Nos dias atuais, embora o Brasil passe por crise econômica, não dá nem para imaginar uma inflação acima de 2.000% ao ano. Pois era exatamente isso que acontecia em 1993, antes do Plano Real. Era o tempo das incertezas.
Ninguém sabia ao certo como os preços se comportariam no mês seguinte. Com o nome de “dragão”, a inflação destruía o poder de compra do brasileiro.
Plano Cruzado: a primeira tentativa de conter o dragão da inflação
O Brasil dava os primeiros passos na democracia, após duas décadas de ditadura militar. Com a morte do presidente eleito Tancredo Neves, José Sarney assumiu a presidência e lançou o Plano Cruzado (Cz$), em 1986. A nova moeda substituiu o Cruzeiro (Cr$), cortando 3 zeros da antiga moeda, ficando a relação de 1 Cruzado igual ao valor de 1000 Cruzeiros.
Os salários foram congelados até que a inflação chegasse a 20%, quando então o “gatilho” seria acionado e houvesse o reajuste salarial.
Os preços foram congelados e, de consequência, as industrias produziram menos. Os produtos sumiram das prateleiras dos supermercados. Forçado a descongelar os preços, o governo matou o Plano Cruzado.
Plano Bresser e Plano Verão: duas investidas sem sucesso
Ainda no governo Sarney, quando Luiz Carlos Bresser Pereira assumiu o Ministério da Fazenda, lançou o Plano Bresser (1987). Sua meta era o controle da inflação. Continuava o congelamento de preços, mas com correção a cada 90 dias, e o salário ficavam reduzidos. Esse plano foi logo devorado pelo dragão da inflação.
Então Sarney substituiu Bresser por Maílson da Nóbrega e foi lançado o Plano Verão (1989). Nóbrega continuou congelando os preços e criou o Cruzado Novo (NCz$). A relação da nova moeda com o Cruzado (Cz$) foi de Ncz$ 1 igual a 1000 Cz$. Sem sucesso no controle da inflação.
A volta do Cruzeiro e o confisco do dinheiro por Collor
Fernando Henrique Collor de Mello foi eleito presidente em 1990. Assim que assumiu, pôs em ação seu Plano Collor, idealizado por Zélia Cardoso de Mello. No primeiro ato, confiscou a poupança dos brasileiros e limitou os valores de saque.
Aproximadamente 80% do dinheiro ficou bloqueado e deixou de circular. Houve também a troca da moeda, mas desta vez sem desvalorização, ou seja, um Cruzado Novo (Ncz$) valia um Cruzeiro (Cr$).
Como um ano depois do seu lançamento, a infração continuava alta, foi lançado o Plano Collor II. Os congelamentos de preço e salário continuavam. Mas a inflação não foi domada.
Somando-se isso, mais as acusações de corrupção e as medidas impopulares, Collor sofreu impeachment em 1992. Seu vice, Itamar Franco, assumiu como Presidente da República e começou a desenhar um novo plano para o Brasil.
O Plano Real e a estabilização da economia
Itamar Franco assumiu a presidência numa crise econômica terrível. Tanto que, em 1993, a inflação chegou ao máximo registrado em nossa história: superior a 2.000% em doze meses.
Fernando Henrique Cardoso assume então o Ministério da Fazenda e traça um novo plano para o Brasil: o Plano Real. Uma nova moeda entrou em circulação: o Cruzeiro Real (CR$). Dessa vez, 1 CR$ era equivalente a Cr$ 1.000.
Seguiu-se ao lançamento da moeda um forte ajuste fiscal, com arrocho no orçamento. Implementou-se a Unidade Real de Valor (URV): moeda virtual atrelada à cotação do dólar comercial no dia anterior.
A moeda Real foi oficialmente lançada em 1º de julho de 1994, quando houve a conversão dos Cruzeiros Real (CR$) para Real (R$). Na colocação, R$1 equivalia a CR$ 2.750. Foi um sucesso. Finalmente a inflação foi controlada e a economia se estabilizou, permitindo que os brasileiros consumissem mais.
Muito doida essa matemática não? E se você gostou dessa dança de números, que tal tentar resolver uma charada criada pelo próprio Einstein?
Fonte: Politize!, Info Escola, Sua Pesquisa.