A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo Brasil, Argentina e Uruguai.
A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870. Ela também é chamada de Guerra da Tríplice Aliança na Argentina e no Uruguai, e de Guerra Grande, no Paraguai.
Como o Paraguai se tornou uma potência econômica e militar
O Paraguai declarou sua independência da Espanha em 1811 e passou a ser governado pelo jurista José Gaspar García Rodríguez de Francia. Dr. Francia, como era conhecido, dirigiu o país até sua morte (1840). Sua administração isolou o Paraguai do resto do mundo e proibiu a emigração e a imigração.
Tencionando suprir a necessidade de comércio exterior, Francia estimulou a autossuficiência agrícola mediante a introdução de novas culturas e desenvolveu as manufaturas. Essa política isolacionista preservou a homogeneidade do território e o espírito de independência do povo.
Com visão de estadista, Francia investiu na educação primária dos pobres e impôs o ensino obrigatório e gratuito. Foi tão feliz nessa iniciativa, que ao morrer em 1840, não havia um só analfabeto no Paraguai.
Paraguai x Brasil e Argentina
Francia foi sucedido por Carlos Antonio López, que abandonou o isolacionismo e estimulou o comércio externo, para atrair investidores estrangeiros. Com isso ele se atritou com Brasil e Argentina, que não desejavam perder a hegemonia comercial na região.
Com medo de uma invasão, López investiu pesado para fortalecer seu exército. Oficiais alemães foram trazidos para treinar os soldados e compraram-se armas europeias modernas.
Industrializado e autossuficiente, o Paraguai se tornou uma potência regional. Com a morte de Carlos Antonio López, seu filho Francisco Solano López se elegeu presidente por 10 anos.
Diferente de seu pai e do dr. Francia, que o sucederam, ele possuía uma ambição desmedida. E ainda acalentava o sonho de o Paraguai ter uma saída para o mar.
Os motivos que desencadearam a Guerra do Paraguaia
O motivo maior da Guerra do Paraguai foi sem dúvida a ambição de López. Ele tinha planos expansionistas e matou todos que se opuseram, na chacina conhecida por Massacre de São Fernando.
Planejando a expansão imperialista, Solano López organizou um exército de 80.000 homens, reaparelhou a Marinha e criou indústrias bélicas.
Ele alimentava o sonho expansionista e militarista de formar o Grande Paraguai, que abrangeria as regiões argentinas de Corrientes e Entre Rios, o Uruguai, o Rio Grande do Sul, o Mato Grosso e o próprio Paraguai.
O Paraguai na época tinha um acordo de não agressão com o Uruguai, o que levou Brasil e Argentina a depor seu governante, do partido dos blacos. López teve o motivo que procurava.
Tem início Guerra do Paraguai
A Guerra do Paraguai começou com o aprisionamento, no porto de Assunção, do vapor brasileiro Marquês de Olinda. Seis semanas depois, o exército do Paraguai invadiu a província brasileira de Mato Grosso e depois rumou para o Rio Grande do Sul para, em seguida, apoiar os blancos na Guerra Civil Uruguaia.
Mas para fazer esse trajeto o exército paraguaio tinha que passar pela província argentina de Corrientes. Como a passagem dos paraguaios foi negada pelo governo argentino, Solano López mandou 22 mil soldados invadirem a Argentina.
Era preciso reagir. Então Brasil, Argentina e Uruguai assinaram o Tratado da Tríplice Aliança (01/05/1865). Os dois exércitos enviados por Solano López na direção do Rio Grande do Sul foram derrotados e retornaram ao Paraguai em outubro e novembro de 1865. A partir daí a guerra enfrentada pelo exército paraguaio foi para defender seus territórios dos invasores da Tríplice Aliança.
Nos conflitos, devemos destacar a Batalha Naval de Riachuelo (junho de 1865), em que a Marinha brasileira destruiu a Marinha paraguaia e impôs um bloqueio que isolou o Paraguai.
Outra batalha de destaque foi a Batalha de Curupaiti (22/09/1866), na qual as tropas da Tríplice Aliança sofreram uma pesada derrota. Mas a guerra pendeu mesmo para o lado dos aliados quando caiu Humaitá, a maior fortaleza do Paraguai, em 25/07/1868. Seis meses depois, Assunção, capital paraguaia, foi invadida e saqueada.
Mas a guerra só acabou mesmo quando Francisco Solano López foi morto por soldados brasileiros na Batalha de Cerro Corá (01/03/1870).
Um saldo macabro no pós-conflito
O Brasil enviou 150 mil soldados para a guerra e 1/3 morreu nos conflitos. Estima-se também que 10 mil civis brasileiros tenham perdido a vida. Do exército da Argentina e Uruguai, 50% de suas tropas faleceram durante a guerra. Já do lado Paraguai morreram mais de 300 mil pessoas.
A guerra destruiu o Paraguai e endividou o governo brasileiro. Marca também o início da decadência da monarquia do Brasil, pois fortaleceu sobremaneira nosso Exército.
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Fonte: História do Mundo, Só História, História do Brasil, Toda Matéria, Info Escola, Brasil Escola.