Teorias demográficas: explicação e controle da superpopulação mundial

As teorias demográficas tentaram explicar como controlar a superpopulação mundial, mas hoje o mundo incentiva o crescimento da natalidade.

As principais teorias demográficas que estudam o ritmo de crescimento populacional são: a malthusiana, a neomalthusiana, a reformista e a de transição demográfica.

Haverá no mundo comida para todo mundo no futuro? Essa é uma pergunta que intriga os estudiosos faz tempo. Para respondê-la, surgiram as chamadas teorias do crescimento demográfico ou teorias demográficas.

Teoria malthusianismo

Thomas Robert Malthus (1766-1834), economista e historiador inglês, elaborou no final do século XVIII uma das teorias demográficas, com base na questão populacional. Ali ele apontava para o desequilíbrio entre os crescimentos demográficos e a disponibilidade de recursos na Terra. Segundo ele, a Terra não seria capaz de atender ao número de habitantes existentes.

Na Teoria Malthusiana, as populações crescem em progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16), ao passo que a quantidade de alimentos cresce em uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6).

Malthus era religioso e combatia qualquer tipo de método contraceptivo. Dizia que só se deveria ter filho se houve condições de sustentá-los. Pregava também que os pobres não deveriam ficar ricos, pois isso aumentaria o número de nascimentos.

Sua teoria errou feio nas previsões. Ela não previu os avanços na agricultura que aumentaram a oferta de alimentos. Sem contar que está mais que comprovado que, quanto mais rica e desenvolvida uma sociedade, menos filhos seus integrantes têm.

Teoria reformista ou marxista

Esta é outra das teorias demográficas e contestou veementemente o pensamento de Malthus. Afirmava que não é o controle da população necessário no combate à miséria e à superpopulação, e sim a distribuição de renda. Bastava a adoção de políticas sociais de combate à pobreza e melhoria na renda do trabalhador.

Um dos pensadores desse teoria foi Pierre-Joseph Proudhon, que o final do século XIX se baseou em Karl Marx. Esses são os fundamentos da Teoria Marxista ou Reformista da população.

Teoria neomalthusiana

Com o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os principais países desenvolvidos do mundo iniciaram um processo de explosão demográfica. Houve aumento rápido e repentino de sua população. Da mesma forma ocorreu nos países subdesenvolvidos (incluindo o Brasil), que passaram pelo mesmo processo.

Com isso a população da Terra recomeçou a crescer. Tal fato ressuscitou as teorias de Malthus. O Neomalthusianismo é a retomada desse pensamento, com algumas mudanças quanto às formas de controle do crescimento populacional.

Para o neomalthusianismo, as populações pobres deveriam ter os seus índices de natalidade controlados, usando-se métodos contraceptivos. Essa ideia se espalhou pelo mundo. Alguns países adotaram medidas de esterilização em massa de pessoas pobres, além de distribuírem anticoncepcionais gratuitamente e promover campanhas de conscientização. Difundem-se, até os dias atuais, muitas campanhas ou imagens publicitárias com o modelo ideal de família formado pelos pais e dois filhos apenas.

Teoria da transição demográfica

A transição demográfica considera que a explosão populacional é um fenômeno transitório, geralmente causado pelo desenvolvimento econômico e social das nações. Isso resulta na queda imediata das taxas de mortalidade e portanto eleva o número de habitantes. Mas a natalidade também diminui, embora num ritmo mais lento. Isso faz com que a explosão demográfica inicial seja substituída gradativamente por uma diminuição no ritmo de crescimento do número de habitantes.

Foi assim, por exemplo, que aconteceu na Europa, que hoje apresenta baixíssimos crescimentos populacionais. No Brasil também a população aumentou rapidamente no século XX, mas seu crescimento diminuiu nas últimas décadas. Consequentemente, ocorre o envelhecimento populacional.

Um mundo que incentiva a natalidade e contraria as teorias demográficas

Não faz muito tempo e o Brasil era tido como um país jovem. Sua população tinha média de idades baixas. Na atualidade é considerado um país adulto, e será idoso em poucas décadas. A Europa envelhecida tem problemas relacionados com a previdência social e com a diminuição da PEA (população economicamente ativa).

Tudo que acontece prova que Malthus estava equivocado. O problema não é o crescimento acelerado da população, mas o crescimento moderado além da conta. França, Alemanha e Itália têm políticas de incentivos à natalidade que incluem o pagamento de bolsas e benefícios para casais que tiverem um terceiro filho.

Não é interessante conhecer as teorias demográficas? Pois não deixe de ler também sobre o conhecimento científico e como ele interfere na sua vida.

Fonte: Uol Educação, Brasil Escola, Toda Matéria, Mundo Educação, Cola da Web.

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