da estrutura esperada para o texto dissertativo-argumentativo. Isso significa que não basta escrever bem: é preciso mostrar que entende o assunto, que sabe argumentar com base em informações relevantes e que consegue ligar essas ideias ao tema central da redação.

Por isso, vale a pena acompanhar as atualidades, ler bastante sobre temas sociais, políticos, ambientais e culturais, além de treinar a escrita com atenção à proposta. Afinal, é ela quem guia tudo.

E aí, vamos saber mais sobre essa competência? Boa leitura!

O que a Competência II avalia?

Sabe quando os professores insistem para estudar, ler mais, assistir a filmes e séries? Acredite, não é à toa. Tudo isso tem um papel essencial quando o assunto é a Competência II da Redação do Enem, que avalia se dá pra perceber que o tema foi bem entendido e como ele se conecta com outras áreas do conhecimento, tudo dentro da estrutura dissertativo-argumentativa.

Diante disso, o corretor quer ver se o texto vai além do óbvio, se há repertório sociocultural, se há reflexão. Então, é aí que entram aqueles livros que marcaram, as discussões durante as aulas que provocaram questionamentos. Todo esse conteúdo vira material de apoio na hora de escrever.

Por isso, quanto mais se consome informação de qualidade, mais ferramentas se tem pra construir um texto consistente, com argumentos que fazem sentido e mostram um olhar mais maduro sobre o tema.

Matriz de referência da Competência II

Foto: Inep

5 dicas para tirar uma boa nota na Competência II

1- Conheça a estrutura do texto dissertativo-argumentativo

Uma das dicas mais importantes quando se fala em produção de texto é sobre a estrutura. Como o foco é desenvolver uma tese, defendê-la com argumentos sólidos e ainda propor uma intervenção, fugir disso, como ao escrever algo narrativo, pode acabar prejudicando bastante o resultado. Então, nada de transformar a redação num conto, combinado?

Tendo isso em vista, a estrutura mais recomendada do texto dissertativo-argumentativo é aquela com quatro parágrafos: um de introdução, dois para o desenvolvimento da ideia (argumentos) e um para a conclusão. Simples, direto e bem organizado.

Por fim, ainda vale lembrar sobre um ponto importante: evite usar a primeira pessoa, tanto no singular quanto no plural. Isso porque a proposta da redação é manter um tom mais impessoal, objetivo. Usar a terceira pessoa ajuda a garantir essa formalidade na medida certa. Combinado?

2- Leia os textos e a proposta com atenção

Um ponto essencial na hora de fazer a redação é prestar bastante atenção à proposta. Parece óbvio, mas muita gente escorrega nesse detalhe e acaba fugindo do tema ou tangenciando, o que acaba prejudica a notada Competência II da Redação do Enem.

Aqui, portanto, vale lembrar a diferença entre assunto e tema: o assunto é mais amplo, enquanto o tema é o recorte específico proposto pela banca. Por exemplo, se o assunto for “meio ambiente”, o tema pode ser “os desafios da preservação da Amazônia diante do avanço do agronegócio”. Falar de poluição nos oceanos, nesse caso, seria fugir completamente do tema.

Também é importante saber usar bem os textos de apoio. Eles estão ali para ajudar, então vale extrair ideias, refletir sobre os argumentos apresentados e usá-los como ponto de partida para construir o próprio ponto de vista. Mas atenção: nada de copiar trechos ou montar a argumentação só com base no que está ali. Tá certo? Quando a redação soa como um “resumo” dos textos de apoio, ou traz partes copiadas, a banca pode cortar pontos ou até zerar a prova.

Dessa forma, o segredo é mostrar que houve leitura e compreensão, mas com uma abordagem autoral e coerente com o que foi proposto.

3- Abuse de atualidades

Ficar por dentro do que está acontecendo no mundo faz toda a diferença na hora de escrever. Além de enriquecer o conteúdo do texto, isso mostra que há uma boa capacidade de conectar o tema da prova com acontecimentos, ideias ou referências que vão além da proposta.

Essa habilidade de trazer elementos externos para a discussão tem nome: repertório sociocultural. E os corretores valorizam muito quando esse repertório aparece de forma bem encaixada no texto, sem parecer algo forçado ou fora de contexto.

Por isso, vale a pena acompanhar notícias, filmes, livros, debates e até conversas do dia a dia. Tudo isso pode virar referência e ajudar a construir argumentos mais sólidos e interessantes.

4- Faça citações diretas e indiretas

Use frases de impacto, pensamentos marcantes e até teorias filosóficas para dar mais profundidade ao que está sendo escrito. Esses elementos ajudam a construir argumentos mais sólidos e mostram que há reflexão por trás do texto.

Outro truque que funciona bem é a paráfrase. Reescrever ideias com suas próprias palavras não só mostra que houve compreensão do conteúdo, como também torna o texto mais fluido e original.

5- Seja objetivo

Por fim, como a proposta é defender uma ideia e mostrar por que ela realmente importa, não dá pra se apoiar apenas em achismos. Sendo assim, opinião sem base pode até parecer convincente num primeiro momento, mas logo perde força quando questionada.

Pra que o argumento tenha peso de verdade, é essencial trazer fatos, dados, exemplos concretos ou até experiências que sustentem o que está sendo dito. Isso dá solidez à ideia e mostra que ela não surgiu do nada.

