A Guerra da Cisplatina foi um conflito armado disputando o Uruguai, entre 1825 a 1828. Nele se envolveram o Império do Brasil, as Províncias Unidas do Rio da Prata e a Província Cisplatina.
O território era disputado por Portugal e Espanha desde muito tempo, sendo depois ambicionado por Dom Pedro I. Só que o Exército Imperial, instantes após a Independência do Brasil, estava despreparado.
Isso fez a guerra se estender mais que o necessário, custou muitas vidas e endividou o Império. A Guerra Cisplatina foi a única vez que Brasil e Argentina se enfrentaram no campo de batalha.
Contexto Histórico
O local foi alvo de contendas entre Portugal e Espanha a contar da criação da Colônia do Santíssimo Sacramento, em 1680. Em 1816, as Províncias Unidas do Rio da Prata (hoje Argentina) declararam sua independência e anexaram a região.
Em 20 de janeiro de 1817, Portugal conquistou Montevidéu e a denominada Província Oriental passou a se chamar Província Cisplatina. Quatro anos depois, o local é incorporado oficialmente ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
A fundamentação histórica alegada pela Coroa Portuguesa eram direitos sucessórios. É que a rainha Carlota Joaquina, de origem espanhola, teria a propriedade daquelas terras.
Mas na verdade, as ricas minas de prata dos Andes escoavam sua produção pelo estuário do Rio da Prata. O domínio da região poderia ser bem vantajoso comercialmente ao Império Português.
Ocorre que, em 15 de abril de 1825, foi proclamada a soberania da Província Cisplatina. O movimento foi encabeçado por Juan Antonio Lavalleja, ajudado por expedicionários denominados 33 Orientais. Todos eram apoiados por militares das Províncias Unidas do Rio da Prata.
O início da Guerra Cisplatina
Em dezembro de 1825, o Brasil era governado por Dom Pedro I, que decidiu declarar guerra às Províncias Unidas do Rio da Prata. Essa foi a única vez na história que Brasil e Argentina guerrearam entre si, já que essas nações sempre estiveram unidas.
Em 1826, o exército argentino decidiu por uma ousada manobra, posto que atravessou o Rio da Prata e invadiu o Brasil. O Exército brasileiro, após a independência, ainda não estava estruturado, sendo necessário contratar mercenários. Atolado numa crise econômica que desgastava sua imagem, Dom Pedro I teve que gastar ainda mais.
Sabedor de que os soldados brasileiros estavam despreparados, já que não tinham formação militar, investiu na Marinha. Contratou mais de mil mercenários estadunidenses, irlandeses e ingleses para operar os navios de guerra. Isso fez a diferença, quando foi feito o cerco naval a Buenos Aires, que ficou impedida de receber suprimentos.
A pressão internacional pelo fim do conflito
O Brasil não ia bem no conflito, embora tivesse superioridade naval, além da maioria do número de combatentes no Exército. Perdeu duas grandes batalhas, a de Sarandi e Passo do Rosário, numa vergonhosa derrota.
Dom Pedro I não contava com o apoio da população brasileira, nem da classe política e muito menos da elite. Isolado num conflito impopular, endividado e ainda abalado pela morte de Dona Leopoldina, optou pela mediação internacional.
França e Grã-Bretanha conseguiram costurar um acordo de paz entre o Brasil e as Províncias Unidas. E para pacificar a região, todos concordaram com a independência da Província Cisplatina, tendo se tornado o Uruguai.
No final, oito mil brasileiros morreram e o Império contraiu uma dívida assustadora. Dom Pedro I sofreu um desgaste do qual jamais se recuperou, posto que vidas foram perdidas sem necessidade.
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Fonte: Wikipédia, Info Escola, Toda Matéria, História do Brasil, Brasil Escola, Mundo Educação, Escola Kids, Passei Web, Estudo Kids, Aquivo Nacional.
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