A Passeata dos Cem Mil foi uma manifestação popular de protesto contra a Ditadura Militar no Brasil. Ele ocorreu no dia 26 de junho de 1968 no centro do Rio de Janeiro.
Foi organizada pelo Movimento Estudantil e contou com a participação de intelectuais, artistas, sacerdotes, estudantes e muitas mães.
O que precedeu a manifestação
Até então, na Ditadura Militar, o Movimento Estudantil era a principal oposição ao Regime.
Outra bandeira que levantavam era a discordância do projeto do governo de privatizar o estudo.
O governo respondia com prisões e pancadaria. E essa repressão atingiu o seu auge no final de março de 1968, com a invasão do restaurante universitário Calabouço.
Ali os estudantes protestavam contra o aumento do preço das refeições. Durante a invasão, o secundarista Edson Luís de Lima Souto, de 18 anos, foi morto a tiro pela polícia.
Este fato comoveu o país e aumentou a tensão. Nos dias seguintes, ocorreram manifestações no centro da cidade do Rio de Janeiro, todas elas violentamente reprimidas.
Por fim ocorreu a missa da Candelária, em 4 de abril, ocasião em que soldados a cavalo atacaram estudantes, repórteres, padres e populares.
Após dois dias de violentas manifestações nas ruas, o governo permitiu a passeada. Para controlar os manifestantes, foram escalados mais de 10 mil policiais militares.
A manifestação se iniciou a partir de um ato político na Cinelândia e demonstrava o descontentamento crescente com o governo.
Como foi a passeata
Logo cedo naquele dia 26 de junho de 1968, as ruas da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, já estavam cheias.
A marcha se iniciou às 14 horas, com aproximadamente 50 mil pessoas presentes. Cerca de uma hora depois, entretanto, esse número havia dobrado, chegando aos 100 mil manifestantes.
Além dos estudantes, a manifestação contou com a participação de intelectuais, artistas, sacerdotes, estudantes e mães.
Essa foi a mais expressiva manifestação popular da história da República do Brasil.
Havia uma imensa faixa à frente, onde se lia “Abaixo a Ditadura. O Povo no poder”.
A passeata durou três horas e se encerrou na frente da Assembleia Legislativa, sem confrontos com a polícia, que se fez presente em todo o percurso.
O que aconteceu depois
Após o fim da passeata, os estudantes conseguiram uma reunião com o então presidente Costa e Silva.
Foi pedida a libertação de estudantes presos, o fim da censura e a restauração das liberdades democráticas.
Como o governo não cedeu, entretanto, outra passeata foi realizada e desta vez reuniu cerca de 50 mil pessoas.
Mas as manifestações contra o Regime se espalharam pelo país, sendo violentamente reprimidas em Goiás, onde a polícia baleou quatro estudantes.
A resposta da Ditadura Militar foi muito dura
Proporcionalmente ao crescimento das manifestações também aumentava a ação repressiva do governo militar.
Em 2 de agosto de 1968, o líder estudantil Vladimir Palmeira foi preso. Logo em seguida, outros 650 estudantes também foram para a cadeia.
No dia 4 de agosto, outros 300 alunos foram detidos em São Paulo.
Em 21 de agosto, o Congresso rejeitou o projeto que concedia anistia aos estudantes e operários presos.
Em 12 de outubro, mais de 400 estudantes foram detidos durante um congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Ibiúna, interior de São Paulo.
Embora com muita repressão, as manifestações estudantis continuaram, até 13 de dezembro de 1968, quando foi promulgado o Ato Institucional nº 5.
Iniciavam-se ali os Anos de chumbo da Ditadura Militar brasileira.
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Fonte: Toda Matéria, Estudo Prático, História Net, Só História, Guia do Estudante, Brasil Escola.