O quilombo era um lugar onde os escravos se escondiam e formavam suas comunidades em liberdade.
O local virava um ponto para se resistir à escravidão, posto que ficavam em região de difícil acesso e eram organizados. Havia ali alguém que liderava, leis próprias e até conselhos para se discutir estratégias de defesa.
Esses núcleos populacionais, se sobrevivessem ao ataques das tropas do governo, viravam aldeias com economia de subsistência. Há exemplos de quilombo que foi próspero e se dedicou a comercializar.
Contexto Histórico
Entre os séculos XVII e XIX, época em que o Brasil mais explorou a escravidão, muitos negros escapavam. Eles então iam se esconder em regiões isoladas, sendo que o acesso era bem difícil, geralmente em matas ou montanhas.
Os lugares de refúgio dos fugitivos era chamado de quilombos, onde se vivia conforme os costumes da África. No Brasil Colônia apareceram centenas de quilombos espalhados, por exemplo, em Minas Gerais, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Goiás e Mato Grosso.
Mas o mais famoso de todos foi, sem dúvida, o Quilombo dos Palmares, que teve suas particularidades. Em 1630, os holandeses invadiram Pernambuco, ao passo que os fazendeiros abandonaram as terras. Aproveitando da situação, os escravos fugiram em imensos bandos e foram se abrigar no Quilombo dos Palmares.
Particularidades do Quilombo
A sociedade no quilombo era estruturada conforme o grupo que o constituía, posto que grande era a diversidade étnica africana. Eram preservados sempre os usos e costumes das tribos de onde se originavam os quilombolas, sendo a tradição muito respeitada.
O núcleo social ali organizado desenvolvia atividades econômicas próprias, sendo alguns de subsistências e outros mercantilistas. Havia os que se dedicavam à agricultura, outros ao extrativismo, alguns à criação de animais e os mais ousados ao comércio.
Quando um escravo fugitivo tinha a sorte de alcançar um quilombo, ali podia livremente adorar seus deuses. Também dançava e cantava tal qual seu gosto, revivendo as tradições conforme se dava em sua origem na África.
Os quilombolas voltavam para ajudar os cativos
Não é raro o registro de quilombolas que se arriscavam para tentar ajudar quem ficou preso nas senzalas. Alguns era pegos em flagrante tentando dar fuga aos cativos e voltavam ao cativeiro, outrossim sendo severamente castigados.
O mais impressionante, no entanto, é o relato de muitos que ganhavam dinheiro com o comércio e compravam outros escravos. Nessa prática geralmente se serviam de um intermediário para ajudá-los sem que se expusessem demais.
As tentativas de captura eram constantes
Embora vivessem em liberdade nos quilombos, os quilombolas não tinha paz em instante algum, já que havia sempre alguém na captura. Esse personagem tão temido pelos ex-escravos se chamava capitão-do-mato, um exímio profissional. Ele conhecia bem as florestas da região e era pago pelas cabeças recapturadas.
Por isso a resistência do quilombo jamais tinha trégua e enfrentava não raramente bandos de mercenários contratados pelos fazendeiros.
Quando o quilombo sucumbia e era arrasado, seus membros remanescentes se reuniam em outro lugar. Então o quilombo renascia e a luta pela liberdade continuava até que novo desafio aparecesse.
Quilombo dos Palmares
O mais famoso dos quilombos foi, sem sombra de dúvidas, Palmares. E é tão antigo que há relatos de tentativas de recapturas datadas de 1612.
Fato é que, em 1640, foram confirmadas nove aldeias em Palmares, quais sejam: Zumbi, Subupira, Dambrabanga, Andalaquituche, Macaco, Aqualtene, Arotirene, Tabocas e Amaro.
A partir do ano de 1670, Portugal atacou incessantemente o local, posto que o destruiu em 1694, quando Zumbi morreu.
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Fonte: Escola Kids, Wikipédia, Toda Matéria, Só História, Info Escola, Escola Kids, Estudo Kids, Palmares, Escola do Brasil, Mundo Educação.
Fonte das imagens: Pstu, Nagoas, Socialista Morena, 61 Brasília,