O ecossistema é formado por diversas comunidades orgânicas, que compartilham do mesmo ambiente para sobreviver. Dentro desse sistema, existem as mais variadas relações ecológicas, que podem ser tanto benéficas umas as outras, quanto negativas e até mesmo neutras. Nesse contexto, iremos falar sobre a alelopatia.
Essa, aliás, é uma interação entre plantas, que motivadas pelo instinto de sobrevivência acabam influenciado o crescimento e desenvolvimento de outras espécies. Contudo, a alelopatia pode resultar em uma interação que pode ser boa ou ruim para uma ou ambas espécies envolvidas.
O termo alelopatia, em suma, é derivado de duas palavras de origem grega: alleton, que significa mútuo; e pathos, que significa prejuízo.
Assim, a alelopatia é usada para referir-se às interações bioquímicas entre as plantas e microrganismos, tantos as benéficas quanto as prejudiciais.
Por isso, hoje iremos conhecer mais sobre essa interação tão importante entre os vegetais. Vamos lá.
Conceito de alelopatia
Em termos mais práticos, o fenômeno da alelopatia é explicado como um dano causado por uma planta em um outro organismo. Isso se dá através da liberação de metabólitos secundários tóxicos, no ambiente em que se encontram esses organismos.
De acordo com o pesquisador austríaco Hans Molish, que definiu essa interação, a alelopatia nada mais é do que a capacidade das plantas de produzirem substâncias químicas, que quando liberadas no ambiente, poderiam influenciar o desenvolvimento de outras espécies, tanto de forma positiva quanto negativa.
Sendo assim, esse tipo de interação já é observada desde a antiguidade. Portanto, se tornou objeto de estudo de vários pesquisadores até os dias de hoje.
Alelopatia
Sendo assim, a relação antagônica entre duas ou mais plantas se dá por meio da exsudação radicular. Esse processo que é caracterizado pela emissão de substâncias químicas no ambiente, que podem conter características alelopáticas.
No entanto, é difícil saber a origem dessas substâncias, uma vez que elas podem ter várias fontes. Portanto, essas substâncias podem ser provenientes diretamente das raízes dessas plantas, produzidas por microrganismo ligados à elas, ou até resultados da decomposição de resíduos orgânicos.
A partir disso, o efeito alelopático pode ser classificado em dois tipos, que são:
- Autotoxicidade: é um mecanismo intraespecífico de alelopatia que ocorre quando uma espécie de planta libera determinada substância química que inibe ou retarda a germinação e o crescimento de plantas da própria espécie;
- Heterotoxidade: ocorre quando uma substância com efeito fitotóxico é liberada por determinada planta inibindo a germinação e o crescimento de plantas de outra espécie.
No entanto, essa interação pode ser confundida com outros fatores, como condições de manejo, por exemplo. No caso de um local inapropriado para o crescimento de uma planta, ou solo ácido ou alcalino demais, tudo isso pode resultar em prejuízos para as plantas.
Assim, o prejuízo não seria causado pela relação entre as os organismo, mas sim pelas condições a que estão expostos. Por isso, é importante observar de perto essas relações, antes de apontar o fenômeno de alelopatia.
Exemplos de alelopatia
Então, para melhor entendimento desses fenômeno, veremos alguns exemplos práticos de alelopatia a seguir:
Exemplo 1 (alelopatia favorável):
- O milho com a batatinha;
- O espinafre com o morango;
- O alho com a ervilhaca;
- A beterraba com a couve e a alface;
- A cenoura com a ervilha.
Exemplo 2 (alelopatia desfavorável):
- A couve com o tomate;
- O funcho com o feijão branco e o tomate;
- O capim-santo/limão inibe o crescimento da alface e do picão-preto.
- O eucalipto é um dos principais inibidores de crescimento de hortaliças como a mostarda, a couve, a rúcula, a alface, o tomate, o rabanete, entre outras.
Exemplo 3
O extrato de falso-boldo contribui com a alelopatia positiva sobre o desenvolvimento da parte aérea de sementes germinadas de alface.
A cebola por sua vez responde de forma semelhante à alface. Mas, nesse caso, a resposta positiva se dá ainda na germinação, onde é estimulada nesse processo.
Exemplo 4
O mamoeiro possui substâncias chamadas giberelinas e citocininas, que quando liberadas no ambiente, acabam inibindo a germinação de diversas plantas como a alface, o tomate, a cenoura e até o próprio mamão.
Por outro lado, o inibidor de crescimento encontrado nas sementes do mamão, pode apresentar alelopatia positiva no desenvolvimento da raiz do milho.
Enfim, o que você achou dessa matéria? Aproveite para aprender mais sobre as plantas briófitas.
Fontes: Ecycle, Portal São Francisco
Fonte Imagem Destaque: Foto Comunnity