No fim das contas, convencer alguém vai muito além de dizer “eu acho”. É sobre construir uma linha de raciocínio clara, com fundamento, que faça sentido e desperte confiança em quem está ouvindo ou lendo.

Os 6 erros mais comuns na Competência II

1- Tangenciamento

Lembra daquela parte em que a gente falou sobre a diferença entre tema e assunto? Então, é justamente aqui que muita gente acaba errando. Quando se tangencia o tema, o que acaba aparecendo no texto é, na verdade, uma discussão genérica .

Diante disso, reflita sobre o seguinte: imagine que o tema seja a violência contra as mulheres no Brasil. Se, ao desenvolver o texto, a discussão ficar só na ideia de “violência” de forma ampla, sem mencionar a situação das mulheres e o contexto brasileiro, acredite, o tema foi deixado de lado.

Percebe como isso muda tudo? Ao não se aprofundar no recorte proposto, o texto perde força e direção. É justamente por isso que entender essa diferença faz tanta diferença na hora de escrever bem.

2- Repertório improdutivo

Um repertório improdutivo aparece quando o aluno até traz uma informação que tem relação com o tema, mas ela não é aproveitada no desenvolvimento do texto. Ou seja, fica ali meio solta, como se tivesse sido colocada só para dar uma “enfeitada” na redação, sabe?

O problema é que, mesmo sendo algo interessante ou pertinente, esse tipo de repertório não contribui para sustentar o ponto de vista apresentado. Ele não dialoga com os argumentos, nem aprofunda a discussão proposta. É como citar algo só por citar, sem mostrar por que aquilo importa no contexto da redação.

Por isso, esse é um dos deslizes mais comuns no Enem. Dessa forma, a dica aqui é sempre pensar: o que essa informação acrescenta ao que estou defendendo? Se não estiver ajudando a construir uma ideia, melhor repensar o uso. Combinado?

3- Repertório não legitimado

Pra começar, a gente precisa entender o que é um repertório legitimado. Ele se refere a conteúdos, autores e pesquisas que já são amplamente reconhecidos dentro de uma área, o que significa que aquele tipo de referência carrega peso e credibilidade. Um bom exemplo disso é o nome de Machado de Assis quando se fala em Literatura: é uma figura consagrada, difícil de contestar, não é?

Já o repertório não legitimado é o oposto disso. São fontes pouco conhecidas, que não têm respaldo acadêmico ou social, e muitas vezes nem são citadas de forma clara no texto. Dessa forma, é como usar uma opinião de rede social como base para uma argumentação séria.

Portanto, não basta encher um texto de informações aleatórias: o que realmente conta é trazer referências validadas, reconhecidas e relevantes pro assunto tratado. Isso mostra domínio do tema e dá mais força ao que está sendo defendido.

4- Repertório não relacionado ao tema

O repertório não relacionado ao tema segue por um caminho oposto ao do legitimado. Ele não é desenvolvido de forma adequada e, muitas vezes, nem se conecta ao tema tratado. Acaba sendo uma informação solta, que não contribui para o aprofundamento da discussão.

Por isso, é bem comum que os alunos escorreguem nesse ponto. Muita gente acaba incluindo esse ideias aleatórias achando que está enriquecendo o texto, quando na verdade só desvia o foco.

Evitar esse tipo de erro é importante para manter a coerência e a força do argumento. Usar referências que realmente dialoguem com o tema e que sejam bem explicadas faz toda a diferença.

5- Texto insuficiente

Um texto é considerado insuficiente quando as ideias ainda estão no comecinho, sem desenvolvimento. Os corretores costumam chamar isso de “partes embrionárias”, justamente por parecer que a ideia até surgiu, mas não foi levada adiante.

Na prática, isso acontece quando o texto tem só duas ou três linhas. É pouco espaço para argumentar, explicar ou aprofundar qualquer ponto. Diante disso, fica a sensação de que algo ficou pela metade, como se o texto tivesse sido interrompido antes de realmente começar, sabe?

Por isso, é fundamental desenvolver minimamente o que se quer dizer. Mesmo que a ideia principal esteja presente, ela precisa vir acompanhada de alguma explicação ou exemplo para mostrar que foi pensada com mais cuidado.

6- Não atendimento ao tipo textual

Não importa o ano: o Enem sempre cobra a produção de um texto dissertativo-argumentativo. É esse o formato exigido na prova de redação, e entender bem como ele funciona faz toda a diferença na hora de escrever.

Muita gente escorrega justamente por não conhecer a estrutura direitinho. Aí, sem perceber, mistura características de outros gêneros textuais e acaba fugindo ao que a proposta pede. Isso pode comprometer bastante a nota.

Sendo assim, uma boa dica é dar uma olhada nos outros tipos de texto também. Saber diferenciá-los ajuda a não cometer deslizes e a manter o foco na construção de uma redação bem organizada, com tese clara e argumentos consistentes.

E aí, o que achou do nosso conteúdo? Conta pra gente! Aproveite e leia também: O que é Literatura? Origem, função e gêneros literários

Fonte: Mundo Educação, Toda Matéria, Brasil Escola, Guia do Estudante.

Escolhidas para você

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.