Você provavelmente já deve ter ouvido falar sobre o Calendário Juliano, que originou o calendário que usamos atualmente. Esse calendário foi implantando na Roma Antiga, no ano de 45 a.C, justamente para substituir o então calendário romano antigo. Ele é chamado de Calendário Juliano por ter sido instituído pelo ditador romano Júlio César.
O Calendário Juliano foi usado por mil e seiscentos anos na Europa Ocidental. Contudo, ao longo desse tempo, esse calendário passou por várias modificações, sendo a primeira delas feita pelo Imperador Augusto no ano 8 d.C.
Inclusive, foi em uma dessas modificações que surgiu o calendário gregoriano, uma criação do Papa Gregório XIII, no ano de 1582. Desse modo, o calendário gregoriano se tornou o calendário oficial mais usado no mundo.
Apesar disso, na época, algumas regiões não satisfeitas com as mudanças feitas pelo Papa Gregório, optaram por manter o calendário juliano presente. E ele é usado até hoje como calendário oficial dos cristãos ortodoxos.
Portanto, hoje iremos conhecer um pouco mais sobre esse calendário tão importante e sua origem. Vamos lá.
O calendário romano
Como dito anteriormente, o Calendário Juliano surgiu para substituir o calendário romano, desse modo, para chegar a origem dele, precisamos conhecer como surgiu o primeiro calendário. Sendo assim, o calendário romano teria sido criado no ano de 753 a.C, por ordem do primeiro governante de Roma, no caso, Rômulo.
Desse modo, esse primeiro calendário tinha apenas 304 dias, divididos em 10 meses. Posteriormente, houve uma reforma a mando de outro governante romano, Numa Pompílio, que acrescentou mais dois meses, o Januarius e o Februarius. A partir disso, foi transformado em um calendário lunissolar, composto por 355 dias, e 12 meses.
No entanto, para tornar o calendário correspondente ao ano solar, foi criado ainda um 13º mês, chamado de Mercedinus, que existiria em anos alternados. Portanto, nos anos em que teriam o Mercedinus, seriam acrescentados 22 ou 23 dias.
Sendo assim, constituía ciclos de 4 anos segundo a seguinte ordem:
- 1: 12 meses ou 355 dias;
- 2: 13 meses ou 377 dias;
- 3: 12 meses ou 355;
- 4: 13 meses ou 388 dias.
Contudo, apesar dessas modificações servirem para adequar o ano solar, elas ainda causava desajuste, já que as estações do ano eram em datas diferentes.
Isso mudou quando Júlio César assumiu o poder da República Romana. Com isso, ele decidiu implantar um novo calendário afim de ajustar novamente o tempo natural, e assim surgiu o Calendário Juliano.
O calendário juliano
Ao assumir o poder, durante a transição entre República e Império, Júlio César notou que as estações do ano estavam desajustadas.
A partir dessa constatação, no ano de 46 a.C, o astrônomo Sosígenes se dedicou a estudar o calendário afim de ajustá-lo ao tempo real. Portanto, ele criou um novo calendário, totalmente diferente do calendário romano. Nesse novo modelo, o ano tinha 365 dias, que eram divididos em 12 meses, com durações desiguais.
Além disso, para uma adequação correta ao novo modelo, foram adicionados dois meses ao ano de 46. a.C justamente para prolongá-lo. Com isso, ficou determinado que o ano começasse no dia 1º de Januarius. Portanto, Januarius e Februarius passaram para o começo do ano de 45 a.C., e os meses passaram a ter 30 e 31 dias, alternadamente, exceto Februarius, que teria 29 ou 30 dias.
Após a sua implantação, o calendário Juliano passou por diversas modificações. Uma delas foi a mudança do nome do mês Quintilis, para “Julius”, em homenagem à Júlio Cesar, que morreu em 44 a.C.
Em seus estudos, Sosígenes calculou que um ano tinha 365 dias e 6 horas. Portanto, para corrigir o tempo adicional, surgiu o ano bissexto, que tem 366 dias a cada 4 anos completos.
O ano bissexto juliano
Contudo, antes de definir que o ano bissexto ocorreria a cada quatro anos, esse ano existiu a cada três. Isso devido a abolição do 13° mês (Mercedinus), que existia apenas para a orientação lunissolar do calendário romano.
Sendo assim, o calendário continuou apresentando uma pequena diferença quanto ao ano solar. Até que no ano 8 d.C, o Imperador Augusto fez mais algumas modificações, como a implementação do ano bissexto a cada quatro anos.
No entanto, o ano bissexto proposto por Augusto ainda tem algumas diferenças em relação ao que é usado na atualidade. Como por exemplo:
- Os anos bissextos no calendário juliano ocorrem a cada quatro anos, sem exceção;
- No calendário atual, conhecido como calendário gregoriano, o ano bissexto ocorre a cada quatro anos. Porém, tem uma exceção, os anos que sejam múltiplos de 100 mas não múltiplos de 400.
Vale lembrar, que em homenagem ao imperador Augusto, o mês que anteriormente era chamado de sextilis passou a ser chamado de augustus ( que chamamos de agosto).
Contudo, como o mês de julio, denominado em homenagem a Julio Cesar tinha 31 dias, o mês de augustus também deveria ter 31 dias. No entanto, tiveram que tirar um dia do mês de fevereiro ( februarius) que passou de 29 a 30 dias para 28 a 29 dias.
Ano da confusão
Como visto anteriormente, no ano de 46 a.C foi adicionado dois meses para corrigir a desigualdade encontrada no calendário romano. Desse modo, esse ano teve 445 dias de duração. Isso devido a regra de que o ano deveria ter 13 meses.
Portanto, os dois últimos meses desse ano, no caso, Januarius e Februarius, passaram a ser os dois primeiros no ano seguinte, 45 a.C. Sendo assim, por toda essa bagunça, o ano de 46 a.C foi conhecido como o “Ano da confusão”.
A chegada do calendário gregoriano
O calendário gregoriano surgiu de uma alteração feita no calendário juliano, pelo Papa Gregório XII em 1582. Ele recebeu esse nome em homenagem ao Papa, que o instituiu.
Enquanto a mudança do calendário romano para juliano, demandou a criação de meses para diminuir a defasagem no tempo, o calendário gregoriano fez o inverso disso. O Papa impôs que o dia seguinte a 4 de outubro de 1582 deveria passar a ser 15 de outubro. Ou seja, um salo de 11 dias. Tudo isso para adequar a data da Páscoa com o equinócio de primavera no Hemisfério Norte.
Conclusão
No fim das contas, as mudanças feitas a partir do calendário juliano foram bem recebidas pela maior parte do mundo católico. No entanto, muitos países não se adequaram a essas alterações. Portanto, hoje em dia são usados dois calendários no mundo cristão, sendo o juliano e o gregoriano.
Contudo, não há nenhuma grande diferença entre os dois calendários. Sendo assim, a única diferença notada é o modo de calcular os anos bissextos. Desse modo, a humanidade segue dois calendários muito semelhantes.
Fonte: Horizons
Enfim, o que você achou dessa matéria? Aproveite para conhecer mais sobre o Fim do Império Romano.
Fontes: Calendário do Ano, Ensinar História Joelza, Escola Kids, História Digital
Fonte da Imagem Destacada: Voluntária do Empresarial