Lima Barreto: biografia, obras, características, frases

Lima Barreto foi um importante escritor brasileiro pré-modernista. Em suas obras, ele criticava a mentalidade burguesa da época, bem como os ambientes e costumes da sociedade.

Lima Barreto

Lima Barreto foi um importante escritor brasileiro pré-modernista. Sendo assim, a sua obra está cheia de fatos históricos e de uma perspectiva da sociedade carioca da época.

Descendente de escravos, Barreto sentiu o peso da exclusão social devido à sua origem. Dessa forma, essa exclusão ocorria não apenas na sociedade mas também nos meios acadêmicos.

Portanto, por meio de suas obras realistas, Barreto analisou os ambientes e os costumes do Rio de Janeiro e criticou a mentalidade burguesa da época.

Sendo que uma das obras mais conhecidas do escritor é Triste Fim de Policarpo Quaresma.

Enfim, Lima Barreto nasceu em Laranjeiras, Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881. Ele morreu no dia 1ª de novembro de 1922, ou seja, viveu por apenas 41 anos.

Vida e obra de Lima Barreto

Lima Barreto foi um importante escritor brasileiro pré-modernista. Sendo assim, em suas obras, ele criticava a mentalidade burguesa da época, bem como os ambientes e costumes da sociedade.

Enfim, confira abaixo sobre a vida e a obra desse grande escritor brasileiro:

Infância e juventude

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no dia 13 de maio de 1881, em Laranjeiras, Rio de Janeiro.

Tendo como pais a professora primária Amália Augusta e o tipógrafo Joaquim Henriques de Lima Barreto. Sendo que com apenas 7 anos de idade, ele perdeu a sua mãe.

Como era afilhado do Visconde de Ouro Preto, o jovem fez o curso secundário no Colégio Pedro II. Posteriormente, ele estudou Engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

No entanto, em 1903, quando estava no 3º período, ele foi obrigado a abandonar o curso. Isso porque, o seu pai tinha enlouquecido e agora o sustento dos seus 3 irmãos era de sua responsabilidade.

Dessa forma, no ano seguinte, o jovem prestou concurso para escriturário do Ministério da Guerra. Ele foi aprovado e ficou na função até se aposentar.

em 1905, ele entrou no jornalismo com uma série de reportagens que escreveu para o Correio da Manhã. Por fim, em 1907 fundou a revista “Floreal”, que lança apenas quatro números.

Carreira literária

Lima Barreto estreou na literatura em 1909 com o romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Em síntese, a história acompanha a trajetória de um jovem que sofre muitos preconceitos raciais.

Além disso, a obra tem um tom autobiográfico e é um verdadeiro grito contra o preconceito racial.

Sendo que a crítica social fica em um plano psicológico, já que muitas vezes quem fala é o próprio autor e não seu personagem-narrador.

Morte

Enfim, durante a sua vida, Lima Barreto teve alguns problemas de saúde. Sendo assim, ele chegou a ser internado duas vezes por causa de alucinações que o perseguiam.

Além disso, ele tinha alguns problemas com a bebida. A sua morte ocorreu no dia 1ª de novembro de 1922. Dessa forma, o escritor viveu por apenas 41 anos.

Estilo e características literárias

Lima Barreto escreveu durante o pré-modernismo. Desse modo, essa foi uma época entre o Simbolismo e o Modernismo.

Sendo assim, nesse período é possível notar as influências de estilos de época anteriores, tais como, por exemplo, o Parnasianismo e o Simbolismo (na poesia) e o Naturalismo (na prosa).

Além disso, as obras do pré-modernismo têm elementos de cunho nacionalista. Portanto, não ocorriam idealização romântica, mas sim um nacionalismo crítico.

Dessa forma, nas obras são expostos os problemas sociais do Brasil. Também é feita uma crítica política e o realismo é predominante nas obras desse período.

Sendo assim, as obras de Lima Barreto possuem essas características. No entanto, seus textos têm ainda elementos que remetem às suas experiências pessoais de uma vida marcada pela exclusão, racismo e preconceito.

Desse modo, em seus romances, crônicas, contos e memórias, está presente a imagem de um Brasil do ponto de vista de um homem que foi excluído da sociedade e do meio acadêmico.

Por exemplo, em romances como Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909) e Clara dos Anjos (1948), o preconceito racial é o tema central.

