Os lepidópteros são insetos holometábolos, ou seja, com metamorfose completa, que possuem asas membranosas, corpo e apêndices cobertos de escamas. Sendo assim, esses insetos fazem parte da Ordem Lepidoptera, que contempla as borboletas e mariposas. A nomenclatura dessa ordem é derivada do grego e significa “asas com escamas”.
A ordem Lepidoptera contempla a segunda maior ordem de espécies de isentos. Portanto, os lepidópteros constituem a segunda maior diversidade de insetos encontrados em todo o planeta. Para se ter uma ideia, só no Brasil já foram descritas mais de 5 mil espécies de lepidópteros.
Por isso, hoje iremos conhecer um pouco mais sobre esses insetos e suas características. Vamos lá.
Principais características dos lepidópteros
Os lepidópteros são insetos que possuem asas cobertas de escamas e o aparelho bucal adaptado para obter néctar das flores e sugar substâncias para sua nutrição. Esse aparelho que é chamado de probóscide de sucção.
Entre essas espécies específicas, a probóscide não é perfurante e possui a forma de uma tromba que se enrola em espiral. Esse aparelho bucal é encontrado exclusivamente nessa ordem de insetos, e recebe o nome de espirotromba, quando em indivíduos adultos.
Os adultos por sua vez, são considerados sugadores, e alguns são até hematófagos, ou seja, que se alimentam de sangue. Contudo, nem todos os adultos se alimentam dessa forma, já que alguns possuem o aparelho bucal atrofiado. Nesse caso, eles consomem reservas acumuladas ainda no estágio larval.
Quanto a anatomia dos lepidópteros, ela é divida em: cabeça, tórax e abdômen. Além disso, possuem seis pernas ligadas por uma garra, dois olhos e quatro asas enormes.
E, por serem holometábolos, esses insetos já passaram por todos os estágio das metamorfose, que são: ovo, larva, pupa e fase adulta.
Ciclo de vida dos lepidópteros
Ovo
O ciclo de vida desses inseto começa com a fecundação, quando os ovos são colocados de maneira específica, próximos a uma fonte de alimento. Em algumas espécies, os ovos podem ser colocados individualmente ou espalhados. Já, em outras, optam por colocá-los juntos e cobertos por uma secreção oriunda das glândulas abdominais da fêmea.
Quanto ao desenvolvimento do embrião, a eclosão das larvas é controlada por uma retenção temporária de crescimento, chamada diapausa. Isso acontece para que a eclosão do embrião ocorra em um momento em que as condições externas estejam mais favoráveis.
Larva ou lagarta
Após a eclosão, o estado larval é a principal fase de desenvolvimento do ciclo desse futuro inseto. É nessa fase que o animal ingere grande quantidade de alimento que será usada nas próximas fases do ciclo.
Assim, sua alimentação consiste basicamente no cório (casca do ovo), e posteriormente a diferentes pedaços de um vegetal.
Contudo, a aparência das larvas ou lagartas pode variar muito de uma para outra, uma vez que a sua coloração mostra também a sua capacidade de defensa diante de possíveis predadores.
Por isso, muitas delas apresentam coloração típica com o ambiente em que habitam, uma espécie de camuflagem. Mas, essa coloração pode mudar conforme a larva cresce.
Pupa
A pupa é a penúltima fase do ciclo de vida do lepidóptero. É nessa etapa que a lagarta passa por uma transformação corporal, na qual seus tecidos são reconstruídos para formar o adulto.
A duração da fase pupal pode variar muito entre o seu próprio grupo e até entre gerações da mesma espécie. Sendo assim, pode durar desde sete a dez dias e até meses, como acontece no caso de hibernação ou dormência da lagarta.
Adulto
Por fim, nessa epata, a pupa se torna adulta, resultando em uma borboleta ou mariposa. Contudo, mesmo que formado por completo, o adulto pode ficar dentro do casulo por muito tempo, à espera de condições ideias para a sua eclosão.
Essa também é a fase reprodutiva, na qual os adultos podem copular e ocupar novas áreas.
