A função poética nada mais é que a preocupação com a linguagem. Seja como for, para tudo tem-se um modo de falar. Essa adaptação é necessária quando passamos uma mensagem. Entretanto, é através de signos que somos capazes de transmitir informação e até causar emoções no receptor. A estética também faz parte desse processo.
Na linguagem literária essa função pode aderir inovações, usando todas as ferramentas possíveis na estrutura do texto, palavra e escrita. A sonoridade, juntamente com a melodia e o ritmo, são importantes e, portanto, usadas usualmente na poesia e nas suas derivações.
Características da função poética
A princípio, a forma do discurso é a maior característica da função poética, pois sua forma fica em evidência. “Como dizer” tem muito mais peso do que “o que dizer”. Aqui, o escritor tem liberdade para criar, fugir dos padrões e provocar novas sensações.
De antemão, outras lugares, além da poesia, podem utilizar essa função, como por exemplo: a música, a publicidade, as obras literárias e, por fim, a propaganda. Todavia, segue alguns exemplos:
Exemplos
Música
“Para viver em estado de poesia
Me entranharia nestes sertões de você
Para deixar a vida que eu vivia
De cigania antes de te conhecer
De enganos livres que eu tinha porque queria
Por não saber que mais dia menos dia
Eu todo me encantaria pelo todo do teu ser”
(Chico César)
Poema
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas…
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
(Manoel de Barros)
Publicidade
E o que fazer com as TVS antigas, todas zicadas?
Ora, nada melhor que enviá-las diretamente para nossos maiores rivais no futebol, os argentinos!
(Propaganda #SaiZica da Magazine Luiza)
Elementos da Comunicação
Para entendermos melhor essa função, precisamos entender como se dá a transmissão da mensagem. Nesse processo, portanto, existe uma série de envolvidos, desde o momento que se cria a mensagem até sua recepção. São vários personagens nos elementos da comunicação.
Nesse sentido, o emissor é “quem fala”, o receptor é “com quem se fala”, a mensagem é “o que se fala”, referente ou contexto é “o assunto da mensagem”, o canal é o veículo e o código é o sistema de linguagem.
Funções da Linguagem
Em síntese, estamos prontos para compreender que não existe só a função poética. Ao mesmo tempo, temos também 5 funções da linguagem que podem estar presentes em um mesmo texto.
Função Expressiva
A primeira denominada Função Expressiva ou Emotiva se parece muito com a função poética, mas a principal diferença entre elas é o seu foco. Esta aqui tem o papel de destacar mais o emissor do que a mensagem em si. Ou seja, trata-se do eu, da primeira pessoa do singular.
Função Apelativa
A segunda é a Função Apelativa ou Conotativa ou Imperativa que, ao contrário da anterior, tem o objetivo no receptor. Para alcança-lo, essa função usa bastante o modo imperativo, porque o seu dever é o convencimento. Podemos ver claramente esse método na Publicidade e Propaganda.
Função Referencial
Por outro lado, a terceira é a Função Referencial, Denotativa, Informativa ou Cognitiva que tem como base a mensagem transmitida, de forma objetiva e mais imparcial possível. Sendo assim, essa forma de linguagem pode ser observada no jornalismo ou em publicações científicas.
Função Fática
A quarta se trata da Função Fática, responsável pelo canal. Para ela, fazer o contato entre o emissor e o receptor é primordial para a linguagem.
Função Metalinguística
Por fim, a Função Metalinguística tem foco total no código. Ocorre quando a poesia fala da própria poesia. Como, por exemplo, um dicionário.
Por fim, leia também sobre as Funções da Linguagem – O que são, principais tipos e as características
Fonte: Toda matéria, Brasil escola, Norma culta, Português. Mind Miners, Revista Bula, Letras, só Português, Educa Mais Brasil.
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