Além disso, essas duas obras trazem denúncias relacionadas à política brasileira e às desigualdades sociais.

Dessa maneira, Barreto usa a sua obra para apontar a hipocrisia da sociedade brasileira de sua época.

Obras de Lima Barreto

As principais obras de Lima Barreto foram:

  • Triste fim de Policarpo Quaresma (1915): romance.

  • Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909): romance.

  • As aventuras do Dr. Bogoloff (1912): romance.

  • Numa e a ninfa (1915): romance.

  • Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919): romance.

  • Histórias e sonhos (1920): contos.

  • Os bruzundangas (1922): crônicas.

  • Bagatelas (1923): crônicas.

  • Clara dos Anjos (1948): romance.

  • Feiras e mafuás (1953): artigos e crônicas.

  • Marginália (1953): crônicas.

  • Coisas do reino do Jambon (1956): sátira e folclore.

  • Vida urbana (1956): artigos e crônicas.

  • O subterrâneo do Morro do Castelo (1997): novela.

  • Diário íntimo (1953): memórias.

  • Por fim, O cemitério dos vivos (1956): memórias.

Triste fim de Policarpo Quaresma

Triste fim de Policarpo Quaresma, a obra-prima de Lima Barreto, foi publicada em 1915. Sendo que, anteriormente, ele já tinha publicado a obra em folhetos.

No romance, Barreto fala sobre a vida política no Brasil depois da Proclamação da República. Em resumo, a história é sobre os ideais e frustrações do funcionário público Policarpo Quaresma.

Além disso, o protagonista é um nacionalista fanático e homem metódico que dedica a vida a estudar as riquezas do país.

Enfim, além de falar sobre a vida política do final do século XIX, o romance descreve o contexto social e humano dos subúrbios cariocas na virada do século.

Curiosidades sobre Lima Barreto

Algumas curiosidades sobre Lima Barreto são:

1- Racismo e preconceito

Descendente de escravos, Barreto sentiu o peso da exclusão social devido à sua origem. Ele sofria racismo e preconceito não apenas na sociedade, mas também no ambiente acadêmico.

Inclusive, ao se matricular na Escola Politécnica, um veterano abordou Barreto e disse “Onde já se viu um mulato com nome de rei de Portugal?”

2- Lei Áurea

No dia 13 de maio de 1888 quando a Princesa Isabel ia assinar a Lei Áurea, em praça pública, Lima Barreto estava lá junto com o seu pai. Sendo que as recordações desse dia marcaram a sua obra.

3- Estudos

Por fim, outra curiosidade é que na faculdade Lima Barreto preferia estudar pouco. Isso porque, ele gostava de ler os filósofos e publicar artigos no jornal da faculdade.

Sendo assim, ele assinava com o pseudônimo de “Momento de Inércia”.

Frases de Lima Barreto

Por fim, algumas frases marcantes de Lima Barreto são:

  • “O que é verdade na raça branca, não é extensivo ao resto.”

  • “Há sempre no Estado curiosas contradições.”

  • “Pior do que o adultério é o assassinato.”

  • “No futuro, escreverei a História da Escravidão Negra no Brasil e sua influência na nossa nacionalidade.”

  • “Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas.”

  • “Deixem as mulheres amar à vontade.”

  • “A capacidade mental dos negros é discutida a priori e a dos brancos, a posteriori.”

  • “Quem, como eu nasceu pobre e não quer ceder uma linha da sua independência de espírito e inteligência, só tem que fazer elogios à Morte.”

  • “Gosto da Morte porque ela é o aniquilamento de todos nós.”

  • “A covardia mental e moral do Brasil não permite movimentos de independência.”

  • “Nunca foram os homens de bom senso, os honestos burgueses ali da esquina ou das secretárias chics que fizeram as grandes reformas no mundo.”

  • “Os protetores são os piores tiranos.”

  • “Eu, mulato ou negro, como queiram, estou condenado a ser sempre tomado por contínuo.”

  • “Quando me julgo — nada valho; quando me comparo, sou grande.”

 

Fontes: E-biografia, Wikipédia e, por fim, Brasil escola.

Bibliografia

  • SOUZA, Warley. Lima Barreto. Brasil Escola. Acesso em 26 de setembro de 2022.

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