Importância dos lepidópteros
Embora pareçam inofensivas, muitas espécies de lepidópteros são consideras prejudiciais, principalmente aquelas que possuem larvas que se alimentam da folhagem de plantas. Desse modo, essas espécies podem acabar com plantações inteiras e interferir diretamente no seu cultivo. E uma das principais causas disso é a alta frequência reprodutiva desses insetos.
No entanto, em épocas específicas, a desfolha intensa das plantas por parte das larvas desses insetos pode ser positiva. Isso porque elas podem ser uma vantagem no controle de espécies consideradas “ervas daninhas”.
Contudo, mesmo com a sua capacidade destrutiva, esses animais possuem um grande papel ecológico que é a polinização. Desse modo, a maioria das espécies de lepidópteros contribuem com a polinização de plantas dependentes de insetos.
Principais diferenças entre borboletas e mariposas
De fato, as mariposas e as borboletas pertencem à ordem de insetos Lepidoptera. No entanto, não se tratam do mesmo tipo de inseto. Assim, veremos as principais diferenças entre as duas espécies:
- As mariposas compreendem a subordem Heterócera. Elas possuem hábitos noturnos, antenas não-clavadas, asas estendidas sobre o corpo quando em repouso, cores escuras na maioria dos indivíduos e corpo gordo, com aspecto “peludo”.
- As borboletas compreendem a subordem Rhopalocera. Elas são mais diurnas, possuem antenas clavadas, asas levantadas e fechadas verticalmente ao corpo quando em repouso, com cores brilhantes e variadas e corpo fino e com poucas cerdas.
Acidentes por lepidópteros
Além do efeito prejudicial à algumas plantas, esses insetos, quando em contato por seres humanos, podem causar alguns dados.
Sendo assim, vejamos os principais:
Lepidopterismo
Acidentes desencadeado pelo contato com as formas adultas aladas de mariposas e os acidentes causados pelo contato com larvas. Esses acidentes são provocados pelo contato com as cerdas existentes no abdômen das fêmeas de certas espécies, pertencentes ao gênero Hylesia, da família Hemileucidae. Portanto, o simples fato da penetração das cerdas parece ser capaz de provocar reações inflamatórias intensas, papulosas e pruriginosas.
Erucismo
É um acidente mais grave, que está associado principalmente a três famílias de mariposas: Megalopygidae, Saturnidae e Arctiidae. As cerdas que existem nas lagartas funcionam como um mecanismo biológico de defesa contra predadores naturais. Sendo assim, com os seres humanos, os contatos são acidentais ou por motivos profissionais. Portanto, os acidentes se manifestam por dor intensa imediata, eritema, edema, bolhas e etc.
Síndromes hemorrágicas
Existem também acidentes hemorrágicos graves pelo contato com lagartas do gênero Lonomia, que parasitam seringueiras (Hevea brasiliensis). Os trabalhadores rurais são as principais vítimas desse acidente. Portanto, dependendo da composição química da toxina, pode ocorrer fibrinólise primária ou secundária, e a gravidade do quadro varia em função da intensidade do contato.
Pararamose
Pararama é o nome vulgar de uma lagarta urticante, encontrada nos seringais artificiais do Pará, estágio larval da mariposa Premolis semirufa. Portanto, o contato acidental com as pequenas cerdas das lagartas ou com as dos casulos provoca reação inflamatória crônica nas articulações interfalangeanas que conduzem a uma anquilose. O quadro mórbido afeta principalmente seringueiros, catalogando-se como doença profissional.
Curiosidade
Dentro do senso comum, existe uma história de que encostar em borboletas causa cegueira. No entanto, isso não passa de um mito.
Na verdade, ao tocar esses insetos, eles podem soltar fragmentos, esses que, ao entrar em contato com os olhos, pode resultar em uma reação alérgica, mas não causa cegueira.
Enfim, o que você achou dessa matéria? Aproveite para conhecer mais sobre os pernilongos.
Fontes: Brasil Escola, Agência de Informação Embrapa, Mundo Educação, Scielo
Fonte Imagem Destaque: Canal Myriã Siqueira