Os morfemas são todas as unidades mínimas que formam o conjunto de uma palavra. De modo geral, essas composições são a base do estudo da Morfologia, isto é, a área da Gramática que trata acerca da estrutura e formação das palavras.
Quando nos deparamos com uma palavra, atribuímos a ela um determinado significado. Sendo assim, quando usamos em algum contexto a palavra casa, sabemos que, quase sempre, ela significa local de moradia, espaço particular, estrutura física com determinados padrões e etc.
Contudo, dessa palavra podem surgir outras que tenham significados semelhantes e que possuem, inclusive, estruturas gramaticais parecidas. São elas: casebre, caseiro, casulo, casório e outras.
É sobre esse estudo que são analisados os morfemas, isto é, todas as variações e os elementos que formam as palavras, sejam elas originais (em sua forma natural) ou derivadas, que advém de outras.
Em seguida, confira mais detalhes sobre os tipos de morfema, classificações e exemplos para facilitar seu entendimento.
Os tipos de morfema
Geralmente, o enfoque maior do estudo sobre morfologia são os tipos de morfema, que podem ser lexicais ou gramaticais. Entretanto, eles também possuem dois tipos: presos e livres.
Os morfemas presos são aqueles que não possuem significados quando estão sozinhos. As vogais, por exemplo, sozinhas não significam nada. Enquanto isso, dentro de uma palavra funcionam como elemento de ligação, configurando um morfema.
Por outro lado, os livres são aqueles que contém significado próprio, como na palavra cor (que funciona como um radical).
Classificações: lexicais e gramaticais
Já as classificações definem os morfemas como lexicais ou gramaticais.
Os lexicais são os radicais das palavras. O radical, em resumo, é a principal estrutura de uma palavra, consequentemente o principal morfema.
São através dos radicais que surgem as derivações e outros tipos de morfemas. Em outras palavras, são eles que permitem a enorme diversidade gramatical da Língua Portuguesa.
Vejamos o exemplo do termo feliz. Por si só, ele já possui um significado completo, ou seja, é livre. Contudo, ele é responsável por formar várias outras palavras que contenham outros significados, representando sentimentos, situações, entre outros elementos. Felicidade, felizmente, infeliz, infelicidade…
Do mesmo modo, há os morfemas gramaticais. Esses são os afixos, isto é, as unidades adicionais que surgem ao início (prefixos) ou ao fim dos radicais (sufixo). São eles que determinam o gênero, o número, a pessoa e o modo. No mesmo exemplo acima, a palavra infeliz contém o in, que vem ao início, configurando o prefixo, e o radical feliz.
Note que o in nega o sentido do radical feliz, uma vez que infeliz é alguém triste, com ausência de felicidade. De maneira idêntica, o felizmente possui o sufixo (vem após o radical) mente, determinando o modo como a pessoa/situação se sente ou ocorreu.
Quanto às classes gramaticais, os morfemas lexicais formam os substantivos, verbos, adjetivos e advérbios de modo, assim como os morfemas gramaticais criam os artigos, pronomes, preposições, numerais, conjunções e outros advérbios, assim como elementos mórficos.
Estrutura das palavras: exemplos de morfemas
Radicais
Morfema comum, que representa a base das palavras. É a parte invariável, que permanece sempre a mesma. A Língua Portuguesa contém vários radicais que provêm do latim ou do grego.
O radical uni origina diversas palavras que usamos no nosso dia a dia: universidade, união e unilateral são algumas. Ademais, o vent também é um bom exemplo, já que ele origina a ventania, o vendaval, o ventilador, a ventoinha.
Afixos, Morfemas Derivacionais ou Morfemas Aditivos
Os três termos se referem ao mesmo morfema, ou seja, aquele que se une ao radical para criar novas palavras e novos sentidos.
Dessa maneira, eles podem ser prefixos, que vem antes, sufixos, que vem depois, ou interfixos (esse menos comum), que antecede o sufixo, ligando-o ao radical.
- Prefixos: desgoverno, desumano, incorreto.
- Sufixos: internamente, plantação, florista.
- Interfixo: pedregoso (pedr/eg/oso).
Além disso, há também o morfema zero, que não precisa de desinência para encerrar o seu sentido, como nos exemplos de mês e sol; e o morfema subtrativo, que perde o fonema para marcar diferença de sentido, como em órfão e órfã.
Estrutura das palavras: exemplos de elementos mórficos
Desinências nominais
São aqueles morfemas que alteram categorias como gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) em substantivos (garoto/garota), adjetivos (aprovado/aprovada) e pronomes (aquele/aquela).
Desinências verbais
Morfemas que alteram os verbos, definindo seu tempo-modo e número-pessoa (jogou – pretérito perfeito do modo indicativo e segunda pessoa do singular; viajarão (futuro do modo indicativo e terceira pessoa do plural).
Vogais temáticas e Tema
Com a finalidade de ligar o radical aos afixos, a vogal temática e o tema estão localizados entre os radicais e as desinências. Podem ser de dois tipos: nominais e verbais.
As vogais nominais são a, e, o. Alguns exemplos são estudante, maresia e pássaro, que não permitem flexão de gênero.
Já as vogais temáticas verbais são a, e, i. As de primeira conjugação terminam com o “ar” (passar, passava, passariam), o “er” (mover, moveram, moverão) e o “ir” (agir, agiram, agiriam).
Vogais ou Consoantes de Ligação
Esses elementos não têm significado, ou seja, eles apenas ligam os elementos para melhorar a pronúncia das palavras.
- Exemplos: chaleira e cafeteria.
Então, o que você aprendeu hoje sobre Morfemas? Aproveite e saiba mais sobre o que são Sílabas.
Fontes: Toda Materia, Mundo Educação, Infoescola, Brasil Escola
Imagens: Profes, PipeRun, Exame, Jornal Nascer do Sol, Blog da Reflorestando, UOL Educação, Clínica Medkids e Exame