Em uma cadeia alimentar, o processo de captura e transferência de energia entre um ser vivo e outro funciona de diferentes maneiras a depender do seu tipo de organismo e alimentação. Nesse sentido, os animais carnívoros se encaixam como aqueles que se alimentam majoritariamente de carne – viva ou morta – e são considerados predadores.
Dentro do nível trófico, eles geralmente são os consumidores secundários ou consumidores terciários. No primeiro caso, eles têm como fonte de alimentação os animais herbívoros e, no segundo, um outro animal carnívoro.
Conheça abaixo um pouco mais sobre os hábitos desse tipo de animal, quais são suas subdivisões e algumas de suas curiosidades.
Conhecendo os animais carnívoros
O termo “carnívoro” quer dizer comedor de carne, original do latim “carne” mais “volare”, que significa devorar. Em primeiro lugar, os animais carnívoros são consumidores, pois eles necessitam da energia presente na carne de outros animais, fazendo parte de uma cadeia ou teia alimentar.
Em segundo lugar, a maioria desses animais também pode ser considerado caçador porque sua principal função é caçar e matar como forma de sobrevivência.
Desse modo, tanto os consumidores primários, isto é, aqueles que se alimentam de plantas (herbívoros), quanto animais de outras espécies podem servir como alimento.
Os animais herbívoros, em sua maioria, não possuem garras ou dentes afiados, os tornando presas fáceis para os carnívoros que já possuem organismo plenamente adaptado para absorver todos os nutrientes presentes na carne de outros bichos.
Ademais, seu processo de caça pode ser individual, estratégia que conta com mais riscos de fracassar, ou em grupo, que facilita a captura da presa ou mesmo diminui a chance de voltarem ao hábitat natural sem qualquer alimento. Podem ser aves, insetos ou mamíferos, como as hienas.
As águias, crocodilos, baleias, leões, lobos, tigres, golfinhos e tubarões são alguns dos principais exemplos de carnívoros presentes no atual ecossistema.
Mas o que eles têm em comum?
Como dito anteriormente, os próprios organismos dos animais carnívoros são adaptados a consumir a carne como principal (ou único) elemento da dieta. Porém, engana-se quem pensa que os pontos em comum ficam por aí.
Além disso, todos são predadores contam com algumas características físicas iguais ou semelhantes: possuem com um estômago simples e com formato arredondado; glândulas salivares pequenas; a saliva e urina são ácidas e o estômago conta com um grande volume de ácido clorídrico, responsável pela digestão da carne.
Outras características em comum entre a maioria são a presença de dentes e garras afiados; sentidos perfeitamente aguçados; músculos inferiores desenvolvidos que facilitam correrem atrás da presa e habilidade de camuflagem em determinados ambientes.
Tipos e classificações
A primeira classificação é baseada na forma como o animal obtém seu alimento. Portanto, eles podem ser predadores ou carniceiros.
Os primeiros miram em um alvo específico, estudam os hábitos das presas através da observação e, logo após, dão o bote até alcançar. Por outro lado, os carniceiros se alimentam de animais que já morreram, seja por doença ou aproveitando os restos resultantes de processos de caça.
A outra divisão é feita de acordo com o grau de ingestão desses bichos. Logo, os carnívoros restritos alimentam-se exclusivamente de carne, consumindo em suas refeições mais de 70% desse alimento.
Depois, os carnívoros flexíveis podem comer tanto carnes quanto vegetais, possuindo organismo capaz de digerir plantas, por exemplo, ao contrário dos restritos.
Por último, estão os animais onívoros ou carnívoros ocasionais, ou seja, que consomem por volta de 30% de carne em sua dieta, quase sempre pela carência de vegetais.
Técnicas de caça de diferentes carnívoros
Aqui, algumas espécies se destacam com modos particulares de captura, seja em grupos ou de forma individual.
As aranhas costumam usar suas teias à espera de outros insetos para capturar. Os golfinhos, por sua vez, “bagunçam” as águas para confundir as presas e os leões se camuflam para preparar emboscadas, quase sempre certeiras.
É interessante saber que eles, apesar de irracionais, “calculam” exatamente seus movimentos como forma de evitar qualquer imprevisto ou mesmo o fracasso total da caça. Para tanto, utilizam atenção e estratégias específicas de conquista.
Nesse sentido, existe uma relação ecológica denominada competição, que ocorre quando espécies – iguais ou diferentes – disputam o mesmo alimento. E isso não ocorre apenas com os animais.
As plantas também podem disputar preferência de água e sol quando se encontram em uma grande quantidade no mesmo local. Essa superlotação pode gerar a morte de algumas, fazendo com que iniciem várias disputas pela sobrevivência.
Até mesmo em um mesmo grupo podem ocorrer competições, sobretudo quando há pouco alimento disponível.
Curiosidades
– Esse processo de caça é fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas, sobretudo pelo controle das populações;
– Existem plantas consideradas carnívoras, que também são predadoras e consumidoras terciárias, pois adquirem nutrientes através dos tecidos animais;
– Um tigre adulto possui dentes que chegam a 10 centímetros de comprimento;
– O menor animal carnívoro brasileiro é a doninha-amazônica, ou furão, que tem cerca de 26 centímetros, enquanto o urso polar é o maior que vive na Terra, com mais de dois metros;
– De maneira idêntica, os dois maiores carnívoros do planeta são as cobras sucuris, que podem alcançar 10 metros, e as baleias cachalotes, que podem pesar 45 toneladas e terem mais de 19 metros;
– Um artigo da revista Science comprovou que 75% dos maiores animais carnívoros estão sendo extintos, seja por conta da caça ilegal ou da destruição/redução de seus espaços naturais de habitação.
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Fontes: Infoescola, Educamais Brasil, Brasil Escola, Toda Matéria, BiologiaNet
Imagens: National Geographic, Realidade Simulada, Mundo Inverso, Super Interessante, Viva de Cora, Wix.