A Revolução Gloriosa foi um movimento que aconteceu na Inglaterra, no século XVII e depôs o rei Jaime II do trono inglês.
Entre 1688 e 1689, uma manobra do Parlamento causou a deposição do monarca da Casa Stuart. Em seu lugar, assumiram o trono, a filha do rei – princesa Maria – e o sobrinho do rei – William II -, da Casa de Orange-Nassau.
Assim, Maria Stuart e Guilherme de Orange foram coroados novos reis da Inglaterra, em uma nova fase de monarquia constitucional.
Antecedentes da Revolução Gloriosa
Antes da Revolução Gloriosa, entre 1640 e 1688, aconteceu um outro levante que marca a Revolução Inglesa. Também conhecido como Guerra Civil Inglesa, o período é conhecido como Revolução Puritana. Foi aí, o primeiro grande evento que marcou a tensão entre a dinastia Stuart e o Parlamento inglês. Esses problemas, no entanto, já vinham de longa data.
Carlos I, pai de James II, havia enfrentado a Guerra Civil Inglesa, mas acabou condenado e decapitado. Isso porque o Parlamento era puritano e o rei era católico. Mas além das questões religiosas, os parlamentares também tinham intenção de reduzir os poderes do rei absolutista.
Por fim, os interesses conflitantes levaram a guerra civil que derrubou a dinastia Stuart e executou o rei Carlos I. Com o regicídio, foi instalada uma república ditatorial sob o comando de Oliver Cromwell.
Restauração da monarquia
O governo ditatorial de Cromwell durou de 1653 até 1658, até sua morte por causas desconhecidas. Seu filho, Richard Cromwell, assumiu o governo, mas abandonou o poder dois anos depois. Assim, o controle da Inglaterra voltou para o Parlamento, que decidiu retomar a dinastia dos Stuart e o filho do rei decapitado, Carlos II, foi coroado.
Apesar de novo rei, Carlos II aceitou as condições de ter poderes reduzidos, ou seja, não absolutos. Nesse cenário, novos atritos surgiram entre os Stuart e o Parlamento. Para ilustrar, em 1672, Carlos II tentou permitir liberdade religiosa no país, mas foi barrado pelo Parlamento.
O reinado de Carlos II durou até 1685, quando foi sucedido por seu irmão, Jaime II, já que não teve nenhum filho. Durante esse reinado, surgiram ainda mais atritos com o Parlamento, já que o rei tentou dar ainda mais força para o catolicismo e retomar o absolutismo.
Revolução Gloriosa
A princípio, o apreço do rei pelo catolicismo não era uma ameaça para o Parlamento. Isso porque sua filha e herdeira, Maria, e o marido dela, Guilherme, eram protestantes.
Apesar do problema ser considerado passageiro, o estopim para a revolução foi o nascimento do filho de Jaime II. Um novo herdeiro do rei representava o risco de manutenção da dinastia católica. Assim, os dois partidos do Parlamento se uniram. De um lado, Whigs, conservadores e defensores da monarquia protestante. Do outro, Tories, liberais à favor de mais poder para o Parlamento.
A conspiração uniu os partidários, Maria Stuart e Guilherme de Orange. O marido da princesa enviou tropas para a Inglaterra, em 1688, forçando o exílio do rei e de sua esposa. Com a fuga de Jaime II, Guilherme de Orange e Maria Stuart foram coroados os novos rei e rainha da Inglaterra.
Efeitos da Revolução Gloriosa
Por consequência da Revolução Gloriosa, o absolutismo foi extinto na Inglaterra. Isso porque o acordo com o Parlamento estabeleceu a Declaração de Diretos (Bill of Rights, em inglês). O documento estabelecia diversas condições como a convocação do Parlamento em intervalos regulares, cobrança de novos impostos apenas com aprovação parlamentar e imunidade dos deputados.
Assim, a Inglaterra se estabeleceu como monarquia constitucional, como forma de combater as ideias do absolutismo. Os novos conceitos inspirados em valores liberais foram fundamentais para o pioneirismo da Inglaterra durante a Revolução Industrial no século seguinte, por exemplo.
Fontes: InfoEscola, História do Mundo, Alunos Online
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