Certamente você já ouviu falar em muitas coisas criadas em laboratório, não é mesmo? Porém, o que a universidade de Wisconsin, nos estados unidos, está propondo significaria um passo além: criar cordas vocais em laboratório.
Não é difícil imaginar a importância de nossas cordas vocais, inclusive, sem ela teríamos que ressignificar totalmente a maneira de nos comunicar, usando por exemplo linguagem de sinais. Mas, antes que isso aconteça, o laboratório parece ter a solução.
Alguns danos graves nas cordas vocais – também conhecidas como mucosas das pregas vocais, pode levar as pessoas a ficarem sem voz.
“Nessas situações, onde as cordas vocais estão severamente danificadas ou a tecnologia atual não é capaz de consertá-las, a melhor opção pode ser substituí-las”, explica Nathan Welham, que trabalha na Escola de Medicina e Saúde Pública na Universidade de Wisconsin, EUA.
Mas como seria possível criar cordas vocais no laboratório?
O pesquiasdor Nathan Welham disse recentemente que ele e sua equipe de trabalho tinham conseguido gerar, por meio da bioengenharia, mucosas das pregas vocais que são capazes de produzir som – esse parece ser o ponto X da pesquisa, um primeiro passo para possibilitar um real transplante no futuro.
A equipe iniciou os estudos com o tecido de cordas vocais de um cadáver. Juntos fizeram amostras das células coletadas do tecido, depois desse processo perceberam que as células cresceram com sucesso em uma estrutura tridimensional.
De que forma as cordas vocais de laboratório produz som?
A equipe da Escola de Medicina e Saúde Pública de Wisconsin explicou que foram feitos alguns testes funcionais onde uma laringe é montada em uma bancada de laboratório. Nela, foi colocada uma traqueia falsa, onde o ar, quente e umidificado como no corpo, é soprado, o que faz as cordas vibrarem.
“Entretanto, elas vibram e geram som apenas para a atmosfera. E por isso o som é completamente diferente do que o que está saindo da minha boca neste momento… sem a faixa vocal, soa um pouco como um kazoo, tipo de som robótico como Eeeeee… mas é assim que deve soar neste contexto”, concluiu Welham.
Apesar disso, alguns passos ainda precisam ser dados, os pesquisadores informam ainda que, se um dia as cordas vocais forem realmente implantadas em um paciente, o som seria diferente. Ou seja, antes que esse problema seja resolvido, o paciente precisaria escolher entre, continuar sem voz, ou ter uma voz ainda caricata.
Fonte: Scientific American
Crédito Imagens: Divulgação